segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

domingo, 29 de dezembro de 2013

Balanço verde: certificações pelo selo LEED aumentaram 51% em 2013


A cada ano, as construções se tornam mais verdes no país. De acordo com balanço divulgado esta semana pelo Green Building Council (GBC), o país fechou 2013 com 829 pedidos de registro ao selo internacional sustentável LEED (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental). E teve 126 certificações concedidas. No primeiro caso, o aumento em relação a 2012 é de 27%. Quanto à concessão de selos, o crescimento chegou a 51%.

Já na comparação com os últimos dois anos, o número de registros praticamente dobrou e o de certificados triplicou. No fim de 2011, eram 432 pedidos e 41 selos. E, segundo a organização, o GBC Brasil registrou dois novos projetos no processo de certificação a cada três dias úteis do mês.

No ranking mundial de pedidos de certificação, atualmente o país ocupa a quarta posição, atrás de Estados Unidos, China e Emirados Árabes e à frente do Canadá. Mas, segundo o diretor-gerente da instituição no Brasil, Felipe Faria, a expectativa é de alcançar a terceira colocação ainda no primeiro semestre de 2014.

Em outros países, a participação verde com base em critérios do Green Building chega a 20% do PIB da construção, em termos de valor de mercado destas edificações. Um estudo recente da empresa de consultoria EY, a antiga Ernest Young, mostra que a construção sustentável, tendo como base o valor de mercado das edificações registradas ou certificadas LEED, representa 9% no Brasil.

Brasil vai sediar congresso mundial

Aliás, em 2014 não são apenas os olhos dos apaixonados por futebol que estarão no Brasil. Em agosto, o país também será a sede do Congresso Mundial do World GBC e vai reunir em São Paulo mais de cem representantes e líderes da construção sustentável de todo o mundo.

Outro projeto que deve ser concluído no próximo ano é o Referencial GBC Brasil Casa, em que nove projetos pilotos serão usados como parâmetros nacionais de viabilidade, economia e técnica de sustentabilidade.

”Há muita expectativa na disseminação das práticas e oportunidades da construção sustentável em 2014, por conta do ingresso do movimento no maior volume construtivo do país, que é o setor residencial”, diz Faria. 

Balanço verde: certificações pelo selo LEED aumentaram 51% em 2013

A cada ano, as construções se tornam mais verdes no país. De acordo com balanço divulgado esta semana pelo Green Building Council (GBC), o país fechou 2013 com 829 pedidos de registro ao selo internacional sustentável LEED (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental). E teve 126 certificações concedidas. No primeiro caso, o aumento em relação a 2012 é de 27%. Quanto à concessão de selos, o crescimento chegou a 51%.

Já na comparação com os últimos dois anos, o número de registros praticamente dobrou e o de certificados triplicou. No fim de 2011, eram 432 pedidos e 41 selos. E, segundo a organização, o GBC Brasil registrou dois novos projetos no processo de certificação a cada três dias úteis do mês.

No ranking mundial de pedidos de certificação, atualmente o país ocupa a quarta posição, atrás de Estados Unidos, China e Emirados Árabes e à frente do Canadá. Mas, segundo o diretor-gerente da instituição no Brasil, Felipe Faria, a expectativa é de alcançar a terceira colocação ainda no primeiro semestre de 2014.

Em outros países, a participação verde com base em critérios do Green Building chega a 20% do PIB da construção, em termos de valor de mercado destas edificações. Um estudo recente da empresa de consultoria EY, a antiga Ernest Young, mostra que a construção sustentável, tendo como base o valor de mercado das edificações registradas ou certificadas LEED, representa 9% no Brasil.

Brasil vai sediar congresso mundial

Aliás, em 2014 não são apenas os olhos dos apaixonados por futebol que estarão no Brasil. Em agosto, o país também será a sede do Congresso Mundial do World GBC e vai reunir em São Paulo mais de cem representantes e líderes da construção sustentável de todo o mundo.

Outro projeto que deve ser concluído no próximo ano é o Referencial GBC Brasil Casa, em que nove projetos pilotos serão usados como parâmetros nacionais de viabilidade, economia e técnica de sustentabilidade.

”Há muita expectativa na disseminação das práticas e oportunidades da construção sustentável em 2014, por conta do ingresso do movimento no maior volume construtivo do país, que é o setor residencial”, diz Faria. 

sábado, 28 de dezembro de 2013

Assine petição contra Monsanto



Sofía Gatica recebeu ameaças de morte e um foi espancada de forma desumana depois de se juntar aos protestos contra uma enorme fábrica da Monsanto,desaprovada por quase 70% dos moradores da região! Mas a solidariedade internacional pode criar um rebuliço na imprensa local, pressionando a presidente argentina a fechar a fábrica, e revertendo a disseminação global da agricultura tóxica da Monsanto:

assine a peticao

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Os brasileiros diante da microgeração de energia renovável


