terça-feira, 25 de março de 2014

Afinal, a inteligência é prejudicial ao homem?


Prévia do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas que sairá dia 31 de março próximo, é o mais impactante escrito até hoje.  Segundo cientistas da ONU presentes em Yokohama para a divulgação do trabalho, o quadro é sombrio e deixa claro a certeza inquestionável de que o homem é o grande responsável por tudo que está começando a ocorrer - agora de forma mais intensa - com nosso Planeta.

Ainda segundo o estudo, até 2100 assistiremos ao aumento de 26 a 82 cm do nível do mar, bem como, também, de 0,3 a 4,8 graus da temperatura sobre a Terra.  E nós, até agora, abastados ou não, impávidos e incrédulos, não estamos acreditando nisso. 

Mas o que falta para a Governança Global efetivamente entender que está passando da hora implementar ações que inibam tal catástrofe? Será que somos tão míopes e egoístas e não enxergamos que estamos deixando para nossos filhos e netos um Planeta destruído e totalmente diverso daquele a que fomos apresentados poucas décadas atrás?  De que adiantará acumular milhões, bilhões, se só temos uma única vida para gastar?  E se tudo virar cinzas ou água, terá valido tamanha estupidez?

Sabemos que a capacidade de raciocínio é inerente apenas à espécie humana e que o reino animal obedece apenas a estímulos do instinto, porém, já me peguei várias vezes comparando atitudes do bicho homem e dos demais animais de seu reino.  

Enquanto o homem branco mata, tem necessidade de acumular, trai, priva o semelhante de liberdade, passa fome, é seu próprio escravo, observamos que no reino animal tudo é mais simples e duradouro. Exemplo claro disso acontece com os índios.  Se verificarmos tribos que vivem de sua cultura, interiorizadas na mata e seus habitats naturais, sem a proximidade do homem e próximos apenas dos animais, vamos observar que suas vidas serão muito próximas a de seus vizinhos irracionais. 

Contudo, bastará a aproximação deles com a civilização e o homem branco para que todo o ideal sustentável seja esquecido e passe a vigorar a ganância, o uso de drogas, a chegada de doenças e todos os malefícios inerentes a esse tipo de contato.

A humanidade vive hoje entre o dilema de acreditar ou não que pode desaparecer se continuar a agir dessa forma.  Lendo alguns relatórios de sustentabilidade que informam que a renda de 85 indivíduos no Planeta é igual a de 3,5 bilhões  ou metade de todos os humanos na face da Terra; que continuamos a desmatar nossas florestas, que 820 milhões de “indivíduos” passam fome e vivem em extrema miséria; que por ano milhares de espécies simplesmente desaparecem em função de nossa ação, constato que tudo não passa de história da carochinha, afinal, pensamos.  Ou não?

Abraços Sustentáveis

Odilon de Barros