quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Bem que Haenggung-dong poderia ser aqui



Bem que os fabricantes de bicicletas poderiam ter algumas aulinhas de como se relacionar entre eles e com o governo federal, fazendo valer, a partir de agora, a tendência mundial de utilização desse meio de transporte – alternativo e não-poluente - no país.

Em mais uma ação dúbia de mobilidade urbana conjugada com falta de visão ambiental, o governo acaba de anunciar sete novos produtos, inclusive as bikes, na Lista de Exceção da Tarifa Externa Comum que terão os valores reajustados com o aumento da alíquota de importação de 20% para 35%. 
A desculpa é dar competitividade aos fabricantes nacionais, pois assim a opção dos compradores recairia sobre o produto nacional.  Para quem não sabe, “as magrelas” já têm o salgado número de 72% de impostos no preço de venda.  E não é só, cogita-se, ainda, o aumento do IPI.  





Enquanto isso, um pouco mais longe daqui, em Haeggung-dong, um bairro de Suwon, na Coreia do Sul, a Prefeitura inovou e aproveitou o Dia Mundial Sem Carro para propor a seus habitantes um mês sem eles.  Não sem antes preparar a estrutura necessária para a mobilidade de seus moradores, com estações de empréstimo de bicicletas e distribuição de 500 bikes em escolas e empresas, além de motos elétricas e bicicleta-ambulância.

A ação, segundo o prefeito Yeom Tae-young, visa demonstrar para a população a prioridade de seu governo com a sustentabilidade e a acessibilidade. O prefeito destacou ainda, que cada vez mais vai priorizar o sistema de transporte público.




Nos últimos anos nossas ruas não aumentaram em número ou tamanho e estão cada vez mais entupidas de carros oriundos da obtusidade de ações ditadas por lobbies de montadoras de veículos que só pensam em bater recordes de vendas e lucros, ano após ano.

Essas mesmas fábricas, com a desculpa esfarrapada de que geram emprego, e eles não são tanto assim, também não conseguem mais implantar em suas matrizes essas ditas políticas de desenvolvimento e consumo.  A razão? Lá seus habitantes questionam seus governos, vão para a rua, estão conscientes que o planeta é finito.

Se se preocupassem verdadeiramente em implantar uma mobilidade pública alternativa para a população, mais sustentável e saudável, nossos governantes, a começar pelas prefeituras,  bem que poderiam copiar a experiência bem sucedida de Haeggung-dong.  Tenho certeza que se surpreenderiam com o retorno. 




Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros