sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A falência da espécie humana



Não há nada mais abominável do que a violência praticada contra crianças e velhos no mundo.  Principalmente se essa for cometida em um ambiente de guerra, onde a parte mais fragilizada dentro do confronto, os civis, não está apta a se defender, mas apenas morrer.

Omran Daqneeesh tem apenas cinco anos, contudo, nesse curto espaço de tempo já sabe, mesmo inconscientemente, o significado do vocábulo “guerra”. 

A foto que chocou o mundo é uma bofetada na cara da humanidade que habita nosso planeta e traduz a impotência e omissão de governos, organismos multilaterais e entidades responsáveis por manter a paz no mundo, diante da crescente escalada de violência no Oriente Médio.

Indefeso e frágil, sua imagem atônita e olhar perdido no tempo diante de uma inexplicável violência em qualquer idade, escondem a incompetência das autoridades mundiais para interromper o massacre de civis em sua cidade natal, Aleppo.


Seja no Brasil, Indonésia ou Kiribati, impossível não nos constrangermos, enquanto terráqueos, com a violência imposta a um similar de nossa espécie. 

E não importa se ele é sírio, palestino, brasileiro ou suíço, se é vizinho de bairro ou faz fronteira com nosso país, pois o que está em jogo é a vida, a paz, a sobrevivência dentro dessa casinha redonda chamada “Planeta Terra”.   

Omran, hoje, representa todas as vítimas das desigualdades planetárias, dos abandonados, torturados, dos entregues à própria sorte, ao descaso, à ganância e ao poder estúpido daqueles que não se importam com o próximo.  

Passou da hora de, enquanto terráqueos, entendermos o básico.  Saber que não adianta dar de ombros e achar que a foto de Omran, mesmo a 15 mil quilômetros de distância do Brasil, nada tem a ver com brasileiros.  Esse, um grande equívoco. 

Enquanto não conseguirmos enxergar que é preciso ajudar os refugiados que fogem das guerras no oriente médio e invadem a Europa; ser solidários à causa palestina e a luta pelo reconhecimento de seu Estado; enquanto não nos preocuparmos com o sequestro de meninas e mulheres pelo grupo Boko Haram, no norte da Nigéria, visando transforma-las em escravas sexuais; enquanto não compreendermos que os cracudos da Praça da Sé são tão excluídos quanto os habitantes do Haiti, Chade ou Sudão, e que tudo isso faz parte de um único e grande todo, estaremos, estupidamente, caminhando a passos largos para o abismo, para o fim da espécie humana.

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros
 


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