energia1 Os brasileiros diante da microgeração de energia renovável
Pesquisa da Market Analysis, em parceria com Greenpeace, revela que após aprovação de resolução que promove microgeração de energia renovável, sete entre 10 brasileiros ainda sabem pouco ou anda sobre essa iniciativa, porém, uma maioria apoia a medida.
Conhecimento e avaliação da proposta do governo
Embora pouco mais de 1 em cada 4 brasileiros (28%) ouviu falar ou leu sobre a proposta do governo de microgeração de energia renovável no último ano, ao receber informação sobre a iniciativa 3 em cada 4 afirma ter muito interesse por saber mais à respeito e a mesma proporção entende que traria benefícios ambientais e financeiros.
Disposição a investir
Entre os familiarizados com a proposta do governo a disposição em gerar energia renovável no domicílio é mais forte. Metade dos brasileiros que declaram conhecer a nova medida demonstram estar dispostos a financiar essa instalação em seus domicílios.
A disposição à investir financeiramente em um sistema de microgeração de energia aumenta cerca de 10% entre aqueles que acreditam que esse modelo traz redução de despesas com eletricidade e entre os que adotariam se houvesse linhas de crédito com juros baixos. Já entre os que percebem a relação custo-benefício positiva, o aumento na intenção de implementação do modelo é de cerca de 50%.
A pesquisa revela ainda que seja desconhecido para os brasileiros, o conceito de microgeração de energia gera curiosidade e atinge grande receptividade. A idea de gerar a própria energia desperta diversas percepções positivas tais como a crença de que seja algo positivo para o meio ambiente e a expectativa de redução de custos com energia. Mas, existe um forte questionamento sobre a relação custo-benefício. Acredita-se que o custo de instalação seja elevado e que esse sistema deve gerar muitas mudanças na rotina, Contudo, a maioria dos brasileiros afirma que implementaria um sistema de microgeração de energia se houvessem linhas de financiamento com juros baixos, e uma grande parcela se mostra efetivamente disposta a investir nesse modelo.(Greenpeace) 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Snowden escolheu o Brasil para espetar seu "Pen Drive". É hora de demonstrar que nossa soberania é sustentável


Está aí a chance.  O pedido de asilo permanente, conforme noticiou o jornal Folha de São Paulo em 17/12, feito por Edward Snowden ao Brasil, tem tudo para apimentar a cena política nacional desse fim de ano pré-eleitoral.  E porque digo isso?  Espionagem, Snowden, Brasil, NSA, EUA e toda sopa de letrinhas que envolve o assunto, estão longe de um desfecho.  Eu, aqui mesmo nesse espaço, já escrevi algumas vezes sobre o tema.  E sou cônscio em afirmar:  Snowden é nitroglicerina pura. 

A se confirmar tal solicitação, temos a oportunidade ímpar, enquanto Estado soberano de direito (?), de demonstrar, na prática, todo o discurso feito nos palcos cênicos do mundo, com destaque para o discurso de abertura da 68ª Assembleia Geral da ONU, feito por nossa presidenta, Dilma Roussef.

À época, mesmo sabendo de nossas limitações, nossa mandatária disse que espionar era uma “afronta aos princípios que devem guiar as relações entre países” e foi dura ao afirmar que combateria o que definiu como “grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis”.  Pediu, ainda, uma legislação internacional que proteja os países de “interceptações ilegais de comunicações e de dados”.

Teremos, portanto, a partir do início do ano de 2014, pressões de todos os lados para concedermos e negarmos o asilo.  De um lado, ativistas e defensores dos direitos civis e privacidade individual, pela concessão.  De outro, os EUA, parceiro número um do Brasil, tentando fazer valer seu poderio econômico de principal potência do mundo globalizado, a pressionar e ameaçar nosso país de retaliações as mais diversas. 


Em minha humilde análise, um doce abacaxi a ser descascado pela presidenta-candidata.  Por quê?  Temos como pano de fundo desse cenário, o mês de outubro, onde teremos, possivelmente, uma disputa acirradíssima pela presidência, com nomes novos aparecendo na cena política nacional pela primeira vez e onde qualquer pequena vantagem será bem-vinda.

Se olharmos pelo lado humano, a concessão de asilo pode ser uma bandeira eleitoral muito positiva, tendo vasto apoio dentro e fora do país.  Vejamos:
1-      Snowden virou uma espécie de herói antiamericano mundial ao denunciar práticas yankees consideradas sujas por grande parte da mídia mundial;
2-     C0m argumentos nacionalistas de defesa, os EUA bisbilhotaram empresas, utilizando, possivelmente, dados obtidos ilegalmente em licitações internacionais.  Uma fraude;
3-      Abrigá-lo seria uma resposta à altura para o ato cometido pelos EUA, sinalizando para o mundo nossa soberania e a maturidade de nossa democracia;
4-      Eleitoralmente, muito bom, pois forçaria adversários a se posicionar. E a presidenta-candidata ganharia com qualquer cenário de manifestações.  Em caso de recriminações à medida, surfaria sozinha na onda do asilo, pois o mesmo teria amplo apoio da sociedade.  Em caso de apoio de adversários ao asilo, ganharia mais que os outros, já que a concessão seria obra sua.  Enfim...

Não devemos temer sanções ou pressões americanas.  Elas são normais de ocorrer nesse jogo.  Estão aí para demonstrar que é possível enfrentá-los, Cuba, que até hoje, soberanamente, não se dobrou e Rússia, que a despeito das pressões feitas pelo Império, asilou e não despachou nosso herói de volta à terra natal.

É preciso acabar com a hipocrisia reinante no mundo e enfrentar os problemas que colocam em risco a sobrevivência da humanidade - mudanças climáticas, desigualdade social, pobreza, comércio justo, fome etc -.  O tempo não para e a contagem regressiva já começou, acreditemos ou não.  Agências de espionagem como a NSA, têm que ter limites de atuação claros e definidos estabelecidos por legislação internacional.  Ou acabar. 

Snowden é um pen drive repleto de informações que podem assombrar o mundo e ao mesmo tempo iniciar a mudá-lo.  Com um pouco de coragem e responsabilidade, podemos ser protagonistas dessa mudança, desse novo tempo, da mesma forma que corajosamente Edward Snowden, Glenn Greenwald e David Miranda, estão contribuindo.

Como potência emergente do Planeta, temos desempenhado importante papel nesse início de século XXI.  Abrigá-lo, aqui, pode representar muito mais do que uma simples vitória no pleito presidencial.  Mas sim, sinalizar ao mundo que somos livres para escolher nossos caminhos e que estamos prontos a dividir com as grandes nações o trabalho de tornar nosso Planeta mais justo, igual e sustentável.

