sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Alemã doa tudo o que tem e vive há 18 anos sem dinheiro




Você já imaginou viver sem ganhar ou gastar um centavo sequer durante 18 anos? Isso pode parecer impossível, mas não é. Pelo menos, é o que diz a alemã Heidemarie Schwerner. Aos 53 ela deixou o emprego e todos os seus bens para trás e optou por um estilo de vida totalmente diferente, baseado na ideia de se preocupar com um dia de cada vez.
Heidemarie vivia uma vida normal. Ela era casada, tinha dois filhos e dava aulas, além de atuar como psicoterapeuta. Tudo começou a mudar quando ela se separou do marido e mudou com os filhos para Dortmun, na área rural da Alemanha. Ao conhecer melhor a nova cidade, ela descobriu que o local possuía muitos moradores de rua. Isso a incomodou ao ponto de ela decidir encontrar uma forma de ajudá-los a terem uma vida melhor.
Para alcançar este objetivo, a professora criou o Tauschring, um espaço onde qualquer pessoa poderia trocar serviços ou materiais por aquilo que precisavam. Mesmo sem ter nenhuma restrição, o projeto, inicialmente, não foi muito frequentado pelos moradores de rua. Segundo reportagem do site True Activism, eles se sentiam incomodados pelo fato de ela ser uma mulher estudada e estar disponibilizando os seus próprios bens. Por outro lado, haviam muitos aposentados que enxergaram na proposta uma oportunidade para oferecer serviços e conseguirem novas ocupações.
Aos poucos o projeto foi ficando famoso e ganhando mais e mais adeptos. Após os filhos saírem de casa, a alemã ficou sozinha e decidiu que a sua profissão como professora já não a satisfazia. Sem ter mais com quem se preocupar, ela embarcou em uma grande aventura. Heidemarie vendeu o seu apartamento e passou a viver apenas com o que cabia em uma mochila e uma mala de viagem.
Para ter onde dormir e o que comer, ela oferece diversos tipos de serviços, desde lavar pratos e limpar a casa, até fazer companhia para alguém que está sozinho. Hoje, com mais de 70 anos, ela garante que nunca esteve tão feliz. Mesmo sem ter uma renda monetária, Heidemarie viaja muito. Ela explica que as pessoas entram em contato e enviam passagens para que ela fique hospedada em suas casas. A cada dia é uma nova oportunidade. Ao invés de ter medo do que o amanhã reserva, ela diz que tem apenas curiosidade.
A senhora não faz nada em troca de dinheiro e ainda questiona o modelo capitalista. A prova disso veio com o sucesso de três livros escritos por ela, em que a experiência é compartilhada. Toda verba obtida com a comercialização da obra é doada a instituições de caridade. A alemã possui apenas uma poupança com 200 euros para algum caso de emergência, mas nem convênio médico ou seguro saúde ela tem.
Segundo Heidemarie, a experiência inicial deveria durar apenas um ano, fazendo a troca de serviços por moradia e alimentação. Mas, ela não conseguiu mais se livrar disso, o que não foi um problema. Pelo contrário, ela diz que o momento foi uma “libertação”. O estilo de vida da senhora alemã tem inspirado muitas pessoas e deu origem ao documentário: “Vivendo sem dinheiro”. Para ela, não é necessário ter uma renda para viver bem. “O dinheiro nos distrai do que é realmente importante”, diz a alemã no documentário. Ciclovivo/Utopia Sustentável

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Pantanal é eleito um dos melhores destinos de vida selvagem no mundo





