sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Rede Globo e CBF: o Grêmio é um stakeholder de vocês

Enquanto clubes não forem punidos exemplarmente por atitudes racistas e preconceituosas de seus torcedores, continuaremos assistindo imbecis travestidos de torcedores denegrindo o futebol e os esportes mundo afora.  É balela o Grêmio vir a público dizer que repudia tais atos se a grande maioria de jogos no Rio Grande do Sul assistimos a essas cenas lamentáveis.  Pouco tempo faz um árbitro desistiu da carreira depois de ser ofendido no campo e fora dele em jogo do Gauchão.

Está na hora de os patrocinadores que financiam o clube, Globo inclusive, reverem seus contratos e passarem a avaliar, com Responsabilidade Social, se ter stakeholders desse naipe não prejudica a imagem da emissora.  BASTA DE RACISMO. 
    
Se a retrógada CBF também não rever suas práticas e passar a punir os clubes e esses ditos torcedores não souberem de antemão que, caso cometam tais atos, estarão prejudicando seus clubes, nada vai mudar.

Cadeia neles, cancelamento de contratos de patrocínio e perda de pontos para o clube.

Ah, já ia esquecendo, Felipão, agora você está realmente em casa.

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros

O que o mundo está fazendo para acabar com a pobreza?




pobreza O que o mundo está fazendo para acabar com a pobreza?
Foto: http://www.galizacig.com/
A desigualdade continua a ser um insulto à condição humana: quase um bilhão de pessoas vivem com fome e em pobreza extrema.
Como seguimento à Declaração do Milênio de 2000, as Nações Unidas, conduzidas pelo ganês Kofi Annan, estabeleceram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) visando orientar os esforços da comunidade internacional para o desenvolvimento até o ano de 2015.
Longe de ser um acordo ideal ou vinculativo (que se torna lei nacional ao ser assinado), os ODM também foram considerados reducionistas diante do consagrado Ciclo de Conferências Sociais dos anos 90 e deixaram de fora questões centrais, silenciando, por exemplo, uma já evidente epidemia global de violência contra as mulheres. Apesar das críticas, porém, bastante dinheiro foi mobilizado sob o slogan “Oito Jeitos de Mudar o Mundo”, e esse esforço multilateral fez chegar investimentos em áreas essenciais. Mas, no geral, recursos e empenho das lideranças foram insuficientes para o alcance de todos os Objetivos acordados.
Após uma década de trabalho, já em 2011, a ONU reconheceu que empoderar mulheres, desenvolver industrialmente e em escala num modelo ambientalmente sustentável e proteger as pessoas mais vulneráveis das múltiplas crises (como volatilidade nos preços de alimentos e energia, por exemplo) e guerras não é uma tarefa simples, nem pequena. Em tempos de Piketty, é fácil provar as iniquidades que persistem e se ampliam. Apesar da “nova geopolítica”, dos avanços tecnológicos e da diminuição de pobreza extrema em países como Brasil e China, a desigualdade continua um insulto à condição humana: quase um bilhão de pessoas vivem com fome e em pobreza extrema, a despeito dos dados abundantes que denunciam os danosos impactos deste modelo, marcado pela concentração de riqueza e no qual a pobreza continua a ser causa e consequência de relações desiguais de poder, seja do ponto de vista de gênero, econômico ou racial.
Assim, apesar do prazo de validade até 2015, o debate sobre o futuro pós-2015 capturou a agenda desde a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável – a Rio +20, realizada no Brasil em 2012. E, combinado o propósito de reduzir a pobreza no mundo, a questão seguinte foi acordar o “como” isso seria feito.
Para evitar que os novos objetivos ficassem nas mãos do secretariado da ONU (como ocorreu com os ODM), a Rio +20 logo estabeleceu dois processos intergovernamentais. O primeiro, o Grupo de Trabalho Aberto (GTA), para elaborar uma proposta de objetivos que, desta vez, fossem sustentáveis e equilibrados no tripé social, ambiental e econômico. O segundo grupo, a Comissão de Peritos sobre Financiamento do Desenvolvimento Sustentável (CPFDS), deveria recomendar como pagar a conta dos novos objetivos. Agora, ambos os relatórios estão concluídos e, juntos com o relato do Painel de Alto Nível responsável pelo monitoramento da implementação da agenda pós-2015, subsidiarão a 69ªAssembleia, que definirá a segunda fase da negociação.
E as negociações, na primeira fase foram bem tensas… A proposta do GTA, após 16 meses de duros embates, foi concluída em julho, prevalecendo o acordo maior que era o de chegar a um acordo. O documento, aprovado sob aplausos nervosos após uma última negociação que durou quase 30 horas ininterruptas, foi imediatamente criticado pelos países por questões temáticas ou processuais mas, claramente, para além dos 17 Objetivos e das mais de 100 metas, o maior produto foi garantir a base dessa agenda multilateral para erradicar a pobreza.
Todo consenso, porém, tem um preço e esse, pago à vista ou a prazo, não será pequeno depois de países, sociedade civil e agências da ONU divergirem tanto sobre tantos temas. Direitos sexuais e reprodutivos, igualdade de gênero, sociedades pacíficas/acesso à justiça, ocupação estrangeira, terrorismo e mudanças climáticas encabeçaram a lista das controvérsias, tendo como pano de fundo divergências sobre os meios de implementação e o debate sobre responsabilidades comuns, porém diferenciadas, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