Toda vez que o Planeta passou por grandes transformações, elas foram implementadas por estadistas que são lembrados até hoje.  Snowden está escolhendo o Brasil por imaginar que sejamos capazes de estar à frente desse processo.  Ou talvez que tenhamos governantes com esse perfil.  O tempo dirá se ele tinha razão.  

Abraços sustentáveis

Odilon de Barros


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pelo fim do analfabetismo ecológico



De um lado, um bilhão de pessoas passam fome no mundo; 200 milhões são crianças, 10 milhões morrem todos os anos de inanição. Do outro lado, quase 800 grupos corporativos mundiais dominam a cena da intermediação financeira e se regozijam com a “economia da acumulação e da devastação”.
Enquanto não mudarmos a forma de produção, respeitando, prioritariamente, os ciclos da natureza, estaremos longe do bem-estar humano sustentável e, cada vez mais, nos aproximaremos de um crescimento fútil baseado no consumo material.
Urge combater os excessos e entender que progresso humano não pode ser confundido com crescimento material.
A crise ecológica ora vivenciada é decorrente de um sistema de economia que defende um crescimento ilimitado num mundo limitado.
Se almejarmos obter para nós e para a geração vindoura uma vida mais tranquila num mundo mais desenvolvido, chegou a hora de pôr um fim na dilapidação que vem sofrendo o capital natural por conta das atividades econômicas exercerem forte pressão sobre os recursos da natureza.
Para isso é fundamental disseminar uma espécie de “consciência ecológica”. Essa consciência ecológica passa por eliminar aquilo que Fritjof Capra chama de “analfabetismo ecológico”.
Para tanto, desde a base, a partir dos primeiros anos de estudo, se faz necessário colocar nossos alunos em contato com os valores que norteiam às ciências ecológicas.
Há de se desenvolver uma política nacional de educação ecológica, uma verdadeira ecoalfabetização que seja capaz de sensibilizar a todos para a importância que representa o sistema ecológico em nossas vidas.
Nossos alunos iniciantes precisam ser ensinados que crescimento econômico deve vir em conjunto com a justiça social, sempre resguardando a proteção do meio ambiente.
É necessário, portanto, desenvolver uma consciência de que a natureza é a provedora inicial das necessidades humanas. Parece que muitos se esquecem de que somos parte da natureza.
Pela preservação, conservação e sustentação dos princípios ecológicos e, finalmente, pelo fim do “analfabetismo ecológico”. Atingindo isso, à vida saberá como nos agradecer. por Marcus Eduardo de Oliveira, do Adital

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A primavera das bicicletas



BicicletasBogota TERRAMÉRICA   A primavera das bicicletas
Um milhão de pessoas usam a cada domingo as ciclovias recreativas, que fecham algumas das principais ruas da capital colombiana.
“Diariamente percorro 43 quilômetros e isso me agrada”, diz Carlos Cantor, em Bogotá. “Há cinco anos troquei o carro pela bicicleta”, afirma Tomás Fuenzalida, de Santiago. Ambos expressam a primavera das bicicletas como solução de transporte na América Latina. Mas na segunda região mais urbana do mundo, a bicicleta cresce em um processo algumas vezes ensolarado e noutras nublado, diz o estudo Bicidades 2013, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), sobre os avanços desse meio sustentável em cidades grandes e médias.
O informe, baseado em pesquisas e solicitado pela Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis do BID, registra que entre 0,4% e 10% da população usa a bicicleta como transporte principal. Entre as cidades pesquisadas, a boliviana Cochabamba lidera a lista com 10% da população. Em seguida estão La Paz e Assunção, com 5%. Todas elas se incluem como cidades emergentes, com cem mil a dois milhões de habitantes. Entre as grandes urbes, em Santiago do Chile e Cidade do México, 3% da população tem na bicicleta seu principal transporte, seguidas por Buenos Aires e Bogotá, com 2%.
Bogotá afirma ser “ícone mundial na promoção das ciclorrotas”, como se chamam na Colômbia as ciclovias, com 376 quilômetros confinados e mais 120 de vias recreativas, com ruas interrompidas ao tráfego de carros nos dias festivos. Cantor, comunicador social de 58 anos, fez uma pausa em seu trajeto diário para contar ao Terramérica sua experiência. “É um deslocamento rápido, porque não tem congestionamento, e em algumas partes até desfruto de vegetação e tranquilidade. É um ambiente solidário e se faz amigos”, afirmou.
A Secretaria de Mobilidade do Distrito Capital calcula que em Bogotá, com cerca de oito milhões de habitantes, há aproximadamente 450 mil que usam bicicletas, majoritariamente operários, seguidos por estudantes de setores populares. As ciclovias recreativas remontam a 1974 e são usadas a cada domingo por um milhão de pessoas. “A ciclovia (recreativa) me encanta, a uso todos os domingos, mas as ciclorrotas não, porque muitas são incompletas, com trechos para compartilhar com automóveis e ônibus, e me dá medo”, explicou ao Terramérica a estudante de direito Carolina Mejía. “Além disso, a insegurança é grande”.
Segundo Cantor, “a insegurança é certa, todos os dias há roubos de bicicletas e seu comércio é muito alto. Em segundos, com um spray mudam a cor e sua bicicleta desaparece. Mas aprendemos a usar as que não são tão pretensiosas, e colocar marcações que dificultam seu comércio clandestino”. Fuenzalida, de 44 anos, substituiu o automóvel pela bicicleta na capital chilena “pela saúde”, porque faz exercício “sem pegar um só peso na academia” e porque “é muito mais agradável andar de bicicleta do que de metrô, por exemplo”.
Ele não pedala apenas para ir ao trabalho, mas também para levar os filhos na escola, para ir a reuniões ou visitar a família. Para gente como ele, a prefeitura de Santiago implanta o Plano Mestre de Ciclovias para estender esses caminhos para 933 quilômetros. Atualmente somam 215 quilômetros, com outros 130 em municípios rurais vizinhos. Não chamada Grande Santiago vivem mais de cinco milhões de pessoas.
“Este é um dos pilares para aumentar o uso de bicicletas e para que a cidade e os santiaguinos percebam os benefícios em descongestionamento, saúde e cuidado ambiental”, afirmou ao Terramérica a ministra secretária-geral do Governo, Cecilia Pérez. O intendente metropolitano, Juan Antonio Peribonio, declarou ao Terramérica que o plano estará pronto em 2022 e que também estão sendo construídos trechos de ligação das ciclovias existentes. A isso se soma um sistema de bicicletas públicas para incentivar este transporte alternativo.
No entanto, nem tudo é bom para os ciclistas. “Às vezes há pedestres, taxistas ou motoristas que me xingam, me chamam de burra. Devem se acostumar com meu direito de andar pela rua como eles”, contou Laurie Fachaux, uma jornalista francesa de 28 anos, há poucos meses no Chile. A psicóloga Antonia Larraín, de 37 anos, acredita que parte do problema é a falta de regulamentação que proteja os ciclistas. “Se há acidentes, há total impunidade”, lamentou essa mulher que diariamente pedala 13 quilômetros para ir e voltar ao trabalho.
A outra face quem mostra é Enrique Rojas, de 50 anos e 30 como taxista em Santiago. “Os ciclistas são imprudentes, cruzam entre os carros e não respeitam os sinais. Muitas vezes quase atropelo algum porque não respeitou o sinal vermelho ou pedalava sem luz à noite”, disse Rojas ao Terramérica. “Os ciclistas também deveriam ser obrigados a ter carteira de habilitação e as bicicletas deveriam ter placas. Não podem pegar a bicicleta e não se preocupar com nada, deixando sua segurança nas mãos de outros”, queixou-se o taxista.
A bicicleta também avança na Cidade do México, com oito milhões de pessoas, aos quais se somam outros 11 milhões em sua área vizinha. “Foi um processo relativamente curto”, explicou Xavier Treviño, diretor do escritório mexicano do não governamental Instituto de Políticas para o Transporte e o Desenvolvimento (ITDP). “Seu maior êxito foi colocá-la como meio opcional e sua maior fortaleza a promoção”, detalhou ao Terramérica.
O emblema das duas rodas na capital mexicana é o sistema de Transporte Individual Ecobici, que desde seu lançamento em 2010 soma 87 mil usuários, com quatro mil bicicletas distribuídas em 275 estações ao longo de 22 quilômetros. Para usar o sistema é preciso se registrar e pagar US$ 31 por ano. Além disso, a Cidade do México tem 90 quilômetros de ciclovias confinadas e não confinadas. “Sistemas como o Ecobici incentivam a continuar crescendo. É uma inércia positiva. Mas falta infraestrutura. Todas as vias primárias devem ter infraestrutura para bicicletas”, opinou Treviño.
Segundo o Bicidades 2013, quase todas as 18 cidades emergentes e seis grandes pesquisadas contam com ciclovias permanentes, menos Assunção e a colombiana Manizales. Somente Bogotá, Buenos Aires, Cidade do México, Assunção, La Paz e Montevidéu têm regulamentações sobre pedalar no trânsito urbano, como pede o taxista Rojas. Envolverde/Terramérica
* A autora é correspondente da IPS, com colaborações de Helda Martínez (Bogotá), Emilio Godoy (Cidade do México) e Marianela Jarroud (Santiago). por Estrella Gutiérrez*

