por Raquel, do Engajamundo, Especial para a Envolverde
O Google lançou ontem o Desafio de Impacto Social, que convida ONGs sem fins lucrativos a pensarem ideias inovadoras para enfrentar os problemas sociais no Brasil. Quatro projetos serão contemplados com R$ 1 milhão, sendo um eleito por voto popular e três por um painel de juízes composto por Jacqueline Fuller (diretora do google.org), Luciano Huck, Viviane Senna, Josué Gomes e MV Bill.
As inscrições acontecem pelo site g.codesafiobrasil até o dia 13 de março. Pode participar Qualquer organização legalmente constituída que tenha uma ideia para usar tecnologia de modo a enfrentar um problema social. Os 10 finalistas serão anunciados no dia 29 de abril e o resultado final sai no dia 08 de maio.
O diretor-geral do Google Brasil, Fábio Coelho, declarou durante o evento de apresentação que “esta é uma das iniciativas de um grande movimento que vai transformar o Brasil num país empreendedor”. Ressaltou que o campo tecnológico ainda tem muito que avançar para resolver os problemas sociais. Viviane Senna complementou dizendo que a iniciativa é parte de uma “ética da corresponsabilidade pelo destino do país”. A diretora do Instituto Ayrton Senna foi, porém, a única que apontou alguns desafios que o terceiro setor poderá enfrentar ao participar do desafio: “O gerenciamento do dinheiro é sempre complicado em ONGs no Brasil (…) e a gestão pode muitas vezes ser um problema ainda maior do que a falta de recursos”.
Apesar de a equipe Google manifestar comprometimento com as ONGs para a implantação dos projetos, um dos critérios de seleção estipulados pelos idealizadores é o de que a ONG seja 100% capaz de cuidar da implementação e, portanto, da tecnologia que será desenvolvida ou utilizada. Esse critério certamente reduz o alcance do impacto pretendido pelo Desafio Brasil, uma vez que é bastante limitada a capacidade de grande parte das ONGs brasileiras de gerenciar uma vultosa quantia de recursos para executar projetos fundamentados em tecnologia – lacuna que dificulta o desenvolvimento do terceiro setor no País.
* Raquel Rosenberg é coordenadora do Engajamundo, uma organização de liderança jovem que acredita no poder da juventude para superar os desafios contemporâneos e busca aproximar os jovens brasileiros das conferências internacionais.
(A Autora) 