O Pantanal foi eleito o quarto melhor destino para apreciação de vida selvagem no mundo. A votação, promovida por um dos principais portais de notícias dos Estados Unidos, o USA Today, teve a participação de internautas do mundo todo durante quatro semanas. A primeira colocação ficou com a Ilha de Galápagos, no Equador.
O Pantanal engloba os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – e se caracteriza por ser uma área de transição entre Cerrado e Amazônia rica em biodiversidade. A variedade de ambientes torna a região um dos principais destinos para o turismo contemplativo e a observação da vida selvagem, especialmente pela prática do ecoturismo e do turismo de aventura.
O site do USA Today exalta, entre as qualidades do Pantanal, o fato de a região ter a mais densa concentração de vida selvagem no mundo, incluindo 10 milhões de jacarés, cerca de 700 espécies de aves e animais como anta, capivara, lobo-guará e a onça pintada, alguns, ameaçados de extinção.
“É importante que visitantes do mundo todo possam conhecer a região e queiram voltar”, disse Nelson Cintra, diretor-presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul.
Uma das maiores cidades pantaneiras, Corumbá (MS) é classificada pelo Ministério do Turismo como um dos 65 destinos indutores do turismo brasileiro, e recebe, em média cerca de 214 mil turistas ao ano. Além da natureza exuberante, a cidade tem igrejas centenárias e antigos fortes de proteção da área de fronteira.
Não conhece esse maravilhoso destino? Clique aqui para conferir 31 fotos que vão te transportar para o Pantanal.
Confira os destinos eleitos, em ordem de preferência dos internautas
1Ilhas Galápagos (Equador)
2. Reserva Nacional Pacaya Samiria (Peru)
3.Costa Rica
4.Pantanal (Brasil)
5.Parque Nacional Katmai (Alasca, Estados Unidos)
6.Delta do Okavango (Botswana)
7.Churchill  (Canadá)
8.Parque Nacional de Yellowstone (EUA)
9.Serengeti / Maasai Mara (Tanzânia e Quênia)
10.Parque Nacional de Ranthambore (Índia)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Seja bem-vindo à era da escassez



por Eduardo Shor*
shutterstock humanidade Seja bem vindo à era da escassez
Foto: Shutterstock

Pode ser que os leitores acabem antes do livro impresso. O Orkut, a Petrobras, o futebol brasileiro, a vida como a gente conhecia não existem mais. E os picolés? Viraram paletas mexicanas vendidas em food trucks
Você sabe da última? Entramos na era da escassez. O mundo agora é assim. Está cada vez mais comum se falar na última. A última gota, ponta, semente, vez que você viu uma estrela no céu na cidade de São Paulo. Quando foi mesmo?
A água pode acabar. Existe gente que jura que dá para ficar sem tomar banho. Mas uma pessoa de bem, um pai de família, uma mãe de criança, empresária, conseguiria viver sem chocolate? Difícil. E o pior: a produção de cacau não tem dado conta para tantos dedos querendo se lambuzar com bombons, tabletes, cremes.
Onde estão os picolés? Saudades das velhas Kombi que vendiam cachorro-quente. Raridade. Nas festas do interior, as barraquinhas ofereciam pinga, marvada, imaculada, branquinha, bagaceira, a-que-matou-o-guarda.
Hoje a cachaça só entra se tiver nome bonito, aliás qualquer coisa só entra desse modo. O sujeito não sai de casa se não for para conhecer um espaço diferenciado. E, em vez de enfiar o pé na jaca, mergulha os calcanhares no leito de rúculas ao molho de iogurte, oréganos frescos e damascos da Polinésia. É o pé na jaca gourmet, com o perdão da cacofonia.
O Orkut acabou; a Petrobras, dizem. Os ascensoristas não estão mais dentro dos elevadores, substituídos por vozes mecânicas. O Eike deixou a lista dos bilionários. E nem Clarice Lispector teve um repertório tão vasto de frases para as redes sociais, da forma que querem fazer você acreditar.
O livro impresso vai acabar algum dia? Pode ser que os leitores acabem antes do livro. O mundo politeísta assistiu ao nascer do monoteísmo, até que se declarou Deus morto, ou, quem sabe, ele nunca tenha existido.
A crônica esportiva procura entender por que o nosso futebol acabou. A extinção da paixão pela camisa, do improviso do craque brasileiro. Os analistas do mercado querem descobrir por que a economia desaqueceu. O PIB sumiu. A arara-azul e o mico-leão-dourado faz muito também não aparecem por essas bandas.
A vida como a gente conhecia não existe mais. Ficou nas fotografias, que de uns tempos para cá não desbotam. Permanecem coloridas e vivas, como se o momento registrado tivesse acabado ontem ou uma hora atrás. O clima mudou, as geleiras estão derretendo, os rios estão secando. Pode faltar luz nos próximos meses.
Acabou o dinheiro – o meu, pelo menos. A paciência da população, a vergonha dos políticos, a revolta junina, o espaço para tanto silicone, o carnaval de outrora, o amor.
O amor acabou sem nem avisar com antecedência. Um dia o homem acordou, pulou da cama e disse a ela: não dá mais. Logo os dois, que tinham amado Paris, amado Veneza, amado a primeira vez que fumaram maconha, amado aquele filme do Woody Allen. Amaram tanto tudo que faltou amor para continuarem a se amar.
E não aconteceu só com eles. Falta de amor se espalha que nem gripe. Atchim! Beija-se sem amor, casa-se sem amor, transa-se sem amor. E os pais não veem a hora de devolver as crianças, tomarem de volta o pagamento do parto. Chega-se a uma certa idade que a gente não tem mais saúde.
Acabou a atenção. Pessoas andam pela rua batendo a testa, trombando em postes. Olha o celular, digita, esquece a vida. Um exército de seres que estão aqui, mas não estão em lugar algum. Cabeças perdidas em bate-papos, jogos, vídeos de sexo, piadas, notícias. Onde estará de verdade toda essa gente?
Talvez seja por isso que se fale cada vez mais em encontrar outros planetas, galáxias, estrelas. O dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José? Esse planeta acabou, ou está acabando, anote aí, antes que acabe a tinta da caneta, ou a bateria do seu computador.
Uma sonda acabou de pousar em um cometa pela primeira vez, a Nasa anuncia para os próximos anos uma missão tripulada inédita para Marte. Candidato, seu tempo acabou. A lei acabou no Brasil, acabou a promoção no shopping, na 25 de Março, na Rua da Alfândega. Acabou a privacidade, o Calendário Maia. Acabou o coletivo, agora cada um só quer saber de si.
Não tem mais o que acabar por esses lados, vamos acabar com o que a gente ainda nem conhece direito. O que pode ser destruído na Lua? Em Júpiter? Saturno ainda perde seu anel em um assalto interestelar. Enquanto houver esse texto é possível ter a garantia de que algo continua, a esperança, mas nem isso. Acabou a linha, acabou o espaço, acabou o texto. Fim.site Página 22./Utopia Sustentável

