terça-feira, 2 de agosto de 2016

Alô, é do Movimento Brasil Livre? Aqui é da Frente Brasil Popular...



Domingo último assistimos a várias manifestações a favor de Dilma e Temer.  E contra os dois.  Segundo pesquisas Datafolha e IPSOS, a maioria esmagadora do povo brasileiro, 62% e 52%, respectivamente, preferem novas eleições, ou seja, nenhum deles.

Dilma parece que chegou à conclusão que lhe faltam condições políticas mínimas para governar caso vença a batalha do impeachment no Senado Federal.  Tanto é que já lemos em vários documentos saídos na imprensa a intenção de envio de uma carta aos senadores informando-os sobre a disposição de convocação de plebiscito para que a população brasileira se manifeste favoravelmente ou não a respeito de eleições diretas antecipadas.

Já Temer, no poder por conta de toda negociação engendrada desde fins do ano passado visando à aprovação do processo de impeachment, apoio maciço da mídia, do Congresso Nacional (Câmara e Senado) e de boa parte do judiciário, tem apoio pífio da sociedade para permanecer à frente do governo, com 14% no Datafolha e 6% do IPSOS.  Joga suas fichas na volta de um improvável crescimento econômico e aprovação das reformas da previdência e trabalhista.  Esquece-se, porém, que tanto ele como os principais caciques do PMDB estão envolvidos até o pescoço em denúncias de corrupção.  E que somente sobreviverá politicamente se salvar Cunha.

Sabemos que a crise do Brasil é política e advém de um problema muito maior do que Dilma ou Temer.  Nosso sistema político, com trinta e tantos partidos, está em frangalhos, carcomido, não existe mais, precisa ser reformado, caso contrário continuaremos a não tocar na ferida que é uma ampla reforma, onde o interesse maior seja o da sociedade brasileira.

A luz no fim do túnel da pacificação do país só será possível ser visível se ambos os lados cederem em prol de um objetivo maior: o Brasil ser passado a limpo.   Via plebiscito ou renúncia de ambos, a grandeza deveria fazer parte do cardápio de ações da classe política nacional para chegarmos ao ponto que realmente interessa à sociedade brasileira: a convocação de eleições diretas ainda nesse ano de 2016.




Em junho de 2013, com o mote da diminuição de vinte centavos nas passagens de ônibus, os jovens foram às ruas pedindo uma série de mudanças na forma de fazer política no Brasil. Entre elas o fim da corrupção.  Naquele momento, por não se sentirem representados, excluíram das manifestações todos os partidos políticos.

À época, governo e classe política deram de ombros e ignoraram solenemente as pautas solicitadas.  Nascia, ali, uma divisão que permanece forte até hoje, com parte daquela trupe sendo cooptada pela direita (FIESP e partidos de oposição ao antigo governo) e a outra adotada pelos partidos de esquerda.

Imaginemos a força que a convocação conjunta da Frente Brasil Popular, Movimento Brasil Livre, MTST, Vem pra Rua e MST, teria agora nesse momento, chamando a sociedade brasileira a se manifestar. 

Utopia? Romantismo? Pode até ser, mas o receio da união da sociedade é o medo maior de toda classe política nacional, por isso manipulam e incentivam a divisão. Como em 2013, está na hora de provarmos a maturidade de nosso povo e demonstrarmos que nossas diferenças serão sempre menores que a necessidade de o Brasil avançar.  A negativa de qualquer dos lados será interpretada como oportunismo barato.

Que tal dia 28 de agosto?

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros

  

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