sábado, 14 de dezembro de 2013

Brincando com o fogo



Quando pequeno ouvia sempre que quem brinca com o fogo pode se queimar.  Ou então fazer xixi na cama.  Os recentes acontecimentos no apagar das luzes do campeonato brasileiro de 2013, trazem à tona questões importantes sobre o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, órgão umbilicalmente ligado à CBF, responsável por dirimir dúvidas ocorridas dentro de campo e que julgará, na segunda-feira, 16, denúncia sobre irregularidades ocorridas nas escalações de Flamengo e Portuguesa, na derradeira rodada do certame. 

Porém, antes de entrar propriamente na discussão dos fatos ocorridos, importante esclarecer que esse julgamento pode servir para jogar ainda mais luz sobre a já tão combalida e questionada credibilidade da entidade CBF.  Por quê? 

Segundo parecer do advogado e consultor Piraci U. Oliveira Jr., ... “Os funcionários do STJD são contratados e mantidos pela Confederação, bem como os alugueres e todos os demais desembolsos, em prova formal de que a Justiça Desportiva nada mais é – do ponto de vista societário - do que um “departamento” da associação CBF, uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter desportivo, com personalidade jurídica e patrimônio próprio, com sede e foro no Rio de Janeiro”.     

E segue: “um departamento com vida autônoma, mas preso contábil, fiscal e societariamente à sua criadora, que os contabiliza como “despesas incorridas” ao passo que se fosse uma outra entidade, deveriam figurar nos demonstrativos financeiros como investimentos”.

Ou seja, os membros do STJD não têm soberania pois são escolhidos de acordo com interesses políticos de sua criadora, a CBF, e, como se sabe, estarão sempre sujeitos a muita pressão.  Mais, a entidade está prestes a entrar em um processo eleitoral e não medirá esforços para o candidato da situação, Sr. Marco Polo Del Nero, sair vencedor do pleito. 

