chamas 300x199 Óleo de palma sem desmatamento
Chamas em galhos de árvores secas em uma área de turfeiras com concessão para cultivo e exploração de óleo de palma, recentemente desmatada. Foto: © Ulet Ifansasti / Greenpeace
Maior produtora do mundo se compromete com o fim do desmatamento na Indonésia.
A maior produtora de óleo de palma do mundo, a Wilmar International, anunciou na semana passada uma política de não desmatamento como resposta à pressão feita pelo Greenpeace, organizações parceiras e consumidores ao redor do mundo. A política tem o potencial para inspirar demais medidas semelhantes para proteger mais florestas e pessoas que vivem e dependem delas, também em outras regiões.
O coordenador da campanha de florestas da Indonésia Bustar Maitar, se manifestou:
“A Wilmar respondeu a anos de pressão feita pelo Greenpeace, por outras organizações e por um crescente movimento de consumidores ao redor do mundo que demandam por óleo de palma limpo e pelo fim da destruição das florestas. O compromisso assumido pela Wilmar, pelo não desmatamento, tem o potencial para transformar a controversa indústria da matéria-prima”.
“A política apresentada pela Wilmar mostra que o setor convive com problemas crônicos, e ainda que essa política seja uma bela notícia para as florestas e os já ameaçados tigres que a habitam, seu sucesso será medido pelas ações de implementação que a empresa realizar. Nossos desafios para a Wilmar são práticos, como: agora é possível parar imediatamente de comprar matéria-prima de companhias como Ganda Group, com quem possuem fortes laços comerciais e está diretamente envolvida em derrubada de florestas, áreas ilegais de cultivo e instigam conflitos sociais por consequência desse comportamento?”
Durante os últimos sete anos, o Greenpeace expôs repetidamente a participação da Wilmar em processos de desmatamento, uso de áreas compreendidas por parques nacionais, degradação de áreas que serviam tradicionalmente como habitat primário de espécies ameaçadas como o tigre de Sumatra, além de relações perigosas com fornecedores ‘sujos’, ligados a inúmeros casos de incêndio florestal e exploração predatória de espécies locais.
“Várias companhias, incluindo a Wilmar, utilizaram por anos de iniciativas e eventos que promovem a adoção de práticas sustentáveis no setor para esconder seus reais procedimentos. Por isso, o Greenpeace vai monitorar de perto como a empresa vai transformar as palavras do compromisso em ação no dia a dia, e também desafiar a Wilmar a encerrar todos os contratos com fornecedores envolvidos com ilegalidade e desmatamento. Este desafio já está estendido a outras gigantes que trabalham com óleo de palma, como Cargill, Musim Mas e Sime Darby, para que também apresentem políticas como a apresentada pela Wilmar”, acrescentou Bustar.
A indústria do óleo de palma é o maior vetor de desmatamento na Indonésia.
O ministério de mapas florestais mostra que a Indonésia está perdendo 620 mil hectares de floresta por ano, entre 2009-2011 (uma área maior que o tamanho de Brunei). A expansão do óleo de palma em Nova Guiné e África já está ameaçando as florestas, inflando polêmicas e espalhando conflitos entre as comunidades locais.
A Wilmar International é responsável por mais de um terço do comércio global de óleo de palma.
Se você quer produtos limpos, que não patrocinem a destruição de florestas e da biodiversidade, assine o manifestoe faça parte da campanha pela proteção do paraíso tropical da Indonésia, casa do Tigre de Sumatra e tantas outras espécies.
* Publicado originalmente no site Greenpeace.