terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Estado do Amazonas lidera alertas de desmatamento


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Área desmatada em Roraima, identificada graças ao SAD, foi alvo de protesto do Greenpeace: "Sem floresta não tem água!" Foto:© Marizilda Cruppe/Greenpeace
Área desmatada em Roraima, identificada graças ao SAD, foi alvo de protesto do Greenpeace: “Sem floresta não tem água!” Foto:© Marizilda Cruppe/Greenpeace
Imazon divulga os dados do Sistema de Alertas de Desmatamento na Amazônia Legal. O estado do Amazonas mais uma vez chamou atenção na análise, registrando a maior área com alertas de desmatamento (45%).
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou na quinta-feira (18) os resultados do Sistema de Alertas de Desmatamento na Amazônia Legal (SAD) de janeiro de 2016, onde foram registrados alertas em 52 km², destruição 82% menor que a identificada em janeiro de 2015.
Uma primeira leitura pode levar a falsa sensação de que o desmatamento diminuiu. O boletim, entretanto, atenta para o fato de que regiões importantes da Amazônia apresentavam grande cobertura de nuvens, ou seja, em regiões críticas o sistema não conseguiu imagens boas o suficiente para a medição, sendo assim, os dados podem estar subestimados.
Em janeiro de 2016 os estados do Pará (PA) e Mato Grosso (MT) – campeões históricos em desmatamento – apresentavam mais da metade de seu território coberto por nuvens: 64% e 63% respectivamente, o que torna difícil verificar se houve, de fato, uma tendência de queda no desmatamento na Amazônia.
O estado do Amazonas mais uma vez chamou atenção na análise, registrando a maior área com alertas de desmatamento (45%). No mesmo mês do ano passado, o estado era responsável por apenas 1% do total de alertas. Dentre os dez municípios em situação crítica, segundo o Boletim do Imazon, cinco pertencem ao Amazonas. Os municípios de Careiro e Novo Aripuanã lideram.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em janeiro de 2016 os focos de incêndio no estado do Amazonas dispararam, com o registro de 770 focos, o maior para o mês desde o início das medições, em 1999. Até então, o maior número de focos de incêndio medido no mês havia sido de 82.
Em relação aos alertas de desmatamento em Unidades de Conservação, a Área de Proteção Ambiental (APA) Margem Esquerda do Rio Negro, também no Amazonas, lidera com a maior área com alertas. O desmatamento em Unidades de Conservação representaram 12% do total.
O Amazonas está colhendo os frutos ruins da reforma administrativa promovida pelo governo estadual em 2015, quando fechou órgãos estratégicos para promoção a gestão ambiental do estado, fragilizando o sistema. “Infelizmente, a tendência é que o Amazonas passe a chamar cada vez mais a atenção nas notícias sobre as taxas de desmatamento” diz Cristiane Mazzetti, da campanha da Amazônia do Greenpeace, “o sul do estado já está incorporado ao arco do desmatamento”, completa.
O caso do Amazonas nos mostra que não está tudo bem na floresta. “Precisamos seguir pressionando atores estratégicos, como empresas e governos, a tomarem as medidas adequadas para proteger um bem que é de todos”, diz Cristiane.
O desmatamento da Amazônia é um problema grave que afeta toda a sociedade. O Greenpeace Brasil atua nocombate a extração ilegal e predatória da madeira, contra o avanço do agronegócio sobre a floresta e vem lutando, com o apoio de mais de 1,5 milhão de brasileiros, pela aprovação de uma lei que coloque um ponto final no desmatamento de florestas nativas no Brasil.
Faca parte deste movimento, participe de campanhas pela conservação da Amazônia. (Greenpeace Brasil/ #Envolverde/Utopia Sustentável)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Campanha convida cidadãos a propor soluções para nova agenda urbana da ONU


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O equilíbrio entre áreas verdes e construídas é um dos elementos fundamentais da nova agenda urbana. Na foto, Edmonton, Canadá. Foto: Pixabay/tpsdave (cc)
O equilíbrio entre áreas verdes e construídas é um dos elementos fundamentais da nova agenda urbana. Na foto, Edmonton, Canadá. Foto: Pixabay/tpsdave (cc)
Sugestões feitas por parceiros não governamentais que se direcionem a desafios urbanos contribuirão para documento fundamental para a Conferência Habitat III.

Caminhando na direção da Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Habitat III), e no âmbito da Nova Agenda Urbana da ONU, a Campanha Mundial Urbana convida parceiros a apresentarem suas soluções urbanas, com as informações principais da proposta.
Soluções urbanas são sugestões de iniciativas, políticas, legislações e modelos que dão respostas a desafios urbanos. As propostas aplicadas, após aprovadas, contribuirão para a Cidade Que Precisamos 2.0, que é um documento-chave da Campanha Mundial Urbana para a Conferência Habitat III, que acontecerá em outubro, em Quito.
Após preenchido o documento, este deve ser enviado via e-mail (wuc@unhabitat.org) até o dia 15 de fevereiro. As sugestões serão publicadas no site da Campanha Mundial Urbana e revisadas pelo Comitê de Redação do A Cidade que Precisamos.
A Campanha Urbana Mundial é uma plataforma de sensibilização e parcerias para divulgar mudanças positivas urbanas que permitirão a construção de cidades mais verdes, produtivas, seguras, inclusivas e bem planejadas. A iniciativa é coordenada pelo Programa da ONU para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) junto a 136 parceiros e redes de todo o mundo. (ONU Brasil/ #Envolverde/Utopia Sustentável)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

TVs da Amazônia: Uma realidade que o Brasil desconhece


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Em sua primeira grande investigação após se aposentar do jornalismo diário, repórter revela as histórias e problemas das retransmissoras de televisão nos nove Estados da Amazônia Legal

A Agência Pública de Jornalismo Investigativo lançou hoje o especial TVs Amazônia – Uma Realidade que o Brasil Desconheceda repórter Elvira Lobato, ganhadora do Prêmio Esso de Jornalismo em 2008, com reportagem sobre o patrimônio de dirigentes da Igreja Universal do Reino de Deus, publicada pela Folha de São Paulo.
Entre novembro de 2014 e outubro de 2015, Elvira percorreu os nove estados da Amazônia Legal – Amazonas, Acre, Amapá, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins – e investigou mais de 1700 canais de retransmissão de televisão localizados na área, que representa 56% do território nacional.
“O que motivou esta aventura foi a certeza de que existe ali uma realidade desconhecida tanto pelos acadêmicos que estudam a mídia quanto pelos jornalistas que atuam nos grandes veículos de imprensa, dentro e fora daquela região. Desconhecida até pelo governo”, explica Elvira Lobato, que cobriu durante 19 anos as telecomunicações e a radiodifusão no Brasil. Ao longo das investigações, a repórter descobriu que as retransmissoras são controladas por políticos, prefeituras, empresários e igrejas, mas que não é raro encontrar canais de jornalistas apaixonados pela profissão.
Uma das principais descobertas da investigação é sobre as emissoras semipiratas, que funcionam sem a licença definitiva da Anatel, mas não podem ser fechadas. Em uma medida de 2012, o governo aumentou o prazo para as retransmissoras se legalizarem nas cidades com menos de três canais de TV locais devidamente licenciados. “A regra vale para todo o país, mas encontrou terreno fértil na Amazônia Legal justamente porque lá as retransmissoras podem gerar conteúdo, o que inspira a cobiça de políticos e empresários locais”, explica Elvira.
Todas essas histórias, registradas durante a passagem de Elvira Lobato por 23 cidades, estão disponíveis em uma reportagem especial no site da Agência Pública.A série conta com diversos recursos multimídia, como mapas, vídeos, animações e uma entrevista exclusiva com a autora.
Sobre Elvira Lobato
A jornalista Elvira Lobato atuou por 39 anos como repórter, 27 dos quais na Folha de S. Paulo, onde se especializou em telecomunicações e radiodifusão. Recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo em 2008, com reportagem sobre o patrimônio de dirigentes da Igreja Universal do Reino de Deus, publicada pela Folha.
Após se aposentar do jornalismo diário, dedicou-se à pesquisa “TVs na Amazônia – uma Realidade que o Brasil Desconhece”. O projeto foi patrocinado pela Fundação Ford e Artigo 19, em parceria com o Grupo de Pesquisa em Políticas e Economia de Informação do programa de pós-graduação da Escola de Comunicação da UFRJ. Para além da série de reportagens, a pesquisa teve como resultado o primeiro banco de dados público com informações sobre os proprietários de 1.737 canais de retransmissão de televisão na Amazônia Legal, que será publicado pela UFRJ.
Sobre a Agência Pública
A Agência Pública aposta em um modelo de jornalismo sem fins lucrativos para manter a independência. Fundada em 2011, funciona como uma agência de notícias que publica reportagens investigativas e distribui conteúdo para mais de 60 republicadores. Todo o conteúdo pode ser livremente reproduzido sob a licença Creative Commons. Tem como missão produzir reportagens de fôlego pautadas pelo interesse público – visando ao fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e à promoção dos direitos humanos. Além das campanhas de crowdfunding, a Agência Pública conta com financiamento de instituições de peso e renome internacional, como a Fundação Ford e a OAK Foundation. (#Envolverde/Utopia Sustentável)