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Catadores de SP podem receber bicicleta adaptada para facilitar coleta





A prefeitura de São Paulo estuda levar para a cidade uma iniciativa que tem auxiliado os catadores de recicláveis de Pernambuco. Apelidada de Projeto Relix, a ação doa bicicletas coletoras que substituem as carroças usadas pelos catadores.
Conforme informado por Eduardo Suplicy, secretário de Direitos Humanos da capital paulista, o prefeito, Fernando Haddad tem discutido a proposta e buscado formas de implantar o projeto também na cidade de São Paulo.
Em sua página no Facebook, Suplicy publicou uma foto em que está reunido com o prefeito e com Lina Rosa Vieira, responsável pela criação do programa aplicado em Recife. Segundo ele, Haddad já conseguiu o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi) para disponibilizar a Ciclolix, bicicletas adaptadas, aos catadores de São Paulo.
Em Pernambuco o sistema já funciona através da parceria entre a Prefeitura e o Sesi e entregou cem bicicletas aos coletores de Recife. As Ciclolix possuem diversas facilidades que melhoram a eficiência da coleta e também a quantidade de materiais que podem ser transportados por cada catador.
A bicicleta é capaz de transportar até 500 quilos de materiais recicláveis. O seu espaço para armazenamento possui divisórias, para que os resíduos sejam dispostos separadamente. Além disso, as bikes são equipadas com amassador de latinhas, espelhos laterais, sinalizadores e é totalmente adaptada para oferecer mais segurança e rapidez aos catadores. CicloVivo/Utopia Sustentável

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Publicitário dá volta ao mundo de bicicleta em busca de histórias inspiradoras





O publicitário Aldo Lammel, 31 anos, trocou seu emprego na área de tecnologia por uma aventura solitária ao redor do planeta com a ajuda de algumas mochilas e uma bicicleta. Com know-how em planejamento e execução de projetos, Lammel desenvolveu nos últimos 15 meses o “Mochila & Bike”, um projeto sociocultural que viajará por 40 países durante 40 meses, visitando iniciativas que apostem em crianças através da educação e inclusão social.
Aldo saiu no último dia 31 de janeiro de Porto Alegre em direção ao Uruguai, de onde seguirá para o Chile e, posteriormente, para o Equador, no norte da América do Sul, completando os primeiros meses de uma viagem com previsão de 1.200 dias de estrada.