O movimento global de AIDS, por exemplo, reclama que todo o ODM 6 (sobre AIDS, tuberculose e malária) tenha sido reduzido a uma meta única do objetivo de saúde. Já para o Grupo de Mulheres da sociedade civil (Women’s Major Group), a proposta atual é pouco ambiciosa, não transformará os sistemas econômicos e financeiros, nem promoverá direitos humanos. “O GTA não apresentou meios claros de como implementar as metas (…). Os direitos das mulheres a decidir sobre paz e segurança e a controlar sua sexualidade; os direitos dos povos indígenas e os direitos sexuais estão gravemente ausentes dessa agenda (…)”. De fato, mesmo com o compromisso de Ban Ki-moon de que “ninguém será deixado para trás”, a aliança entre muçulmanos extremistas e Vaticano impede gays, travestis e transgêneros, trabalhadores/as sexuais e várias populações mais vulneráveis de entrar na agenda da ONU.
O problema é que esse resultado apenas reflete tendências mundiais. Aqui no Brasil, por exemplo, na evidente disputa com os fundamentalistas, a ala progressista está apanhando de 10 x 0. Basta lembrar do Plano Nacional de Educação, que ignora a discriminação por orientação sexual e o racismo nas escolas; das ideias do Estatuto do Nascituro e da Família; da repressão às manifestações populares; e da atual corrida presidencial, onde candidatos/as vendem a alma, ao mesmo tempo, tanto ao diabo quanto às Igrejas.
Próximos Capítulos – A 69ª Assembleia Geral irá responder as questões em aberto. O relato do GTA será a base do documento-zero da nova rodada de negociações, abrindo outra vez cada uma das frases acordadas para debate? A proposta dos ODS será aprovada como está e o novo foco será “como” implementá-los, definir mecanismos de governança e os indicadores?
De um jeito ou de outro, os problemas ainda são vários. O relatório dos peritos em financiamento, por exemplo, considerou o trabalho do GTA, mas não indica como financiar os objetivos, apenas aponta opções para que cada país escolha conforme prioridades e contextos. Já o Fórum Político de Alto Nível, cujo mandato tem instruções claras sobre a participação da sociedade civil, afirma em sua Declaração do Ministerial (de julho) que um processo transparente deve conter contribuições de todas as partes interessadas, mas não deu acesso à sociedade civil aos documentos durante os debates, chegando a excluir as ONGs da observação das negociações informais.
Isso é grave, pois um futuro verdadeiramente sustentável exige mecanismos de monitoramento das ações governamentais e um ambiente propício à atuação da sociedade civil. Os ODS em construção não valorizam a contribuição fundamental e o papel das comunidades para a democracia global. Tanto na ONU como no Brasil a disputa por um Estado radicalmente democrático se acirra, basta ver a atual guerra contra a Política Nacional de Participação Social.
Sim, há boas propostas que precisam permanecer na segunda fase das negociações – ter conseguido um Objetivo para Equidade de Gênero e Empoderamento das Mulheres, por exemplo. Mas há enormes lacunas nos pilares sociais e ambientais e falta apetite para quebrar o paradigma, comprovadamente desastroso, de “crescimento econômico a qualquer custo”. O ODM 8, que aborda questões chave para a justiça econômica, cujo fracasso todos reconhecem, pediu parcerias globais lideradas pelos governos, mas o que vimos foi o poder do setor privado predominar sobre o interesse público, algumas vezes até corroendo a infraestrutura de serviços públicos e contribuindo para a combinação de contínuas crises – alimentos, energia e mudanças climáticas e, claro, para as crises financeiras. E o risco de que o setor privado continue a definir prioridades públicas pós-2015 continua.
A Agenda pós-2015 deveria tratar da democratização da economia, e reconhecer que nenhum objetivo de erradicação da pobreza extrema será suficiente se não incorporar mecanismos para redução da riqueza extrema. Mas isso exigiria, claro, muito maior vontade política do que a disponível hoje, seja na ONU ou no Brasil onde, apesar de termos instrumentos de regulação do sistema financeiro, como taxas sobre transações financeiras, falta muito para aprovarmos uma tributação progressiva e justa. A reforma tributária hoje é tão necessária quanto a política.
A verdade é que o atual debate sobre desenvolvimento sustentável na ONU influenciará modelos urbanos, matrizes energéticas e várias políticas globais, materializando-se (ou não) em serviços de saúde, educação, segurança, mobilizando bilhões de dólares nos próximos 15 anos. Afetará pessoas que dificilmente saberão dessa discussão e cuja vida a maioria dos que leem agora esse texto talvez jamais suportasse ter.
Depois de andar por grandes favelas em todo mundo e trabalhar em 16 países promovendo ligações entre as políticas globais e as locais, pensar desenvolvimento, equidade e direitos humanos é também pensar nas pessoas que ainda hoje veem ratos subindo no colchão sujo de suas crianças, sem ter nada a fazer. É muito fácil explicar a relação entre o colchão sujo, os ratos e a ONU. Quem acompanhar as negociações dos próximos doze meses, entenderá.
Alessandra Nilo é jornalista, coordenadora da ONG Gestos e diretora estadual da Abong em Pernambuco. Ela é membro da Força Tarefa de Alto Nível para Cairo+20 (www.icpdtaskforce.org) e representa a sociedade civil da América Latina e Caribe no Conselho Diretor da UNAIDS. Vera Masagão Ribeiro é Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1998), representante da Associação Brasileira de ONGs (ABONG) e integrante do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI).(Carta Capital) 

