segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Aplicativo no Facebook ajuda a denunciar tráfico de animais




Uma ferramenta para ajudar os internautas a identificarem animais em extinção (ou ameaçados) e denunciar práticas ilegais já está disponível na rede social Facebook. O app foi desenvolvido pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em parceria com 27 conselhos regionais.
"Acreditamos que uma reação efetiva contra o tráfico exige pelo menos dois movimentos: os órgãos do governo responsáveis por fiscalizar e coibir esse crime precisam estar mais bem estruturados e a sociedade deve se envolver no combate ao tráfico de animais selvagens, que vem provocando danos irreversíveis à biodiversidade”, explica o médico veterinário Benedito Fortes de Arruda.
A instituição decidiu agir em prol dessa causa após perceber que não havia dados oficiais recentes que possibilitem dimensionar e combater com precisão o tráfico de animais selvagens no Brasil. Para o grupo, há um descompasso entre fiscalização, repressão ao crime e proteção das espécies.
Além disso, o Relatório Planeta Vivo 2014, publicado no final de setembro pela WWF, reforça a preocupação do CFMV. De acordo com o levantamento, somente a América Latina assistiu, nos últimos 40 anos, à extinção de 83% de suas populações de peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis. O documento ainda revela que a extinção de espécies na América Latina tem sido mais rápida do que no restante do mundo, onde a média de desaparecimento da vida selvagem foi de 52% no mesmo período.
Batizado de Extintômetro, o aplicativo traz uma amostra representativa das 627 espécies brasileiras extintas ou ameaçadas de extinção, disponibiliza informações sobre como denunciar o tráfico de animais selvagens em cada estado brasileiro e permite que as fotos dos animais sejam usadas como avatar nos perfis pessoais dos usuários do Facebook.
Brasil, alvo dos traficantes
A Rede Nacional de Combate do Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) afirma que, de dez animais retirados da natureza ilegalmente, apenas um sobrevive. “As maiores vítimas do tráfico de animais são as aves, representando 82% do total. A rota do tráfico no país começa com os animais capturados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e escoados para as regiões Sul e Sudeste”, afirma Rauff Lima, coordenador da Renctas, uma organização não governamental.
Já segundo a SOS Fauna, o Brasil é um dos principais alvos dos traficantes por conta de sua rica biodiversidade. Segundo essa ONG, cerca de 10% das quase 1,5 milhão de espécies catalogadas no planeta estão em solo brasileiro. Ciclovivo