Foto: Reprodução
Na viagem Lammel não gastará nenhum centavo com alimentação e hospedagem, dependendo unicamente da atitude das pessoas que o encontrarem pelo caminho. "Me preparei muito para realizar o sonho de conhecer lugares e pessoas além de construir um verdadeiro trabalho publicitário, divulgando e 'vendendo" o que realmente vale a pena: pessoas que lutam por pessoas, dando esperança e qualidade de vida para quem não teve as boas oportunidades que você e eu tivemos, por exemplo. O meu trabalho será visitar iniciativas bacanas, entrevistá-las e preparar um vídeo de poucos minutos, mostrando esse bonito trabalho para o público brasileiro, dando a cada iniciativa visibilidade", conta o ciclista.
Essa aventura de abordagem sociocultural pode ser acompanhada pelas redes sociais do projeto "Mochila & Bike: Atitudes Mundo Afora" e pelo Instagram pessoal de Aldo Lammel.  Ciclovivo/Utopia Sustentável

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Lista Suja do Trabalho Escravo continua bloqueada pelo STF




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Trabalhadores resgatados pelo MPT 11º, em setembro de 2014, em uma carvoaria em Rondon do Pará (PA), atuavam por até 15h diárias sem equipamentos de proteção e sem acesso a água potável. Foto: © MPT/Divulgação

A publicação, que deveria ter ocorrido em 30 de dezembro, foi suspensa por decisão liminar emitida pelo ministro Lewandowski. Enquanto isso, o mercado fica vulnerável a fornecedores envolvidos com o crime.
A data de 28 de janeiro marca, desde 2009, o Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo no Brasil. Mas este ano, infelizmente, não há motivo para celebrar: hoje faz 29 dias que a Lista Suja do Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), está suspensa pela justiça.
O cadastro, que traz o nome de empresas e pessoas flagradas utilizando mão de obra escrava, é utilizado por compradores e instituições financeiras como ferramenta para eliminar o trabalho escravo de seus negócios. Mas, desde o final do ano passado, o mercado pode estar sendo contaminado com produtos e serviços oferecidos às custas da dignidade humana.
A publicação da nova versão da “lista suja” deveria ter ocorrido no último dia 30. Mas sua divulgação foi suspensa, graças a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin 5209) movida pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que teve decisão liminar favorável emitida pelo ministro Ricardo Lewandowski, em pleno o recesso de Natal. Com a decisão, as portarias interministeriais que regulamentam os processos de inclusão dos nomes e de divulgação da lista, ficam suspensos até que o STF julgue o mérito da inconstitucionalidade ou que a liminar seja derrubada. O Supremo só retomara as atividades em 2 de fevereiro.
Atualmente, para ter o nome incluído na Lista Suja o empresário precisa ser flagrado com trabalhadores atuando em condições análogas a da escravidão. Os empregadores só são listados após direito de defesa administrativa e os nomes permanecem no cadastro por dois anos. “A lista em si não determina qualquer punição ou restrição às empresas do ponto de vista legal. Funciona como mecanismo de transparência, porque traz a informação sobre aqueles que insistem em adotar esta prática”, esclarece Adriana Charoux, da campanha Amazônia do Greenpeace.
Bloqueio prejudica o mercado
Como se não bastasse o bloqueio da nova lista, a última versão, publicada em julho de 2014, foi retirada do ar. Atualmente, mais de 400 companhias de diversos setores utilizam a ferramenta para cumprir o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. O material podia ser acessado por qualquer cidadão. Sem isso, não há garantias de que determinado produto não faça parte desta cadeia nefasta.
Da mesma maneira, as empresas que assinaram o Compromisso Público da Pecuária e a Moratória da Soja, que inclui as maiores empresas de soja e carne do mundo, utilizam o cadastro do MTE diariamente antes de aprovar as compras junto aos seus fornecedores, para manter este ilícito social longe de suas cadeias produtivas.
No caso da pecuária, a ausência do documento é especialmente preocupante. Segundo o MTE, a atividade pecuária é exercida por 40% dos empresários flagrados utilizando mão de obra escrava.
Até julho do ano passado, o documento continha 609 nomes. Destes, 380 eram de estados da Amazônia Legal, sendo que 10% deste total também foram multados por desmatamento ilegal nos últimos cinco anos. A nova lista traria quase 100 nomes adicionais, chegando perto de 700 empregadores que utilizam mão de obra escrava ou análoga a escravidão, segundo apurou o site Repórter Brasil.
Escravidão contemporânea
A escravidão foi oficialmente banida do Brasil em 1888. A Lei Áurea pode ter acabado oficialmente com a venda de seres humanos, mas não impediu que homens, mulheres e crianças continuassem a ser tratados como escravos ao longo da história.
De 1995 a 2013, o MTE resgatou 46.478 trabalhadores de condições de trabalho análogas a da escravidão e emitiu R$ 86,320 milhões em multas por este motivo. Números alarmantes, especialmente para um país que se vangloria por ter uma das mais modernas legislações trabalhistas do mundo.
A Lista Suja do Trabalho Escravo existe desde 2003. Criada pelo MTE e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), o cadastro é considerado um marco no combate ao trabalho escravo, pois dá transparência e acesso a informação, como previsto na Constituição Federal, por se tratar de assunto de interesse público.
A decisão do Ministro Lewandowski vai na contramão da urgência de se ampliar os mecanismos de transparência pública tão bem representados pela lista, além de ser um duro golpe ao combate da escravidão contemporânea.
No dia 15 de janeiro a Procuradoria Geral da República (PGR) entrou com um agravo regimental que busca a liberação da Lista. Na peça jurídica, a vice-procuradora da República, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, ressalta que “a suspensão da divulgação dos empregadores autuados por infrações trabalhistas gravíssimas pode reverter o efeito de desestímulo que a existência desse mecanismo gera nos agentes econômicos e fazer que empregadores tendentes a adotar tais práticas ilícitas se sintam estimulados a concretizá-las”.
O Greenpeace considera a Lista Suja do Trabalho Escravo uma ferramenta essencial para que a sociedade reconheça e lute contra o problema. O Brasil não pode ficar de olhos vendados. A Lista deve ser publicada já!Greenpeace Brasil/Utopia Sustentável.

Metrô no Rio reaproveita toda a água utilizada na obra





Em meio às discussões sobre o consumo consciente de água, a Linha 4 do Metrô (Barra da Tijuca – Ipanema) está fazendo a sua parte na preservação do recurso. Na construção dos 16 quilômetros de extensão da nova linha, a água utilizada pelos equipamentos de perfuração e resultante da escavação dos túneis entre a Barra e a Gávea, por exemplo, é tratada e totalmente reutilizada. Desde 2011, cerca de 200 milhões de litros passaram pelas estações deste trecho – o que daria para abastecer 18.300 mil casas por um mês.
A água também serve para a lavagem dos caminhões, máquinas e pneus de veículos que circulam nos canteiros, assim como para umidificar os canteiros e ruas do entorno. O objetivo é reduzir a poeira gerada pela obra, a fim de minimizar o volume de partículas no ar e, consequentemente, o incômodo para a comunidade.
Depois de a água ser usada pelo jumbo, equipamento de perfuração, ela passa por decantadores a cada 300 metros, primeira etapa das estações de tratamento, num ciclo que evita o desperdício. Só então volta a ser reutilizada pelo equipamento.
Na zona sul, duas estações de tratamento de efluentes (ETEs) reaproveitam cerca de 130 mil litros de água por dia. No canteiro onde está sendo construída a Estação Antero de Quental, no Leblon, a água do rebaixamento do lençol freático é utilizada para umidificar as ruas, o que reduz a poeira e contribui para a limpeza do entorno da obra. Para impedir que os caminhões deixem os canteiros e sujem as ruas com resíduos da obra, os engenheiros criaram o "lava rodas”. A água utilizada passa por quatro caixas decantadoras até retornar ao sistema de tratamento e recomeçar o ciclo de reaproveitamento. Há um para cada frente de serviço.
Já no canteiro Igarapava, a ETE trata diariamente cerca de 100 mil litros de água. Essa água é utilizada nos serviços de limpeza do próprio canteiro e também nas ruas. Na Central de Concreto são tratados e reutilizados cerca de 30 mil litros de água por dia. A água com resíduos, resultante da lavagem dos caminhões betoneira, escoa para caneletas espalhadas por todo o terreno, ligadas à estação de tratamento. Depois de tratada, parte da água é reutilizada para o “lava rodas” e a própria lavagem das betoneiras, numa vazão média de 25 mil litros por dia. A outra parte é destinada à rede de drenagem pluvial.
Faça você mesmo:
Sabia que na Linha 4 do Metrô até os gotejos dos aparelhos de ar condicionado são reaproveitados? É um sistema fácil, que pode até ser implementado em casa. Na obra, são cerca de 750 litros de água por semana que, somados à captação da água de chuva, são reutilizados para serviços de limpeza das salas, pisos e banheiros.
Para isso, basta deslocar a mangueira do seu ar condicionado para um recipiente: um balde ou tubo de pvc. No caso da obra, são utilizados tubos de 100ml, interligados, com uma torneira acoplada para dosar o uso da água. Em casa, com uma mangueira um pouco maior, é possível colocá-la com a ponta enterrada até na terra nos vasos de planta. Ciclovivo/Utopia Sustentável

