sexta-feira, 29 de maio de 2015

Na Itália, quem for à escola de bicicleta ganha pontos extras


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Os alunos da escola pública Liceu Antonio Meucci, localizada em Aprili, cidade italiana próxima de Roma, têm agora um motivo além da sustentabilidade para fazer o trajeto casa-escola pedalando.
Através do projeto Bike Control, que instalou sensores nas bicicletas que controlam distância percorrida e a quantidade de gás carbônico que deixa de ser emitida na atmosfera ao usar a bicicleta no lugar do carro, estudantes do ensino médio ganham pontos extras na avaliação escolar, como se fossem atividades extracurriculares.
Idealizado pelo ex-aluno Lorenzo Catalli, o projeto busca incentivar o uso do meio de transporte alternativo como forma de reduzir as emissões de poluentes. Para receber a bonificação, é necessário que o estudante use a bicicleta pelo menos três vezes por semana para ir ao colégio.
Em vigor há mais de um ano, o Bike Control poupou a emissão de mais de uma tonelada de gás carbônico na atmosfera. O sucesso da iniciativa despertou o interesse das prefeitura, que passou a financiar a produção e instalação dos sensores nas bicicletas e, ainda, pretende estender o projeto a outras instituições públicas e privadas.Portal Aprediz.

Paisagista cria jardim sensorial com pallets para casa-contêiner





Com o objetivo de criar um espaço totalmente sensorial, com elementos que permitem vivenciar novas experiências por meio de cheiros e toques, a paisagista Fernanda Almeida criou o “Jardim das Sensações”. O ambiente complementa a área externa de uma casa-contêiner, ambos projetos estão presentes no evento de arquitetura Casa Cor, em São Paulo.

Foto: Fernanda Almeida
Trata-se de um jardim projetado sem a utilização de aparatos tecnológicos, o que transmite simplicidade e bem-estar. Para garantir a percepção por meio do olfato, a paisagista uniu plantas aromáticas como alecrim, manjericão e pimentas com lavandas e a utilização da Ipoméia Rubra. Além disso, diversas plantas complementam a naturalidade do local, entre elas estão Beaucarneas , Viburnum , Phormiuns.

Foto: Fernanda Almeida
O Jardim das Sensações ainda conta com diversos materiais de reuso, como pallets, cascas de pinus e caixas de laranja, onde serão plantados diversos temperos. “Optamos por criar um conceito simplista e minimalista, onde as pessoas poderão contemplar a experiência sensorial, por meio da união de aromas e a presença de elementos que recriam o quintal de nossas casas”, ressalta a paisagista Fernanda.

Foto: Fernanda Almeida

Foto: Fernanda Almeida
Atividades para crianças
Durante o evento da Casa Cor, que acontece no Jockey Club, o jardim contará com oficinas e atividades lúdicas para crianças de três a sete anos, que poderão manusear a terra, plantar, ver as flores e entender a importância da sustentabilidade e a preservação ambiental. “A ideia é oferecer um trabalho enriquecedor para as crianças, para que elas possam desabrochar o interesse pela natureza”, afirma Fernanda. As oficinas ocorrerão aos sábados e domingos.
Casa-contêiner
Assinada pelo arquiteto Daniel Kalil e a designer de interiores Karina Buchalla, trata-se de uma casa com área total de 170m², construída a partir de 4 containers HC-4O de 12 metros em sua estrutura principal, além de um container de 6 metros, onde está localizado o mini spa, com deck e piscina.
Construída em menos de 15 dias, a casa é um projeto que conta com containers reutilizáveis em toda sua estrutura. O forro de gesso possui um revestimento térmico e acústico especial, feito de lã de garrafas PET. Além disso, toda a iluminação é feita por lampâdas LED, que possui um consumo de energia menor que as comuns. "Pensamos em um projeto totalmente inovador e 100% sustentável", afirma Daniel Kalil.

