quinta-feira, 24 de julho de 2014

Lisboa quer atingir 50% de eficiência energética em edifícios municipais


Sem estipular um prazo, visto que tudo dependerá de programas de financiamento, cujas candidaturas deverão abrir até ao final do ano, José Sá Fernandes explicou que a autarquia pretende passar dos cerca de 20% de eficiência energética para os 50%.

O vereador discursou na cerimônia "Lisboa, cidade solar", que decorreu ao final da tarde da última segunda feira nos Paços do Concelho, em Lisboa.

O número apontado por Sá Fernandes resultará da redução de energia nos edifícios (-41%) e na iluminação pública de semáforos (-53%), conforme informou, e representará uma diminuição na fatura anual de 2,5 milhões de euros no caso das infraestruturas e de 5,2 milhões na iluminação, num total de 7,7 milhões.

Da lista das dez instalações municipais com mais consumo, fazem parte o Edifício Municipal do Campo Grande, Túnel Marquês de Pombal, Avenida Infante Dom Henrique, Edifício dos Serviços Sociais da câmara, Pavilhão Casal Vistoso, Túnel Joao XXI, Teatro São Luiz, Polícia Municipal, Avenida 24 Julho e Mercado de Alvalade. No total, consomem 10,5 GWh por ano.

O objetivo será reduzir o total de energia consumida para metade, numa quebra de 50,8 GWh por ano (menos 13,5 GWh dos edifícios e menos 37,3 GWh da iluminação).

Para isso, avançou Sá Fernandes, será necessário um investimento na ordem dos 55 milhões de euros, que poderá ser financiado pelo programa comunitário Portugal 2020, que apoia a gestão inteligente de energia e a utilização de energias renováveis em infraestruturas públicas ou pelo Programa de Eficiência Energética na Administração Pública (ECO.AP), lançado pelo atual Governo, para o mesmo efeito.

"Temos tudo preparado, mas é evidente que precisamos de apoio comunitário", sintetizou o autarca à agência Lusa, referindo que "as diretivas comunitárias indicam esse tipo de prioridade".

"É dinheiro bem gasto e gerador de emprego", assinalou.

Na apresentação, Sá Fernandes expôs "várias experiências" já feitas pela câmara no âmbito da eficiência energética, como o caso dos semáforos, em que já existem quatro mil lâmpadas LED (econômicas), com às 24 mil incandescentes.

Este foi um caso de sucesso apontado pelo secretário de Estado da Energia, também presente no evento, que em declarações à Lusa indicou que "a cidade de Lisboa tem conseguido implementar projetos muito relevantes, que devem ser seguidos por outros municípios".

Artur Trindade apontou ainda que "a eficiência energética é a principal prioridade da política energética do Governo".

O uso eficiente da reutilização da água é outra das prioridades da autarquia.