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Á beira do colapso, Governo do Estado de SP cria Comitê de Crise Hídrica




Aliança pela Água de SP divulga nota sobre a criação do comitê de crise hídrica. Para a rede, a iniciativa chega atrasada e com pouca participação social. Confira a nota na íntegra.
O governo do Estado de São Paulo publicou nesta quarta-feira (4) o Decreto nº 61.111, que institui, sob a coordenação da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, o Comitê de Crise Hídrica no âmbito da Região Metropolitana de São Paulo. A medida vinha sendo cobrada pela sociedade civil desde outubro do ano passado, quando vários indicadores apontavam a dimensão da crise hídrica e climática que ameaça o abastecimento de água em São Paulo.
Para a Aliança pela Água, rede com mais de 50 entidades que vem monitorando a crise e apresentando propostas, embora seja um primeiro passo importante, o Comitê criado pelo governo deveria ter um mandato mais amplo e mais político para incidir na gestão da crise. A Aliança defende que, além de gerir o racionamento de forma transparente, este Comitê deve discutir e apresentar propostas e alternativas para complementar o fornecimento de água, garantir o abastecimento aos serviços essenciais e a comunicação clara com a sociedade, a fim de evitar pânico e impactos à saúde.
aguacrise Á beira do colapso, Governo do Estado de SP cria Comitê de Crise Hídrica
Falta de água em Itu, 2014-Mídia Ninja

Este Comitê de Crise Hídrica precisa ainda ampliar a representação dos diferentes segmentos da sociedade civil que serão fundamentais na mobilização popular para enfrentar o colapso.
Com o agravamento da crise nos últimos dois meses e as incertezas frente aos cenários climáticos, é difícil dizer quanto tempo a estiagem e a restrição no abastecimento podem perdurar. Será necessário um plano de emergência bem mais detalhado e abrangente e um comitê com real força política para garantir segurança e cumprimento de direitos à população. site Instituto Socioambiental/Utopia Sustentável.

Empresa brasileira comercializa filtro para captação de água da chuva





Em tempos de crise hídrica, as soluções que facilitam o reaproveitamento de água são sempre bem vindas, já que cada gota vale muito. O ChoveChuva é um equipamento capaz de filtrar a água da chuva para melhorar a captação e qualidade do recurso para reuso.
A tecnologia surgiu a partir da necessidade identificada em escolas públicas de Belo Horizonte, MG, como explicado pela engenheira sanitarista e ambiental, Isabella Cordeiro Cantarelli. Segundo ela, quando a legislação local passou a obrigar a coleta da água de chuva, a Hidrologia, empresa especializada em soluções para o tratamento de água, percebeu que a o sistema podia ser muito mais eficiente. Assim nascia o filtro pluvial, ChoveChuva.
Para garantir a limpeza da água, o coletor conta com quatro etapas de filtragem. Conectado à calha da residência, a água da chuva escoa direto para o captador. A primeira fase é a caixa separadora de folhas, que separa o material grosso. A água segue, então, para o segundo compartimento, onde estão dispostas pedras de calcário, responsáveis por regular os níveis de acidez. Na terceira etapa ocorre a adição do cloro à água para desinfetar e eliminar os micro-organismos, conforme norma do Ministério da Saúde. A fase final consiste na filtragem, onde são retirados os materiais em suspensão.
 
Imagem: Divulgação/Hidrologia
Em entrevista ao CicloVivo, Isabella explicou que a água resultante deste processo de filtragem chega a ser potável, embora não possa ser oficialmente usada para o consumo humano devido às legislações brasileiras. “Existem países, como a Austrália, por exemplo, que já usam a água da chuva para fins potáveis. Em alguns casos, essa água chega a ser melhor do que a entregue pelas companhias de saneamento”, esclareceu a especialista.
Mesmo com estra restrição, as opções para o reuso ainda são muitas. Depois de filtrada, a água pode ser aproveitada em banheiros, para descarga, lavagem de mão e até chuveiro, limpeza de quintal, rega de jardins, lavagem de roupa, entre outras coisas.
O equipamento funciona de maneira muito simples. Não é necessário conectá-lo a nenhuma fonte de energia e ele precisa apenas ser ligado diretamente à calha das residências. Não existem restrições quanto aos tipos de telhados, no entanto, o sistema é ideal para tubulações de cem milímetros, normalmente usadas em telhados que tenham até 120 metros quadrados.

Foto: Divulgação
A eficiência do sistema é alta. Mesmo com todas as etapas de filtragem e limpeza da água, a perda é de 20 a 30%, levando em consideração que o reservatório final não terá mais nenhum tipo de resíduo.
Quanto à manutenção do sistema, a engenheira explica que os cuidados são mínimos, assim como os custos. Os usuários têm apenas três preocupações: elemento filtrante, retirada das folhas e a troca das pastilhas de cloro. Destes itens, o mais caro é o elemento filtrante, que custa, em média, R$ 20 e pode ser adquirido em qualquer loja especializada em filtros ou materiais de construção.
O ChoveChuva é comercializado online através do site da empersa. Ele é ideal para ser usados em residências, mas também existem projetos específicos para o reaproveitamento de água de chuva em prédios.
Veja abaixo o vídeo demonstrativo do filtro pluvial:

CicloVivo/Utopia Sustentável

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Prazo de dez anos para acabar com a fome na África




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A mudança climática é um obstáculo no caminho para acabar com a fome na África, pois afeta as terras de cultivo e destrói as colheitas dos agricultores em todo o continente. Foto: Tinso Mungwe