Vamos aos fatos:

1-      Em 2010, o Duque de Caxias, time do Rio de Janeiro, escalou Leandro Chaves de maneira irregular em partida contra o Icasa.  Julgado pelo STJD, o tribunal entendeu que não houve má fé e o clube foi absolvido;
2-      Ainda em 2010, o Fluminense foi campeão brasileiro.  Terminou a competição com 71 pontos contra 69 do Cruzeiro.  Na trigésima quinta rodada, o clube escalou o jogador Tartá de maneira supostamente irregular.  O caso foi levantado depois de encerrada a competição, exatamente como acontece agora no episódio envolvendo Héverton, da Portuguesa.  Porém, o Fluminense sequer foi a julgamento no STJD.  Deveria mas não foi.  Se fosse perderia quatro pontos.  E se perdesse quatro pontos o Cruzeiro seria o campeão nacional;
3-      Agora em 2013, no jogo Cruzeiro e Vasco, pelo campeonato brasileiro, o time mineiro escalou de forma irregular o goleiro Elisson.  Levado a julgamento, o pleno do STJD entendeu que não houve má fé  e definiu como punição a aplicação de multa de R$10 mil reais;

De ressaltar, carecem, ainda, de respostas alguns questionamentos:

Admitindo-se previamente o erro (porém sem dolo) de Portuguesa e Flamengo, o que não é, ainda, 100% certo, porque não utilizar os mesmos critérios utilizados nos exemplos acima, de multa ou simples absolvição, já que, seguramente, não houve má fé dos clubes?

Admitindo-se, ainda, que regulamentos existem para serem cumpridos, levando-se ao pé da letra da lei tudo que ocorreu, não só Portuguesa e Flamengo deveriam ser punidos ( a pena a ser aplicada é que é bastante discutível), mas porque não acatar o recurso do Vasco que argumentou  que a partida excedeu o tempo máximo permitido e anular o jogo, ou então dar os pontos ao clube da colina, já que tudo que ocorreu ali seria de responsabilidade do clube paranaense? Porém, o Tribunal sabe com quem mexe, é covarde mas não é burro.  Jamais rebaixarão o Flamengo dessa forma.  DUVIDO!!!  E digo mais: fosse ao contrário, a Lusa continuaria rebaixada e o Fluminense não cairia.

Outra questão estranha, é o comportamento de boa parte dos órgãos de imprensa, que praticamente definiram, antecipadamente, o rebaixamento da Lusa com a pena de perda de quatro pontos.  Porque não esclarecem imparcialmente os leitores colocando todas as hipóteses de punição?  Lamentável!

Por fim, tribunais são respeitados pela soberania, isenção e coerência de suas decisões.  E leis são feitas para produzir justiça. O Sr. Procurador do STJD, Paulo Schmidt, não deveria, a priori, emitir juízo de valor a respeito de julgamento que ainda está por acontecer. Por conta de comportamento similar, um outro auditor com direito a voto, o Sr. Washington Rodrigues, foi substituído do julgamento da próxima segunda-feira, 16.

Depois ficamos a nos perguntar as causas do futebol brasileiro ser tão mal falado no exterior.  Detalhe, faltam seis meses para a Copa.

Pouco tempo faz, tivemos dois ex-presidentes da CBF, o Sr. João Havelange e o Sr. Ricardo Teixeira, saídos da vida pública esportiva pela porta dos fundos, por corrupção.  Ali, não aproveitamos o momento para mudar e alavancar o futebol brasileiro. Seu sucessor, José Maria Marin, ficou conhecido nacionalmente pelo delicado gesto de presentear-se com medalha que não era destinada a sua pessoa e por seus laços com um passado nada saudoso da recente história do Brasil, insiste em achar que o Brasil ainda vive na década de 70. 

Pobre presidente.  Não sabe que brincar com fogo é perigoso, pode queimar. Ou então, pela idade, fazer xixi na cama. 

Odilon de Barros
rubro-negro pela Ética no esporte





sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Os quatro piores alimentos industrializados que ainda fazem o maior sucesso


Em um mundo cada vez mais globalizado, o tempo vira artigo cada vez mais escasso na vida de muitas pessoas. Às vezes, fica difícil até realizar as atividades mais básicas a qualquer ser humano, como fazer as refeições. É aí que a praticidade ganha terreno. Alimentos industrializados, prontos para o consumo, fazem sucesso, porque são práticos e dispensam muito tempo para o preparo. Mas o custo disso pode ser alto.

Esses alimentos são verdadeiros vilões da vida saudável, contém inúmeras substâncias que podem não só engordar, mas também, colocar em risco à sua saúde. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, um em cada dez adultos tem diabetes – 1,6 milhão de casos são diagnosticados por ano. Além disso, 70% da população é considerada acima do peso. Nós brasileiros também não temos o que comemorar. Hoje, 50% da população está com sobrepeso. Fique atento e conheça alguns dos piores alimentos industrializados, segundo o site Curiosidades Insanas.
•NUGGETS
Os nuggets estão no topo da lista dos alimentos industrializados mais consumidos em todo mundo. Muito embora alguns defensores de comida saudável já tenham provado seus males, a maioria das pessoas ignora os fatos e continua comendo esse tipo de gordura. Mas, vamos a realidade: os nuggets são compostos de boa parte de gordura e carboidratos, além do glutamato monossódico, substância que dá aquela vontade de comer sem parar.
Além disso, são processados com a pior parte do frango: olhos, patas, miúdos, bicos, tudo muito rico em gorduras e amônia (sim, amônia!), para evitar a contaminação por bactérias, corantes e aromatizantes. Acompanhe a experiência frustrante do chef britânico Jamie Oliver ao tentar, involuntariamente, convencer criancinhas a não comerem mais nuggets:
•MIOJO
Criado pelos japoneses após a Segunda Guerra Mundial, o miojo é um dos vilões da vida saudável. Para que o macarrão fique desidratado, daquela forma que encontramos no pacote, ele é pré-cozido e frito. Por isso, possui o triplo de calorias do que o macarrão convencional, além de gorduras trans. Se não bastasse, pesquisas recentes mostraram que o macarrão instantâneo faz mais mal do que se imaginava.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), recentemente, analisou dez marcas de macarrão instantâneo e chegou a uma conclusão assustadora: o tempero em pó de algumas marcas do produto contém mais sódio do que a quantidade indicada para o consumo em um dia inteiro. Miojo, sinônimo de sobrevivência: será?
•LASANHA DE MICRO-ONDAS
Os adeptos da comida congelada precisam ficar mais atentos, pois esse tipo de alimento semi-pronto é rico em gordura saturada, ou seja, eleva os níveis do colesterol ruim e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Tais refeições também são ricas em sódio que, em excesso, pode ocasionar aumento da pressão arterial. Além disso, são extremamente calóricos. Uma lasanha de micro-ondas possui, em média, 900 Kcal, quase a metade de calorias que você deve ingerir por dia.
•TEMPERO INSTANTÂNEO
Temperar a comida fica muito mais fácil com caldo de carnes ou legumes, não é mesmo? Mas esses cubinhos são quase um “veneno” para sua saúde. Eles contém elevada concentração de sódio e de aditivos químicos – como o glutamato monossódico, responsável por realçar o sabor. Esses aditivos estimulam o paladar, fazem com que as pessoas demorem ainda mais a ficarem satisfeitas, aumentando o prejuízo.
Pior ainda, também há uma suspeita de que o glutamato monossódico possa causar câncer no trato intestinal, além de inúmeros danos à pressão arterial. Alimentar-se bem é essencial para sua saúde, evite os alimentos citados acima e procure fazer refeições ricas em proteínas, legumes e frutas. Tudo é uma questão de equilíbrio.* Publicado originalmente no site EcoD.



quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Banco irlandês empresta 100 milhões de euros para eficiência energética


O banco irlandês AIB anunciou um programa de empréstimo no valor de 100 milhões de euros para apoiar projetos de eficiência energética, já a partir do início do próximo ano.

“A energia é uma das áreas chave dos empréstimos onde o AIB está agora focado. O banco confirmou ainda que vai disponibilizar 1 milhão de euros para o setor da energia ao longo dos próximos três anos”, explicou Bernard Byrne, Diretor da of Personal, Business and Corporate Banking, acrescentando que a política da instituição bancária é feita através “de substanciais estudos de mercado que identificam as necessidades dos clientes”.

Com o fundo, as pequenas e médias empresas (PMEs) são encorajadas a procurar financiamento dentro de ações no âmbito da iluminação ou sistemas de aquecimento e arrefecimento.

O anúncio do AIB “será um grande impulso à indústria, uma grande ajuda para as empresas que querem diminuir os seus custos” e ainda “ajudar a estimular a criação de emprego neste setor”, segundo o presidente do Green Building Irlanda, Owen Lewis.

A par da divulgação do programa de empréstimo foi feita a apresentação de um estudo encomendado à empresa Amarach sobre o nível de eficiência energética nas empresas, que concluiu que a eficiência energética é um tema prioritário na agenda de fabricantes, retalhistas e outros setores de negócio. Esta investigação foi conduzida com a participação de 451 PMEs em colaboração com a Autoridade Irlandesa para a Energia (SEAI, nas siglas em inglês) e o Green Building Irlanda. Edifícios e energia

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Barcelona tem o melhor sistema de bicicletas urbanas do mundo



Por que investir nas “magrelas”? A cidade fica reconhecida como local interessante para viver, trabalhar ou investir.

Barcelona pode se gabar de ter o mais bem sucedido programa de bicicletas urbanas do mundo, segundo um relatório publicado na quinta-feira, em Washington, que explica os segredos de se conseguir com que mais gente passe a adotar o transporte sobre duas rodas.
O programa de bicicletas da cidade mediterrânea espanhola conta com uma média de 10,8 viagens por bicicleta e 67,9 trajetos por morador, destacou o Instituto para Transporte e Desenvolvimento de Políticas (ITDP), uma organização de pensamento estratégico sediado na capital americana.
Outras cidades que pedalam bastante – entre os 400 sistemas existentes de serviços com 700.000 bicicletas – são Lyon, Cidade do México, Montreal, Nova York, Paris e Rio de Janeiro.
Pouco conhecidos dez anos atrás, os programas de bicicletas urbanas se expandiram rapidamente em todo o mundo e um número estimado entre 400 e 600 cidades – de grandes a pequenas – lançaram sistemas do tipo e muitas outras planejam fazê-lo no futuro próximo.
“Não estamos dizendo que nenhum (destes sistemas) seja melhor do que o outro”, disse Colin Hughes, diretor de política nacional e avaliação de projetos do ITDP.
“A questão principal é que estes esquemas estão demonstrando um alto impacto real na mobilidade das cidades onde são implantados – há uma grande quantidade de pessoas usando-os – e são bastante rentáveis”, disse Hughes à AFP.
“O investimento público realmente vale a pena aqui”, prosseguiu.

Cidades do futuro com qualidade de vida
Para o informe “O guia dos programas de bicicleta de uso livre”, o ITDP compilou dados de esquemas de bicicletas urbanas do mundo todo para estabelecer pela primeira vez o que precisa ter uma rede de aluguel de bicicletas bem sucedida.
Alguns pontos são óbvios, como que sejam “confortáveis, bicicletas para andar pelas cidades”, especialmente desenhadas para impedir o roubo, bem como fáceis de usar, sistemas automáticos de cadeados nos postos de devolução e preços atraentes para incentivar o maior uso possível.
Mas o que é especialmente importante, destaca o informe, é “uma extensa rede de estações… Com distância média de 300 metros” entre elas.
“Recomendamos entre 10 a 16 estações por quilômetro quadrado e de 10 a 30 bicicletas para cada 1.000 moradores em uma área de cobertura”, afirmou Hughes.
“Faz-se uma escala das estações por área e em seguida se estuda o número de bicicletas nas estações com relação ao número de pessoas que está morando ali”, acrescentou.
Outro elemento fundamental é o uso de tecnologia móvel para fazer um acompanhamento da disponibilidade das bicicletas em tempo real e compartilhar estes dados pela internet, em smartphones, telas de computador e postos de devolução ou empréstimo de bicicletas.
Uma lição que algumas cidades, como Washington, aprenderam com dificuldade ao lançar um sistema com poucas bicicletas e poucos lugares para deixá-las.
“Tendemos a ver que os sistemas que são mais bem sucedidos não começam em pequena escala”, afirmou.
“Quando se inicia um esquema, este é o tempo mais valioso. Este é o momento em que se geram notícias. É a primeira vez que você está expondo ao público o seu sistema e o que realmente quer é que as pessoas tenham uma primeira experiência realmente positiva”, prosseguiu.
Também têm que haver ciclovias, embora Hughes tenha apontado que a popularidade do sistema de bicicletas tende a incentivar a expansão da infraestrutura de duas rodas nas cidades.
Para o futuro, Hughes prevê um contínuo aumento dos programas de uso livre de bicicletas no mundo em um momento em que as cidades abraçam o conceito de uma cidade do século XXI, apresentando-se como locais interessantes para viver, trabalhar ou investir.
“É uma pista, uma forma de dizer, ‘esta é uma cidade que valoriza a qualidade de vida’… Esta é a razão pela qual algumas grandes empresas se alinham para patrocinar estes sistemas, porque as bicicletas de uso livre têm uma imagem positiva”, afirmou.  Fonte: MSN
O relatório pode ser encontrado online na página go.itdp.org.
 Postado por Daniela Kussama