Conheça uma ecovila localizada no coração da Islândia





Sólheimar é uma comunidade sustentável localizada no coração da Islândia. Ela é famosa por sua atmosfera artística e ecológica, onde moram cem pessoas que vivem e trabalham juntas. Entre as diversas estruturas sustentáveis do complexo o que mais se destaca é um centro educacional e esportivo inaugurado em 2002.

Foto: Divulgaçao
O projeto foi feito pelo escritório de arquitetura AKS, que cuidou para que cada detalhe fosse o mais eficiente possível. Esteticamente já é possível perceber que a preocupação em manter preservada a paisagem e os recursos naturais foi uma das premissas da construção.

Foto: Divulgaçao
A base do prédio é feita em madeira siberiana. O sistema de isolamento térmico do chão e das paredes, imprescindível em uma região tão fria como a Islândia, foi feito totalmente em lã de carneiro natural. No telhado o isolamento foi feito com papel, além disso, eles foram cobertos com gramado.

Foto: Divulgaçao
A estrutura é repleta de janelas, que maximizam o aproveitamento da luminosidade natural. Toda a energia utilizada para abastecer o local é proveniente de fontes sustentáveis. Placas fotovoltaicas, sistema de produção hídrico e um gerador que transforma a diferença de temperatura em eletricidade são os principais geradores de eletricidade da comunidade. O local também utiliza água quente geotérmica, retirada de seu próprio poço.

Foto: Divulgaçao
A aldeia ainda conta com estufas orgânicas para o cultivo de vegetais e outras plantas não comestíveis, bem como a silvicultura. Como os integrantes da comunidade trabalham e vivem dentro do complexo, ele também conta com um café, padaria, pensões, igreja, oficinas de artesanato e muito espaço pra arte, que recebem eventos diversos durante todo o ano.

Foto: Reprodução
Clique aqui para conhecer outras ecovilas espalhadas pelo mundo.
Redação CicloVivo

Chilenos criam bicicleta anti-furto





Cansados de perderem suas bicicletas para ladrões, três estudantes chilenos de engenharia se juntaram e criaram uma bike anti-furto. O modelo descarta a necessidade de cadeados ou correntes. A própria bicicleta se desmonta para funcionar como uma espécie de trava u-lock.
O projeto foi batizado de Yerka e já tem atraído a atenção de pessoas em todo o mundo, que aguardam ansiosamente a chegada do modelo ao mercado. A criação foi pensada para oferecer segurança e praticidade aos ciclistas urbanos. Por isso, é resistentes e simples de ser usada.
De acordo com os criadores, a transformação da bike em uma trava leva menos de 20 segundos e pode ser feita sem esforço e por qualquer pessoa. A parte inferior do quadro da bicicleta se divide em dois, são eles que “abraçam” o poste para prender a bicicleta. O processo é finalizado com a retirada do selim, que completa a trava.
Após encaixar as “peças”, o ciclista pode retirar sua chave e deixar a sua bicicleta lá. Os inventores acreditam que este modelo seja mais seguro por dificultar os roubos, em relação às travas tradicionais. Além disso, para que o ladrão consiga retirar a bicicleta sem a chave é preciso quebra-la, o que deixa o objeto bem menos atrativo e desvalorizado.
Em entrevista à agência Efe, Cristóbal Cabello, um dos criadores da Yerka, explicou que o grupo pretende testar a tecnologia em diferentes tipos de bicicletas e que elas devem estar disponíveis no mercado em até dois anos.Redação CicloVivo

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Eleições 2014. Seu voto tem consequências: um novo mundo, uma nova sociedade


Não tenho qualquer religião, tampouco acredito em Deus, porém, respeito a opção de todos por seus credos e crenças.  Digo isso porque acabo de ler o documento da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e digo, com nostalgia:  mesmo com sua óbvia visão cristã, é digno de integrar qualquer estatuto de partido político no Brasil. Por sua clareza e opção em prol dos interesses maiores de nossa sociedade.  Vale a pena ler, debater e fazer chegar aos nossos políticos  para que adotem tais práticas caso cheguem ao poder.  Ah, esqueci, a nostalgia, quem ler vai se lembrar de nosso passado recente. 

Abraços sustentáveis

Odilon de Barros



 ...Se quisermos saber para quem um governo trabalha, temos
de examinar para onde estão indo os recursos. Atualmente,
eles são destinados em primeiro lugar para o pagamento da
dívida pública e de seus juros. Em 2013, quase metade do
 orçamento público (40%) foi destinado para os juros,
amortização e rolagem da dívida, enquanto que menos de 5%
foi para a saúde e menos de 4% para a educação.
Este “sistema da dívida” é o grande devorador dos recursos
públicos. É o maior gasto do governo, e faz com que faltem
recursos para o transporte, a saúde, a educação, o saneamento
básico e outras políticas sociais.


...No Brasil, os detentores do poder econômico e a mídia

que ecoa os pensamentos desse setor, constroem a visão,

estereotipada, de que o Estado tem que primeiro atender seus

interesses. No “economês”, isso se chama Superávit Primário.

Ou seja, garantir primeiro o pagamento da dívida e só destinar

o que sobrar para os investimentos em educação, saúde,

previdência...


...Cada vez mais, sentimos que a violência nos invade

e nos atemoriza. Vivemos cercados por ela, e buscamos

salvaguardas. Colocamos câmeras, cercas eletrificadas, não

saímos à noite... Os mais ricos se trancam em condomínios

fechados, nos quais acreditam estar livres tanto da violência

física como da violência de ver os pobres e estar com eles.

E quando a mídia e alguns experts analisam a violência,

jogam a solução no aparato policial de repressão, de escuta


e prisão, de aumento dos armamentos. Nada mais infrutífero!

Francês pedala de Paris até a Polônia comendo apenas alimentos do lixo






Pedalando cerca de 60 km diariamente, Baptiste Dubanchet saiu da Paris, na França, e chegou até Varsóvia, na Polônia. O mais incrível é que durante todo o trajeto ele consumiu apenas os alimentos que encontrou no lixo.
“La Faim Du Monde” (A Fome do Mundo, em português) é o nome de seu projeto, que tem como objetivo denunciar o desperdício de alimentos nos países de primeiro mundo em contradição com os milhões de pessoas que passam fome. Em sua viagem, fazia parte da rota cidades como Bruxelas (Bélgica), Amsterdam (Holanda), Praga (República Checa), Berlim (Alemanha).


“A razão para eu encontrar comida suficiente é que os países industrializados são ricos o suficiente para se permitirem desperdiçar toneladas de alimentos. A comida é jogada fora só porque a embalagem está molhada ou danificada, sacos inteiros de frutas porque uma das frutas está machucada, iogurtes, queijo, entre outros produtos, são descartados por causa de datas de validade irrelevantes”, afirma o ciclista em seu blog.
Ambientalista e mestre em desenvolvimento sustentável, Dubanchet levou equipamentos para acampar e também usufruiu da hospedagem gratuita do sistema Couchsurfing, uma espécie de intercâmbio cultural em que pessoas desconhecidas cedem o “sofá” em troca da experiência de conviver com culturas e idiomas diferentes.

“Viajar de bicicleta tem muitas vantagens, incluindo custo e a questão ambiental. A velocidade é certamente menor do que um carro, mas ninguém me espera em Varsóvia, tenho tempo de sobra para chegar lá”, explica.
Confira abaixo a rota traçada:

Todos os detalhes da viagem foram compartilhados em seu blog, inclusive as dificuldades. Na Holanda, por exemplo, ele teve dificuldade em encontrar comida nas ruas. Muitas vezes pedalou com o vento contrário ao movimento, chegando já muito cansado nas cidades. “Parti para Amsterdam, aliviado com a ideia de encontrar uma capital onde eu poderia descansar e, especialmente, encontrar comida”. A busca não seria tão simples como ele percebeu logo em seguida.
“Lutava para encontrar comida, passei um dia inteiro percorrendo as lojas, perguntando e procurando lixeiras que não fossem bloqueadas (sim, quase todas elas são fechadas com chave). Às vezes, eles estão acorrentados e com cadeado - há ainda modelos em que um bloqueio é integrado no lixo”, relata.



Após cinco semanas de viagem pela Europa ele percebeu que, apesar das dificuldades, era realmente possível se alimentar do resto dos alimentos deixados por outros. “Não comprei nada e me recuso aceitar o que é dado, até mesmo cerveja ou uma barra de chocolate. A única comida que eu aceito é aquela destinado a ser jogada fora ou que já tenha sido. Não escolho o que comer, e muitas vezes como alimentos crus, ou machucados, mas até hoje não fiquei doente. Tenho comida todos os dias, mesmo que às vezes seja apenas pão”, conta o ambientalista.




Ao final ele chegou até Varsóvia completando quase cinco mil quilômetros percorridos. “Alimentar-se de comida do lixo não é o caminho certo para combater o desperdício, mas esta é a única maneira que encontrei para tentar denunciar este flagelo que mata milhões de pessoas, ameaça nosso meio ambiente e desperdiça bilhões de euros”.

Abaixo vídeo produzido durante sua pedalada:

Marcia Sousa - Redação CicloVivo 

Moradores de Helsinki não terão razões para andar de carro até 2025




helsinki ecod Moradores de Helsinki não terão razões para andar de carro até 2025
Foto: © Riku Kettunen, via Flickr