Embora as economias da África estejam entre as de maior crescimento do mundo, centenas de milhões de africanos vivem abaixo da linha de pobreza, de US$ 1,25 ao dia, um fator fundamental na fome generalizada que afeta o continente. Um dos principais temas discutidos na 24ª Cúpula da União Africana, que terminou na capital da Etiópia no dia 31 de janeiro, foi a segurança alimentar no contexto de desenvolvimento para a Agenda 2063, uma série de metas que o continente deverá alcançar até essa data.
A segurança alimentar é um elemento importante da Agenda 2063 e, como a fome é uma das preocupações mais angustiantes do continente, o programa prioriza as transformações socioeconômicas necessárias para sua erradicação, como proporcionar às pessoas as habilidades necessárias e criar empregos para melhorar sua renda e seu meio de vida.
Na frente agrícola se dá ênfase à expansão da produção alimentar e facilitação do intercâmbio comercial dentro da África, a fim de limitar a importação de alimentos. O objetivo é acabar com a fome em nível continental na próxima década.
Acabar com a fome também ocupou lugar de destaque nas atividades da União Africana em 2014, já que o declarou Ano Africano da Agricultura e da Segurança Alimentar, e os chefes de Estado e de governo africanos também aprovaram a Declaração de Malabo sobre o “crescimento agrícola acelerado e a transformação da prosperidade compartilhada e meios de vida melhorados”.
Ao mesmo tempo colocou em marcha a Aliança Renovada para uma Estratégia Unificada para Acabar com a Fome até 2025, no contexto do Programa Integral de Desenvolvimento Agrícola da África (CAADP). A associação é uma iniciativa conjunta da União Africana, Organização das Nações Unidas para a Alimentação de a Agricultura (FAO), do Instituto Lula, da Nova Aliança para o Desenvolvimento da África, da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, do Banco Mundial, do Programa Mundial de Alimentos e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
As estatísticas confirmam que a fome na África é real. A FAO calcula que uma em cada três pessoas na África subsaariana está desnutrida, mas a responsabilidade não cabe apenas à pobreza. Outro obstáculo no caminho para acabar com a fome é a mudança climática mundial, que afeta as terras de cultivo e destrói as colheitas dos agricultores em todo o continente.
Para colocar o tema da terra na agenda do desenvolvimento, a FAO designou 2015 Ano Internacional dos Solos, no contexto da Aliança Mundial pelo Solo e em colaboração com a secretaria da Convenção das Nações Unidas de Luta Contra a Desertificação. A intenção é sensibilizar a população e aumentar a compreensão da importância que o solo tem para a segurança alimentar e as funções dos ecossistemas essenciais, incluídas a adaptação à mudança climática e sua mitigação.
A mudança climática influi enormemente nos meios de subsistência dos pequenos agricultores, especialmente vulneráveis. As secas, inundações e outros desastres ambientais fazem com que as pessoas expostas tenham mais dificuldades para manter seus meios de vida ou inclusive pensar em aumentar sua produtividade agrícola.
Segundo Sipho Mthathi, diretora-executiva da organização humanitária Oxfam África do Sul, o sistema alimentar mundial é essencialmente injusto. “Isso significa que, por um lado, os países têm a capacidade de produzir suficiente comida para se alimentar e alimentar o mundo, por outro, a produção de alimentos é controlada e limitada pelas empresas transnacionais. Falta muito apoio, sobretudo para os pequenos produtores no continente”, disse à IPS, ressaltando que “isso significa que o potencial da África está prejudicado”.
Porém, os Estados membros da União Africana parecem lidar com a necessidade de expressar o crescimento econômico do continente em políticas que beneficiem a população em geral. A Organização Pan-Africana e seus países foram criticados pela lentidão na aplicação das declarações e demais acordos assinados.
Erastus Mwencha, vice-presidente da Comissão da União Africana, afirmou à IPS que no passado foram aplicadas muitas iniciativas para garantir o acesso aos alimentos, tais como ter contextos prontos para garantir a capacidade de recuperação quando os países sofrem seca. Graças aos acordos alcançados em 2014, há claras melhoras no setor da agricultura, apontou.
Segundo Mwencha, “a agricultura está recebendo prioridade nos orçamentos e planos de ação dos Estados membros. Vimos uma injeção de investimentos na agricultura, tanto dos governos, como do setor privado. Também vimos que vários países alcançaram níveis mais altos de nutrição, indicando que melhorou o investimento na segurança alimentar, agora que a agricultura adquiriu maior prioridade”.
Tacko Ndiaye, responsável de Gênero, Igualdade e Desenvolvimento Rural da FAO na África, acredita que a erradicação da fome poderá ser alcançada em uma década. “É algo realista sem existirem investimento, capacidades, mecanismo institucional, alianças. São objetivos muito realistas, mas todas essas dimensões devem estar presentes”, ressaltou. Envolverde/IPS/Utopia Sustentável

Trailer produz energia solar e eólica para áreas afetadas por desastres


03 de Fevereiro de 2015 • Atualizado às 15h07


O MobileMill foi um sistema criado pela empresa norte-americana WindStream com o objetivo de levar energia renovável a locais afetados por catástrofes. Com o formato semelhante ao de um trailer, o equipamento é capaz de produzir energia a partir do sol e dos ventos.
Após eventos naturais extremos, como furacões, tornados ou tsunamis, é comum que as regiões afetadas fiquem sem energia. Estas condições acabam dificultando ainda mais os trabalhos de resgate e colocam a vida de muitas pessoas em risco.
O MobileMill surge então, como uma solução emergencial para este problema. Equipado com placas fotovoltaicas e pequenas turbinas eólicas, ele é capaz de gerar energia limpa em quase todas as condições climáticas. Outro benefício do sistema é a sua praticidade. Por ser semelhante a um trailer, ele é equipado com rodas e pode ser transportado por qualquer carro.
De acordo com a empresa, a tecnologia é capaz de fornecer até 4 KW de energia limpa. Além disso, é necessário apenas um minuto após o trailer ser estacionado para que ele comece a transmitir a energia. Mesmo tendo como principal função a produção de energia renovável, ele também pode ser conectado às redes de transmissão para usar ou fornecer eletricidade.  Ciclovivo/Utopia Sustentável