Foto: Karina Buchalla/ Daniel Kalil
Na composição do ambiente, os profissionais utilizaram papel de parede, painéis de MDF e cerâmicas estampadas, garantindo uma concepção sofisticada. O projeto possui cozinha totalmente integrada à sala de jantar, uma ampla sala de estar e galeria com acesso direto à área externa da casa. Para Karina Buchalla, designer responsável pelo projeto, "a ideia é trazer inspiração para os clientes por meio da união de conceitos e estilos fundamentais para a inovação e originalidade”.

Foto: Karina Buchalla/ Daniel Kalil
No interior dos quartos, o destaque fica por conta do sistema Surprise. Trata-se de uma tela, com imagens impressas ou até mesmo de um projetor, que substitui a televisão no quarto e permite a abertura total do armário, o que comprova a qualidade e novas tendências deste projeto.  Por fim, a área de lazer conta com uma piscina de cinco metros, um mini  spa para seis pessoas com vista para um bosque  e área verde preservada.

Foto: Karina Buchalla/ Daniel Kalil

Foto: Karina Buchalla/ Daniel Kalil

Foto: Karina Buchalla/ Daniel Kalil
Ciclovivo/Utopia Sustentável

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Vidraçaria Brasil: aqui, o desrespeito à cidadania é cotidiano



Faz pouco mais de 30 anos, os americanos James Q. Wilson e George Kelling, publicaram estudo em que estabeleciam, pela primeira vez, uma relação causal entre desordem e criminalidade.  Os autores queriam provar a teoria das janelas quebradas (The Broken Windows Theory). 

Sendo assim, estacionaram dois carros idênticos e os abandonaram, um no Bronx, bairro pobre de Nova York, e outro em Palo Alto, local de abastados na Califórnia.  Enquanto em poucas horas o primeiro carro era completamente destruído, o segundo se mantinha intacto.  A partir do momento que o primeiro vidro foi quebrado em Palo Alto, sem que ninguém reclamasse, o mesmo aconteceu. 

A ideia, segundo os autores, era demonstrar que pequenos delitos que não são combatidos imediatamente tendem, caso comunidades e Poder Público não entrem em ação, tornarem-se eternos e de difícil solução futura, o que, no médio e longo prazo, deteriora a qualidade de vida.


Mesmo acreditando que nosso problema é complexo, tal comportamento, transportado para a realidade brasileira, leva-nos a crer que há décadas procedemos, nos mais variados temas nacionais, dessa maneira.  Nossa sociedade é permissiva, pouco politizada e com baixa escolaridade, nunca exercitou o saudável hábito de cobrar do Estado aquilo que é, de fato e de direito, sua obrigação fornecer.  

Ao aceitar tratamentos diferenciados/privilegiados para determinadas regiões/estados/municípios/bairros, sem se rebelar ou exigir equidade na distribuição de recursos, de seus representantes, abrimos flancos para a perda de direitos mundialmente reconhecidos e aplicados. Pergunte para um cidadão francês, alemão, dinamarquês ou inglês, se aceita entrar num hospital (que é público) e ficar em uma maca no corredor esperando 6 horas por um atendimento que pode nem ocorrer?

Por serem homeopáticas as doses do desrespeito, achamos normal levar nossos filhos à escola e não ter professores; e que a merenda seja de péssima qualidade; não nos importamos andar em ruas e estradas esburacadas com nossos carros;  não ligamos pagar impostos e ter uma assistência à saúde de péssima qualidade; sequer questionamos sistemas diferenciados de aposentadoria, um público e outro privado; com naturalidade, acreditamos que nossas cidades não tenham água e esgoto tratado.

Aqui, diferente de lá, vivemos um verdadeiro vale-tudo, quebrando nossas vidraças continuamente.  

Sem nos importarmos com a fragilidade de nossa tenra e novata democracia, seguimos vandalizando a ética e a moral do povo, acreditando sempre que Deus (se existe) é brasileiro e nos salvará.

Bem que as ruas podiam ajudar novamente!

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros



Valência disponibiliza terrenos públicos para a criação de hortas urbanas





As hortas urbanas têm sido cada vez mais comuns na Espanha, em especial na cidade de Valência. Em decorrência de um programa governamental, muitas áreas antes abandonadas passaram a ser usadas para o cultivo de alimentos orgânicos.
A proposta teve início há três anos, quando Sociópolis, um bairro sustentável, foi projetado. O plano já incluía desde o começo a disponibilização de espaços para o plantio, feito e organizado pelos próprios moradores da região. De acordo com a imprensa local, a região já conta com 46 mil metros quadrados de hortas urbanas.
O sucesso do modelo fez com que a prefeita de Valência, Rita Barberá, aprovasse sua replicação em outro distrito. Em entrevista ao jornal local, La Vanguardia, a autoridade explicou que Benimaclet deve ser o local a receber mais seis mil metros quadrados de hortas urbanas.
Por utilizar espaços públicos, o plantio precisa seguir algumas normas. Os interessados em manter uma horta precisam, primeiramente, procurar a Federação das Associações de Moradores de Valência. Depois disso, a pessoa pode alugar um dos lotes disponíveis. A taxa para ter direito a uma área é de 110 euros por ano. Isso inclui ferramentas agrícolas e água, disponibilizados pelo governo.
Para garantir que o espaço esteja realmente sendo usado para o cultivo de alimentos, a prefeitura retira o direito das pessoas que possuem terras, mas não plantam ou abandonaram suas hortas. Outra medida interessante diz respeito ao uso da produção. Os alimentos colhidos nas hortas urbanas do programa municipal não podem ser comercializados. Tudo o que é produzido deve ser consumido pelo produtor, pela comunidade ou doado a instituições de caridade.
O projeto em Sociópolis distribui, anualmente, 15 mil quilos de alimentos. Com a expansão para outros bairros, o potencial pode ser ainda maior.CicloVivo/Utopia Sustentável

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Estabilizar aquecimento ainda é possível


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Geleira Hubbard en Seward, no Alasca. Foto: Bigstock/IPS
Geleira Hubbard en Seward, no Alasca. Foto: Bigstock/IPS
Adaptações na geração e no uso de energia poderiam contribuir para cenário climático mais otimista – em tese, diz estudo. O foco da nova pesquisa são as emissões no setor de energia.
Um estudo publicado recentemente no periódicoNature Climate Change sugere que a meta de limitar o aumento global de temperatura neste século a 1,5°C ainda não está totalmente fora de alcance. As possibilidades, porém, são remotas, e os custos, elevados.
A meta de 1,5°C foi reconhecida pela ONU em 2009, no Acordo de Copenhague, como um objetivo desejável de estabilização do aquecimento global. Ela resultou da pressão de países-ilhas, mais vulneráveis às consequências das mudanças no clima. Para eles, conter o aquecimento em 2°C em relação aos níveis pré-industriais pode não ser o suficiente. No entanto, como a própria meta de 2°C é algo cada vez mais distante, pouca gente tem levado a sério a possibilidade de alcançar o objetivo mais seguro de estabilização.
O foco da nova pesquisa são as emissões no setor de energia. “As ações são semelhantes ao cenário de limitação em 2°C, mas exigem ações de mitigação mais rápidas”, diz o estudo. O primeiro passo seria transformar o setor em um sistema de “carbono negativo” em 2050. No transporte, as mudanças também devem ser bruscas: os cenários incluem um significativo aumento no uso de veículos elétricos, além de 40-50% de biocombustíveis em 2050.
Os cenários para que o aquecimento se limite em 1,5°C também exigem otimismo quanto à demanda por energia: consideram apenas um ligeiro aumento da demanda atual até 2100, apesar do crescimento populacional e desenvolvimento econômico estável. Para tanto, políticas de eficiência energética têm papel primordial. “A maioria dos cenários para a limitação em 1,5°C assumem uma diminuição do consumo de energia por unidade do PIB em um ritmo mais rápido do que o observado historicamente”, ressaltam os autores do estudo.
Isto implica em grandes mudanças na economia global, já que hoje o elo entre emissões, uso de energia e atividades econômicas é muito forte. “Indicadores econômicos relevantes dos desafios de mitigação incluem a precificação do carbono para quantificar os custos marginais de redução de emissões, bem como o custo agregado e custos de mitigação de curto prazo”, diz a pesquisa.
Para além de todo o otimismo, o estudo também deixa bem claro que os custos de mitigação em longo prazo são maiores – os custos agregados podem ser duas vezes mais que os custos da limitação do aquecimento em 2°C. A redução de CO2 na atmosfera deveria chegar a zero até meados do século, de 10 a 20 anos mais cedo do que em cenários consistentes para a limitação em 2°C, considerando também emissões líquidas negativas entre 2050 e 2100 – o que não é um requisito para o máximo em 2°C.