Dispor de um sistema de transporte público confiável e eficiente é uma meta de muitas cidades para desincentivar o uso dos automóveis e, assim, evitar os danos ambientais que eles causam. Há poucos dias, o poder público de Helsinki (Finlândia) anunciou um ambicioso plano que busca fazer com que seus cidadãos não tenham motivos para utilizar os carros em 2025.
A meta, nesse sentido, é integrar vários modais ao seu sistema de transporte público. O engenheiro de transporte do Departamento de Planejamento de Helsinki, Sonja Heikkilä, destaca que o plano não pretende proibir os automóveis, mas entregar mais opções de mobilidade sustentável com o objetivo de que as pessoas sintam-se completas com o transporte público.
O objetivo, segundo o engenheiro, é mudar o paradigma de como nos movemos dentro da cidade – um tema complexo, porque muitas pessoas não querem renunciar aos seus carros, mas é possível pois a maioria está interessada em cuidar do meio ambiente e poupar dinheiro.
Para muitos jovens, o carro não é mais o símbolo de status que foi para seus pais, aponta Heikkilä ao Helsinki Times, com base em pesquisas. Essa percepção acerca da juventude é uma das apostas da capital finlandesa para que o plano seja um sucesso, levando-se em conta que um sistema de transporte público eficiente ajudaria a manter tal paradigma pelos próximos dez anos.
Demanda
O projeto de Helsinki, cidade com cerca de 600 mil habitantes, é baseado no conceito de que o transporte público precisa atender a uma demanda personalizada da população. Assim, quando uma pessoa precisar de transporte, poderá planejar sua viagem em aplicativos para smartphones nos quais sejam indicados horários, origem e destino, e se prefere ônibus, bicicletas, táxis, metrôs ou trens, para uso individual ou compartilhado com outros usuários.
A forma de pagamento estaria centrada em uma plataforma universal, independentemente do meio de transporte escolhido. Uma das opções sugere que os cidadãos paguem pelos serviços conforme o número de quilômetros percorridos. Outra alternativa propõe que se possam comprar quilômetros mensais.
finlandia2 ecod Moradores de Helsinki não terão razões para andar de carro até 2025
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É possível?
Atualmente, o transporte público de Helsinki é operado unicamente pela Autoridade de Transporte Regional. Heikkilä acredita que o plano poderia funcionar melhor em 2025 com a inclusão de outros operadores.
Por enquanto, está previsto que o plano funcione no final de 2014, numa versão piloto, em Valilla, um bairro central da cidade finlandesa, com o intuito de que seja ampliado posteriormente para outras áreas de Helsinki.
Um projeto semelhante tem sido desenvolvido em Hamburgo, na Alemanha, batizado de Green Network. Lançado em 2013, o plano busca eliminar o uso dos automóveis nos próximos 20 anos por meio da conexão com todas as áreas verdes da cidade, pelas quais os cidadãos poderão chegar a diferentes lugares caminhando ou de bicicleta.* Publicado originalmente no site EcoD.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Como a desigualdade econômica prejudica as sociedades




richardwilkinson ecod Como a desigualdade econômica prejudica as sociedades
Para Richard Wilkinson, o dinheiro não é tudo. Foto: James Duncan Davidson/TED

“Sentimos instintivamente que alguma coisa vai mal nas sociedades com grandes disparidades de rendimentos”. Em mais uma palestra marcante do TED Talks, Richard Wilkinson apresenta gráficos com dados concretos sobre a desigualdade econômica, e mostra o que piora quando os ricos e os pobres estão demasiadamente afastados: efeitos reais na saúde, tempo de vida, e mesmo em valores básicos como a confiança.
“As sociedades desenvolvidas ricas alcançaram um ponto de virada na história humana. A política deve agora tratar da qualidade das relações sociais e como podemos desenvolver sociedades harmoniosas e sustentáveis”, defende Wilkinson.
“Porque a desigualdade aumenta a competição de estatuto e também diminui o consumismo. As pessoas em sociedades mais desiguais trabalham mais horas porque o dinheiro parece ainda mais importante.”
Segundo Wilkinson, a desigualdade prejudica a qualidade das relações sociais (aumentando violência, reduzindo confiança, coesão e envolvimento na vida comunitária), as pessoas tornam-se mais egocêntricas, menos inspiradas e menos preocupadas com o bem comum.
“Praticamente todos se beneficiam de maior igualdade. Normalmente os benefícios são maiores entre os pobres mas expandem-se para a maioria da população.”
Assista a apresentação (com legendas em português):
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD) 

A comunicação, o consumo e a sustentabilidade

 