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Acordo comercial entre Monsanto, mega corporações e doze países coloca soberania de governos em jogo. Insustentável. Proteste!



A Monsanto está prestes a celebrar o maior golpe de sua história, mas temos até o fim de semana para impedi-los. 
A Parceria Transpacífico é um grande acordo ultra-secreto entre doze países que dará às corporações um poder sem precedentes - o que lhes permitiria recorrer a novos tribunais internacionais para processar nossos governos pela aprovação de leis que nos protegem, mas reduzem os seus lucros! Isso se aplica a tudo, desde a rotulagem de alimentos transgênicos até a proteção da liberdade na internet. O Wikileaks trouxe a história à tona e agora a oposição está se organizando rapidamente, mas os países estão acelerando para selar o acordo em 48 horas. 
Isto é um absurdo, mas nós temos uma chance de pará-los - três países estão hesitantes e se eles desistirem, todo o acordo irá por água abaixo. Se enviarmos um enorme e forte apelo para líderes no Chile, Nova Zelândia e Austrália, podemos impedir a investida corporativa deste mega-negócio antes que a Monsanto abra sua champanhe. Assine agora e compartilhe com todos:



assine a peticao

Rio: uma nova missão ao lado de velhos problemas


Rio de Janeiro 300x153 Rio: uma nova missão ao lado de velhos problemas“Se os países do mundo andam em ritmo muito lento, as cidades podem ir mais rápido”. Este bem que poderia ser o lema do C-40 (Cities Climate Leadership Group), grupo que reúne as mais importantes cidades do mundo comprometidas em buscar soluções para as mudanças do clima que afetam todo o planeta.
Impacientes com a morosidade da ONU em coordenar ações em nível global para o enfrentamento do problema, prefeitos de 58 cidades (São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba são as únicas do Brasil) compartilham conhecimento, experiências e contabilizam até o momento 4.734 ações em diferentes frentes (aumento das áreas verdes, menos automóveis, mais transporte público e ciclovias, reciclagem de lixo, apoio às construções sustentáveis etc).
À frente do C-40, o prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg (que será sucedido no cargo pelo democrata Bill de Blasio), veio ao Brasil durante a Rio+20 para anunciar aquela que talvez tenha sido a maior notícia do evento. Enquanto os chefes de Estado reunidos no Riocentro se esforçavam em sorrir para a foto oficial sem nenhum resultado importante, Bloomberg anunciava no Forte de Copacabana a meta coletiva das cidades de reduzir 1,3 bilhão de toneladas de gases estufa até 2030 – com medidas mensuráveis e comprováveis – o equivalente às emissões de Canadá e México juntos no mesmo período. Foi o maior feito da história da organização até hoje.
Se fosse possível reuni-las em um único país, as cidades do C-40 seriam o mais rico do mundo (18% do PIB) e o terceiro mais populoso (544 milhões de pessoas). Prefeito não remunerado – por opção – de Nova Iorque, o milionário Bloomberg colocou dinheiro de sua própria fundação e de outras igualmente importantes, como a Fundação Clinton, para estruturar administrativamente a organização e deixar o C-40 em melhores condições de navegabilidade para seu sucessor nesse grupo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes. É a primeira vez que um prefeito de um país em desenvolvimento assume o cargo.
“É uma prova de que o Rio de Janeiro está em evidência”, me disse Paes ao voltar de Nova Iorque, onde esteve com Bloomberg para acertar detalhes da passagem do bastão. Mesmo sem tempo suficiente para cuidar de todos os problemas da segunda maior cidade do país, Paes terá que dar conta a partir de fevereiro (quando assume oficialmente o cargo) de uma estrutura que mobiliza 70 funcionários, dois escritórios (um em Nova Iorque, outro em Londres) e U$ 30 milhões de orçamento anual.
Já há pelo menos uma discordância entre Bloomberg – que continuará liderando o comitê diretor da instituição – e o novo presidente do C-40. “Bloomberg acha que devemos aceitar o convite da ONU para marcar presença da Conferência do Clima que acontecerá em 2015 em Paris. Eu ainda não estou convencido disso”, diz Paes, que não esconde o ceticismo em relação aos rumos do multilateralismo. “Tenho medo de ser engolido pela ONU”, confessa o prefeito, preocupado em abrir caminho para que as cidades possam captar recursos diretamente do Banco Mundial e de outros órgãos de fomento internacionais que só costumam negociar diretamente com os países.
Duplamente exposto (por ser prefeito da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e agora presidente do C-40), Paes admite que o Rio precisa avançar muito em várias áreas. “Ainda sofremos com a incapacidade de nos planejar. Há problemas em relação à ocupação das encostas, drenagem urbana, uma pressão imobiliária excessiva”,reconhece.
Apesar de tudo isso, o Rio recebeu há duas semanas em Barcelona o prêmio de “Cidade mais inteligente do ano” (World Smart City 2013) por algumas iniciativas reconhecidas internacionalmente. As restrições à circulação de automóveis, a expansão das linhas de BRT, a aplicação de multas para quem joga lixo no chão e a revitalização da zona portuária são algumas das medidas que levaram Michael Bloomberg e o ex-presidente Bill Clinton (a Fundação Clinton apóia o C-40) a comunicar a Paes, ainda em novembro do ano passado, o interesse em tê-lo à frente da organização pelos próximos três anos.
Entre os novos desafios, o prefeito do Rio deseja incrementar a participação das cidades dos países pertencentes aos BRICS (China, índia, Brasil, Rússia e África do Sul) no C-40 e contar com o apoio de mais empresas e fundações que ajudem o grupo a crescer.
Da “cidade maravilha, purgatório da beleza e dos caos”, para o C-40 foi um salto importante para o Rio, que aos olhos do mundo, é uma síntese do Brasil. Não faremos a Copa do Mundo mais sustentável que já se viu (nem o Maracanã representa o que há de mais avançado em design ecológico). Os Jogos 2016 não serão os mais verdes da História e a cidade ainda é uma das mais desiguais do planeta, com indicadores preocupantes de mobilidade urbana e saneamento básico. Que a avalanche de obras em curso ajude a mudar essa realidade. À frente do C-40, a bola está com o Rio. Publicado originalmente no site Mundo Sustentável.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Óleo de palma sem desmatamento