“A janela de emissões em 2030 que ainda mantém a opção de limitar o aquecimento a menos de 1,5°C em 2100 é muito menor do que o cenário que aponta para os 2°C. Desviar investimentos para tecnologias de baixo carbono na próxima década é, portanto, fundamental”, determinam os autores, liderados por Joeri Rogelj, do programa de Energia do IIASA (International Institute for Applied Systems Analysis). (Observatório do Clima/ #Envolverde/Utopia Sustentável)

34 mil moradores de SP trocam recicláveis por desconto na conta de luz






O projeto de coleta de materiais recicláveis da AES Eletropaulo “Recicle Mais, Pague Menos” comemora dois anos no mês de maio. Por meio desse programa, os moradores de São Paulo podem trocar materiais recicláveis por desconto na conta.
Neste período, 2,7 mil toneladas de resíduos recicláveis foram recebidas, o que representa uma redução nas emissões de sete toneladas de gás carbônico (CO2). Esse total corresponde a aproximadamente uma economia de 11 MWh de energia elétrica, o que se compara ao abastecimento de uma cidade como Juquitiba, na grande São Paulo, por dois meses.

Foto: Reprodução/Youtube
Já somam oito pontos de coleta ao da Vila Guacuri, primeiro da iniciativa na capital. Ao todo, são cerca de 34 mil clientes cadastrados, que podem chegar a zerar a conta de luz por meio do projeto.

Foto: Reprodução/Youtube
Até o momento, cerca de R$ 168 mil de bônus na conta foram concedidos aos clientes. “Além de obter desconto na fatura, engajamos a população a contribuir com o meio ambiente. O material reaproveitado também reduz o processo industrial e, por isso, gera economia de energia”, afirma Luciana Alvarez, gerente de Sustentabilidade e Gestão da Marca da AES.
Como funciona o Recicle Mais, Pague Menos
Os interessados devem se cadastrar em qualquer um dos pontos de coleta para receber o cartão personalizado. Ao levar os resíduos separados para o local, o material é pesado e precificado, de acordo com a tabela praticada pelo mercado de reciclagem, e o valor vira desconto na conta de luz. Os participantes recebem na hora um comprovante com a quantia que será abatida na próxima fatura de energia elétrica. Não há limite para o desconto – assim, se a pesagem dos resíduos superar o valor consumido de energia, por exemplo, o crédito restante vai virar desconto na fatura seguinte.

Foto: Reprodução/Youtube
Saiba onde estão os pontos do Recicle Mais, Pague Menos:
- São Paulo (Capital)
Universidade Mackenzie: Rua da Consolação, 1.000.
Horário de funcionamento: Segunda à sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h.
Jaguaré: Rua Floresto Bandecchi, 156, na Sociedade Benfeitora Jaguaré.
Horário de funcionamento: Segundas, quartas e sextas, das 09h às 12h30 e das 13h30 às 16h.
Águia de Haia: Av. Águia de Haia, 2636, no Assaí Atacadista.
Horário de funcionamento: terça à sábado, das 10h às 13h e das 14h às 17h.
Guaianases: Estrada Dom João Nery, 4.031, no Assaí Atacadista.
Horário de funcionamento: terça a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 17h.
Heliópolis: Rua Coronel Silva Castro, altura do n° 202.
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 09h às 12h30 e das 13h30 às 16h.
São João Clímaco: Rua São João Clímaco esquina com a Rua Luís Abodanza.
Horário de funcionamento: terças e quintas, das 09h às 12h30 e das 13h30 às 16h. Aos sábados, das 9h às 12h30h.
Vila Guacuri: Rua Joaquim Forzano, em frente ao número 50.
Horário de funcionamento: segunda à sexta, das 09h às 12h30 e das 13h30 às 16h.
Aos sábados das 9h às 12h30.
Jardim Patente: Av. Patente, 193, dentro do Condomínio Habitacional São Caetano*
Horário de funcionamento: segunda, quarta e sexta, das 9h às 12h30 e das 13h30 às 16h.
*Acesso exclusivo para os moradores do condomínio.
- São Paulo (Região Metropolitana)
 Barueri (SP): Av. Marginal Direita (s/n), no Jardim Paulista, ao lado da UBS.
Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 09h às 12h30 e das 13h30 às 16h.
Ciclovivo/Utopia Sustentável

terça-feira, 26 de maio de 2015

88% dos brasileiros subestimam impacto de alimentação inadequada





Uma nova pesquisa realizada em seis países pela Consumers International, a federação internacional de organizações de consumidores, mostra que um grande número de pessoas não tem conhecimento do grande impacto que as dietas não saudáveis estão tendo sobre a saúde pública global. A entidade brasileiraProteste, que integra a organização, destaca os dados nacionais da pesquisa.
Apenas 12% dos brasileiros identificaram que as dietas não saudáveis contribuem para mais mortes do que as guerras, o tabagismo, o consumo de álcool, o HIV/AIDS ou a malária. Quase nove em cada 10 brasileiros (88%) subestimam o impacto global de dietas pouco saudáveis quando comparados a outras causas.
A pesquisa também mostra a demanda por ações para ajudar os consumidores a escolher uma dieta saudável. Medidas como a redução de níveis elevados de gordura, açúcar e sal em alimentos todos os dias (74% apoiam fortemente, 25% apoiam), que regulamenta a comercialização de alimentos ricos em gordura, açúcar e sal para crianças (59% apoiam fortemente, 34% apoiam) e dando aos consumidores mais informações sobre os níveis de gordura, açúcar e sal nos alimentos (83% apoiam fortemente, 16% apoiam), receberam níveis muito elevados de apoio.
Para Amanda Longo, diretora geral da Consumers International (CI), a pesquisa sugere que poucas pessoas entendem a escala da crise de saúde que o mundo está enfrentando. Dietas pouco saudáveis contribuem para 11 milhões de mortes por ano, categoria acima do tabaco como a principal causa mundial de doenças não transmissíveis evitáveis, como doenças cardíacas e câncer. A obesidade por si só custa à economia mundial dois trilhões de dólares por ano.
Desde 1980, a prevalência de obesidade em todo o mundo quase dobrou e a incidência de diabetes tipo 2 aumentou com dietas pouco saudáveis, o maior contribuinte para o problema global.
A Consumers International tem feito campanha para uma Convenção Global para proteger e promover dietas saudáveis, usando um mecanismo semelhante ao da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, que envolveu a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Estados membros.
A proposta é comprometer os países membros da OMS com políticas que incluem restrições à comercialização de alimentos pouco saudáveis para crianças, melhor rotulagem nutricional, reformulação de alimentos transformados para reduzir a gordura, açúcar e sal e o uso de instrumentos fiscais para apoiar o consumo de alimentos saudáveis.
Um tratado mundial de promoção e proteção da alimentação saudável é fundamental, pois atualmente, mais de dois bilhões de pessoas estão acima do peso – ou quase 30% da população mundial; cerca de 11 milhões de mortes por ano estão ligadas à alimentação inadequada; e o impacto econômico chega a dois trilhões de dólares por ano – ou quase três por cento do PIB mundial. São números bastante alarmantes.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Brasil, cadê sua ambição?