comunicacaomundo A comunicação, o consumo e a sustentabilidade
Foto: shutterstock
Sempre vejo as imagens que retratam sustentabilidade serem traduzidas por diversos tons de verde. Uma verdadeira injustiça com a natureza, que é multicolorida. Este raso retrato de sustentabilidade acabou tornando o tema “ecochato”, nichado, distante e pouco maduro.
Tudo comunica alguma coisa. Desde o corte do cabelo até o sapato que usamos, a faculdade que escolhemos, o destino das férias, a opção do transporte que fazemos. Tudo tem um significado e colabora com a formação da nossa imagem. A cultura de uma sociedade depende de variadas formas de comunicação para sobreviver, para se manter, para transpor suas raízes através das gerações. Nossa cultura de consumo, característica da nossa sociedade, é produto das várias formas de comunicação que se estabeleceram desde a revolução industrial, que, ao mesmo tempo que fragilizou as relações humanas, foi capaz de criar marcas ultravaliosas.
Na contramão de tudo isso, estamos sofrendo uma cobrança cada vez maior para sermos “mais sustentáveis”. Ora, se sustentabilidade vem do verbo sustentar, a fugacidade das relações humanas, baseadas na lógica do consumo, retratada por Bauman, não parece ser capaz de conviver com um conceito deste. Um consumo sustentável significa que você deve beber água sem secar a fonte, reduzir, reutilizar e reciclar seu lixo, comer o peixe sem que ele se extinga. Também significa manter uma boa saúde, seja por alimentação ou por higiene, significa consciência de compra, saber para que empresa você está dando seu voto de consumo – se esta empresa escraviza pessoas ou extingue espécies de fauna ou flora, ela merece seu voto? Significa que nossa necessidade de consumo vai até a responsabilidade de descarte, seja pela quantidade ou pelo destino.
Está faltando às empresas ajudarem os consumidores a entenderem que, todos nós, formamos um sistema único. A comunicação para uma sociedade mais sustentável pode ter um fator educacional fundamental para transformar definitivamente necessidades, desejos, comportamentos de consumo e, porque não, a cultura de uma sociedade.
Comunicar para sustentar. A história de uma nação se sustenta através de comunicação e, portanto, a comunicação é fator chave para a sustentabilidade da vida. Eu acredito que nunca houve um momento tão bom para construir um futuro melhor, até porque não se fala mais em “se” vamos fazer algo, mas sim “como” o faremos. Os produtos e serviços têm a chance de serem ferramentas essenciais para que nossa sociedade seja mais saudável, mais informada, mais responsável, mais inclusiva, mais consciente. A diferença estará no conteúdo de marketing deste produto ou serviço. Mais do que isso, a real diferença estará na escolha que o consumidor faz, todos os dias, para sustentar seu modelo de vida e através dele ter a consciência do poder da mudança que ele pode promover. Seja para que lado for.
Ligia Camargo é gerente de Sustentabilidade da Unilever. Entre suas principais atribuições está a coordenação de programas institucionais de responsabilidade social e sustentabilidade, além da coordenação de projetos das marcas.
** Publicado originalmente no site Akatu.

Cidades brasileiras chegam a perder 70% da água por falhas na distribuição





Em tempos escassez de água, o Instituto Trata Brasil divulgou um estudo mostrando que as cidades brasileiras chegam a desperdiçar mais de 70% do recurso por problemas na distribuição. A análise considerou a situação dos cem maiores municípios durante o período de 2010 a 2012.
A pesquisa, apresentada nesta quarta-feira (27), mostrou que os investimentos na melhoria dos sistemas, comparados aos dois anos anteriores foram inferiores a 20% ou nulos. A cidade com o pior índice foi a capital de Rondônia, Porto Velho, com perdas de 70,68% da água durante a fase de distribuição. Na sequência vem outra capital, Macapá, que perdeu 69,44%.
De acordo com o Instituto, o desperdício registrado ocorre em função de vazamentos, roubos, gatos, falta ou erros nas medições e outras irregularidades. A responsabilidade pelos investimentos e melhorias dos sistemas é das próprias companhias que gerem o saneamento nas cidades, mas a evolução tem sido muito lenta.
A média nacional de perdas de água foi de 36,9%. Nas dez cidades com os piores índices de saneamento apontadas pelo ranking, a média foi de 56,2%, enquanto as 20 melhores cidades ficaram em 27,9%. Apenas quatro municípios analisados conseguiram manter os índices abaixo dos 15%. A cidade com o melhor desempenho foi Florianópolis, que perdeu apenas 5,66% da água durante a fase de distribuição. São Paulo perdeu 36,30% e o Rio de Janeiro, 54,81%.
Além de prejudicar o meio ambiente, a falta de estrutura nas cidades brasileiras gera uma perda monetária muito grande. Em entrevista ao G1, a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) informou que a perda no faturamento é de R$ 2,5 milhões mensais, em consequência do desperdício e do roubo de água.Redação CicloVivo

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Curitiba comemora eficiência de projeto com carros elétricos





A cidade de Curitiba tem comemorado os bons resultados do projeto Ecoelétrico, que implantou a utilização de veículos elétricos no município. Iniciada há apenas dois meses, a proposta já conseguiu reduzir quase duas toneladas de CO2 que seriam liberadas na atmosfera.
A iniciativa é composta por oito eletropostos e uma frota de dez veículos elétricos, compartilhados entre a Guarda Municipal, a Secretaria Municipal de Trânsito, o Instituto Curitiba de Turismo e a Itaipu Binacional. Os carros são modelos da Renault, que funcionam com um sistema de mobilidade elétrica inteligente, o Mobi-me, desenvolvido pelo CeiiA. Através da tecnologia é possível monitorar quase todas as informações dos veículos.
Os motores usados no projeto-piloto, ancorado pelo Programa de Mobilidade Elétrica Inteligente da Itaipu, o Mob.I, são totalmente elétricos. Assim sendo, em apenas dois meses, a capital paranaense deixou de consumir 1.522 litros de combustível, o equivalente a dez barris de petróleo. Isso significa que eles têm emissão zero de gases de efeito estufa e em um ano, os dez carros impediriam a emissão de 1.160 toneladas de CO2.

Foto: Divulgação
O resultado é bastante positivo, mas a ideia é aprimorá-lo ainda mais. “Durante esses dois meses, o que se buscou foi trabalhar várias frentes, a começar pelo aprimoramento do próprio projeto, que é piloto e precisa avançar em vários aspectos”, explicou a diretora financeira executiva da Itaipu, Margaret Groff, durante a cerimônia de apresentação dos resultados.
A representante ainda informou que o propósito do projeto é viabilizar a tecnologia para o consumidor final. “Estamos buscando, com esse projeto-piloto, avançar na pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias para o usuário final. Por isso, são fundamentais os aspectos de integração e conectividade, que estão na essência do projeto Mob.I”, finalizou.
Redação CicloVivo

Máquina que produz água a partir do ar chega ao Brasil





Enquanto a crise da água se torna mais preocupante em todo o mundo, pesquisadores desenvolvem alternativas para minimizar esse problema. A Aozow é uma máquina criada com esse objetivo. Através do processo de condensação, o equipamento é capaz de transformar a umidade da atmosfera em água potável.
A empresa responsável por trazer a tecnologia para o Brasil é a Ecomart, que apresentará a novidade durante a Expo Arquitetura Sustentável, evento que acontece em São Paulo durante os dias 26 e 28 de agosto. De acordo com o diretor da empresa, Marco Franco, a tecnologia tem um uso bem amplo, podendo ser útil em residências ou em locais com maior demanda. Mas, principalmente, o sistema é ideal para áreas que enfrentam problemas com o fornecimento de água.
A máquina necessita apenas de eletricidade para gerar água potável fria ou quente, em temperatura que vai até 80ºC. A produção é automática e feita através de um microcomputador interno. O sistema calcula a umidade do ar, a temperatura e então produz água. Toda a produção é filtrada, para que sejam retiradas todas as impurezas.

Imagem: Divulgação
De acordo com a empresa, a capacidade varia de acordo com os níveis de umidade do ar. Assim sendo, com a umidade relativa em 40%, a Aozow consegue produzir 12 litros de água potável em 24 horas. Quando a umidade sobre para 90%, a máquina chega a produzir diariamente 34 litros.
Redação CicloVivo

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Estúdio alemão reaproveita gavetas para construir móveis





Imagine criar móveis customizados a partir de gavetas usadas. É essa a proposta do projeto “1000 gavetas” do estúdio de design alemão Entwurf-Direkt. Reaproveitando o material, a empresa é capaz de fabricar os mais diversos e criativos mobiliários.

Além de sustentável, reutilizar gavetas permite ao estúdio criar peças únicas e personalizadas para cada um dos clientes. Com a técnica foi possível, por exemplo, criar uma mesa com troncos de árvores que seriam descartados. A peça tomou forma em apenas dois dias e foi exposta em Portland, Oregon (EUA). Da mesma maneira, uma série de móveis de cozinha foi construída com madeiras que serviam como pisos de vagões antigos.

Criado em 2001, o estúdio nasceu como um ambiente que abriga loja, evento e arte local. A ideia é que ele pudesse ser usado tanto como um espaço artístico quanto uma loja aberta ao público – onde aconteceria exposições, ciclo de palestras, debates e outros eventos.

“Quando começamos nosso projeto partimos com a ideia em mente que transformaríamos mil gavetas. De longe já ultrapassamos esse objetivo, no entanto, continuamos chamando pelo mesmo nome como uma referência”, afirma os criadores do projeto no site.

Montar novos formatos, encaixar diferentes tamanhos e cores. A criatividade é o principal ingrediente para o sucesso do projeto. “Nosso desejo é reviver a própria beleza das coisas. Nós sempre fomos fascinados por todas as coisas usadas ou descartadas, em particular, as velhas gavetas”.




Redação CicloVivo