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4ª Audiência Pública da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas, 29 de abril de 2015. Foto: © Alan Azevedo / Greenpeace
4ª Audiência Pública da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas, 29 de abril de 2015. Foto: © Alan Azevedo / Greenpeace
Governo assume que COP 21 em Paris não será a solução definitiva dos problemas climáticos, lembra das antigas colaborações brasileiras sem prometer muito e cobra ação de outros países
Faltam menos de 5 meses para que o governo brasileiro apresente o relatório de compromissos que cada país deve entregar às Nações Unidas (ONU), contendo suas metas nacionais para a mitigação das mudanças climáticas. O INDC (Contribuição Intencional Nacionalmente Determinada, em tradução livre) serve como base para as negociações da COP 21, a vigésima primeira edição da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, a ser realizada em Paris no fim do ano.
O Greenpeace vem acompanhando a formulação do relatório nas audiências de consulta pública que o governo realiza desde o começo do ano no Congresso Nacional e também no Itamaraty. O que se nota é um tom passivo ao reconhecer que o encontro climático em Paris “não será nenhuma bala de prata”, como disse nesta terça-feira (19) o Ministro Everton Lucero, representante do Itamaraty, durante audiência pública da Comissão de Participação Legislativa, na Câmara.
Existe uma grande expectativa internacional sobre a COP 21, onde 196 países membros apresentarão seus esforços para combater as mudanças climáticas. Mas para o governo, que se diz referência mundial na mitigação das emissões de gases de efeito estufa com as medidas que tomou no passado, o Brasil já fez sua parte.
É preciso reconhecer o que já foi feito. Entre 2005 e 2012, o País reduziu cerca de 41% das emissões. Segundo Adriano Oliveira, representante do Ministério do Ambiente (MMA), em 2014 o desmatamento, uma das principais causas de emissão de CO2, havia sido reduzido em 80% se comparado com o ano de 2004.
“O governo insiste em mostrar que o Brasil está em condição melhor do que outros países, o que é verdade, mas ao mesmo tempo está andando para trás enquanto o resto do mundo está avançando no combate às mudanças climáticas”, alertou Alfredo Sirkis, diretor do Centro Brasil no Clima.
O ex-deputado Sirkis faz referência à participação de energia renovável na matriz energética brasileira, tese corroborada por Tasso Azevedo, hoje do Observatório do Clima. Durante a 4ª audiência da Comissão sobre Mudanças Climáticas no Senado, Azevedo disse: “o Brasil segue uma rota ao inverso do que o mundo está indo agora. Já chegamos a ter 53% de energia renovável em nossa matriz energética. Mas num período curto de 10 anos foi para quarenta, e continua caindo”.
Energia para o clima
As termoelétricas, usinas movidas à carvão, diesel e gás, são responsáveis por boa parte das emissões do setor de energia. Com a crise no abastecimento, que depende cada vez mais das termoelétricas para corresponder à demanda do brasileiro, as emissões provenientes dessas fontes aumentaram em 20 milhões de toneladas de CO2 entre 2012 e 2013.
A participação de renováveis na matriz brasileira ronda os 40%, e Adriano Oliveira, representando o MMA, disse em abril que o ministério está pronto para discutir aumentar esse número.
Ano passado foi a primeira vez na história que a capacidade de energia instalada em fontes renováveis ultrapassou a de energia convencional. Os investimentos em energia fóssil chegaram ao patamar de US$300 bilhões em 2014, enquanto as renováveis receberam US$270 bilhões no mesmo ano.

“É a primeira vez que elas quase se equiparam. As fontes renováveis estão se tornando cada vez mais competitivas e devem aumentar sua participação no mercado nos próximos anos”, explica Pedro Telles, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “Veja a energia solar, por exemplo: seu preço despencou 80% nos últimos quatro anos”. (Greenpeace Brasil/ #Envolverde/Utopia Sustentável)

domingo, 24 de maio de 2015

Casa-móvel produz sua própria energia e pode ir para qualquer lugar do mundo





A Ecocapsule é a casa ideal para quem sempre sonhou em viver de maneira independente e viajar o mundo, ao mesmo tempo em que preza pelo conforto de um lar. Criada pelo escritório eslovaco Nice Archtects, esta pequena residência atende a todos esses desejos e vai além: é sustentável.
Um dos grandes destaques desta casa é o fato de não necessitar da energia fornecida pelas redes de transmissão. Sua superfície é coberta por placas fotovoltaicas e uma pequena turbina eólica, com 750 watts. Juntas, as duas estruturas garantem toda a energia necessária para o seu funcionamento. Para garantir o abastecimento, independente das condições ambientais, os criadores também usaram uma bateria que armazena o excedente energético para uso posterior.

Foto: Divulgação
Apesar de pequena, a Ecocapsule possui todos os elementos essenciais necessários para uma estadia prolongada confortável, sem a necessidade de recargas ou reabastecimento. De acordo com os arquitetos responsáveis pelo projeto, ela abriga confortavelmente dois adultos.

Foto: Divulgação
Esta casa-móvel é capaz de oferecer o mesmo tipo de conforto disponível em uma residência tradicional. Os moradores contam com torneiras, chuveiro quente e banheiros equipado com vasos sanitários com descarga. A água, assim como a energia, também é obtida de maneira sustentável. Sua forma esférica é otimizada para recolher a água da chuva e do orvalho. O recurso passa por um filtro e pode ser usado para o consumo humano. O mesmo sistema serve para limpar água de outros mananciais.

Foto: Divulgação
Segundo os criadores, a Ecocapsule se encaixa em qualquer contêiner de tamanho padrão e também pode ser transportada através de reboque para qualquer lugar do mundo.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Jaime Gold: somos todos culpados



O brutal e injustificável assassinato do médico Jaime Gold, na Lagoa Rodrigo de Freitas, morto a facadas, ao que tudo indica, por menores de idade, vem ratificar uma triste realidade nacional: aqui a vida está valendo muito pouco.

Não podemos outra vez discutir a questão apenas sob a ótica simplista e emocional (com toda razão) do crime em si, não levando em consideração a penca de fatores causadores de fato, não desse, mas de toda a violência que assola o país há décadas.  E que só aumenta.  

É preciso enxergar um pouco além e discutir o papel dos vários atores sociais que vêm ajudando a construir essa perversa e cruel sociedade brasileira, até chegarmos ao estágio atual em que aceitamos que uma vida seja trocada por uma bicicleta, uma carteira.

É preciso ter consciência que não nos tornamos monstruosos assim da noite para o dia.   Isso leva tempo.  É preciso olhar para dentro de cada um de nós e perguntar, comparar, entender o por quê de outras nações não terem os mesmos níveis de violência nossos.

Com a reforma educacional implementada pela ditadura militar, nossa educação se mercantilizou, sendo entregue à iniciativa privada, algo inimaginável em nações desenvolvidas, onde esse e outros bens, como a saúde, são deveres do Estado e direitos inalienáveis de toda a sociedade.    Aí, algumas raízes causais de nossa tragédia atual.

Por um tempo morei na Itália, com filhos em idade escolar.  Ali presenciei (à parte já vivermos a era “Berlusconiana), o real significado de uma educação universalizada.  Não raro levava meu filho à escola e às vezes ficava na porta observando seus coleguinhas chegarem acompanhados dos pais.  E via que na mesma sala estudavam o filho do mecânico da oficina onde consertava nosso carro e vinha de bicicleta deixar o filho, e o dono da fábrica de sapatos da cidade que chegava com o pai de Ferrari.  Em Cuba, conversando com nativos da “Ilha”, soube que as duas profissões mais importantes e mais bem remuneradas, eram justamente o professor e o médico.  Questão de Estado, da sociedade exigir de seus governantes suas prioridades.  


Li o depoimento emocionado da ex-mulher do médico assassinado esta semana.  Marcia Amil, com toda a dor do difícil momento, foi de uma clareza impressionante. Ela criticou os que pretendem se aproveitar de mais uma tragédia para defender a redução da maioridade penal.

"Nem sei se foram menores, mas sei que Jaime foi vítima de vítimas, que são vítimas de vítimas. Enquanto nosso país não priorizar saúde, educação e segurança, vão ter cada vez mais médicos sendo mortos no cartão postal do país. E não só médicos, afinal, morrem cidadãos todos os dias em toda a cidade, não só na Zona Sul".

Inútil a discussão estéril (e apenas com o foco na Segurança Pública ou na Justiça) que, cotidianamente, assistimos através de uma mídia comprometida apenas com seus interesses e lucros, fazer.  O episódio, aliás, é prato cheio para a propaganda daqueles que pregam a redução da maioridade penal.  Se continuarmos a discutir apenas os motivos e as razões que levaram este jovem a esfaquear barbaramente Jaime Gold, nada mudará e continuaremos, como bem disse sua esposa, a ver outros tantos cruéis crimes acontecerem.  

Do jeito que as coisas caminham, chegará o dia que algum gênio da Segurança vai propor que metade da população tome conta da outra metade.  Não vai adiantar. 

Sem querer justificar a barbárie do crime cometido, mas ao mesmo tempo tentando entender a cabeça da população pouco abastada e sem as oportunidades e os direitos básicos necessários atendidos, o estado brasileiro oferece muito pouco a essas famílias e, portanto, suas vidas pouco ou quase nada valem.  Se nossa classe política e elites partissem dessa lógica, talvez fosse mais fácil entender o motivo de as nossas vidas, aqui do outro lado do Apartheid Social Tupiniquim, também valerem tão pouco.  Nossa sociedade está doente e esse, infelizmente, é um dos preços dessa brutal desigualdade.

Abraços Sustentáveis


Odilon de Barros

Cidade em MG troca materiais recicláveis por vale-compras





A cidade de Alpinópolis, no interior de Minas Gerais, encontrou um jeito criativo para driblar a falta de coleta seletiva e ainda incentivar a população a reciclar. Através do projeto “Ventania e Cidadania”, os moradores podem levar seus resíduos recicláveis a uma central e trocá-los por vale-compras.
Em entrevista ao site CicloVivo, Carlos Fernando Lemos, gestor local do Bolsa Família, explicou que a iniciativa surgiu em 2011, inspirado pelo exemplo de uma cidade vizinha, que já aplicava um sistema semelhante. Desde então, a população local tem abraçado a ideia e se beneficiado pelo projeto.
A cidade, que conta com quase 19 mil habitantes, arrecada mensalmente através do programa uma média de cinco mil toneladas de materiais recicláveis. Para participar é muito simples. O cidadão precisa apenas levar o lixo reciclável até o posto de coleta e fazer a troca. Quem já leva todos os materiais separados tem direito a um vale maior, mas também é possível entregar todos os resíduos misturados. Os cupons podem ser usados para fazer qualquer tipo de compra mercado localizado na própria central. Os valores dos tickets variam de acordo com o material entregue. Um quilo de alumínio, por exemplo, é trocado por um vale de R$ 2,50, os metais valem R$ 4,50, garrafas PET R$ 0,90 e assim por diante.

Foto: Divulgação
Lemos deixa claro que o projeto, coordenado pelo Departamento Municipal de Ação Social, é bancado inteiramente pela prefeitura, que não tem interesse em lucrar com a iniciativa. Todos os resíduos arrecadados são revendidos a uma empresa privada especializada em reciclagem, que se responsabiliza pela gestão e manufatura do lixo.
O município mineiro não possui sistema de coleta seletiva. Portanto, é essencial mobilizar a população para evitar que os materiais recicláveis sejam desperdiçados ou acabem ocupando espaço em aterros sanitários.

Foto: Divulgação
Lixo trocado por diversão
Outra forma usada pela prefeitura de Alpinópolis para coletar recicláveis são os eventos conhecidos como “Praça Viva”. Uma vez por mês alguma praça da cidade é transformada em um espaço de lazer e cultura. Como em todas as festas, esta também tem brincadeiras, barracas de comida e muitos brindes. O diferencial é que, ao invés de pagar com dinheiros, os participantes podem pagar as atrações com lixo, no mesmo esquema de troca usado nos vale-compras. Na última edição, realizada no início de maio, o evento arrecadou três toneladas de materiais, durante cinco horas de festa.

Foto: Divulgação
O próximo passo
A gestão adequada de resíduos tem sido uma ferramenta para promover a inclusão social e combater as desigualdades no município. Um projeto em estudo pelo Departamento Municipal de Ação Social, através da diretora Maria Cacília Vilela Santos, pretende usar este sistema também para oferecer alimentação saudável, tendo os recicláveis como moeda de troca.
O projeto foi apelidado de “Cozinha Popular”. A ideia é implantar na cidade um restaurante que ofereça marmitas com baixo custo e que permita que o pagamento seja feito com materiais recicláveis no lugar do dinheiro.Ciclovivo/Utopia Sustentável