chamas 300x199 Óleo de palma sem desmatamento
Chamas em galhos de árvores secas em uma área de turfeiras com concessão para cultivo e exploração de óleo de palma, recentemente desmatada. Foto: © Ulet Ifansasti / Greenpeace
Maior produtora do mundo se compromete com o fim do desmatamento na Indonésia.
A maior produtora de óleo de palma do mundo, a Wilmar International, anunciou na semana passada uma política de não desmatamento como resposta à pressão feita pelo Greenpeace, organizações parceiras e consumidores ao redor do mundo. A política tem o potencial para inspirar demais medidas semelhantes para proteger mais florestas e pessoas que vivem e dependem delas, também em outras regiões.
O coordenador da campanha de florestas da Indonésia Bustar Maitar, se manifestou:
“A Wilmar respondeu a anos de pressão feita pelo Greenpeace, por outras organizações e por um crescente movimento de consumidores ao redor do mundo que demandam por óleo de palma limpo e pelo fim da destruição das florestas. O compromisso assumido pela Wilmar, pelo não desmatamento, tem o potencial para transformar a controversa indústria da matéria-prima”.
“A política apresentada pela Wilmar mostra que o setor convive com problemas crônicos, e ainda que essa política seja uma bela notícia para as florestas e os já ameaçados tigres que a habitam, seu sucesso será medido pelas ações de implementação que a empresa realizar. Nossos desafios para a Wilmar são práticos, como: agora é possível parar imediatamente de comprar matéria-prima de companhias como Ganda Group, com quem possuem fortes laços comerciais e está diretamente envolvida em derrubada de florestas, áreas ilegais de cultivo e instigam conflitos sociais por consequência desse comportamento?”
Durante os últimos sete anos, o Greenpeace expôs repetidamente a participação da Wilmar em processos de desmatamento, uso de áreas compreendidas por parques nacionais, degradação de áreas que serviam tradicionalmente como habitat primário de espécies ameaçadas como o tigre de Sumatra, além de relações perigosas com fornecedores ‘sujos’, ligados a inúmeros casos de incêndio florestal e exploração predatória de espécies locais.
“Várias companhias, incluindo a Wilmar, utilizaram por anos de iniciativas e eventos que promovem a adoção de práticas sustentáveis no setor para esconder seus reais procedimentos. Por isso, o Greenpeace vai monitorar de perto como a empresa vai transformar as palavras do compromisso em ação no dia a dia, e também desafiar a Wilmar a encerrar todos os contratos com fornecedores envolvidos com ilegalidade e desmatamento. Este desafio já está estendido a outras gigantes que trabalham com óleo de palma, como Cargill, Musim Mas e Sime Darby, para que também apresentem políticas como a apresentada pela Wilmar”, acrescentou Bustar.
A indústria do óleo de palma é o maior vetor de desmatamento na Indonésia.
O ministério de mapas florestais mostra que a Indonésia está perdendo 620 mil hectares de floresta por ano, entre 2009-2011 (uma área maior que o tamanho de Brunei). A expansão do óleo de palma em Nova Guiné e África já está ameaçando as florestas, inflando polêmicas e espalhando conflitos entre as comunidades locais.
A Wilmar International é responsável por mais de um terço do comércio global de óleo de palma.
Se você quer produtos limpos, que não patrocinem a destruição de florestas e da biodiversidade, assine o manifestoe faça parte da campanha pela proteção do paraíso tropical da Indonésia, casa do Tigre de Sumatra e tantas outras espécies.
* Publicado originalmente no site Greenpeace.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Mensagem à OMC: a água não é uma matéria-prima


omc640 Mensagem à OMC: a água não é uma matéria prima
Um caminhão-tanque em Port Louis, Maurício. Foto: Nasseem Ackbarally/IPS

Washington, Estados Unidos, 6/12/2013 – Enquanto prossegue em Bali, na Indonésia, a reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), ativistas pedem que os ministros especifiquem que os recursos hídricos não podem ser tratados como produtos básicos. Os críticos das privatizações e da “financiarização” dos recursos naturais ressaltam o crescente interesse dos investidores multinacionais em comercializar os recursos hídricos comuns. Essa mudança pode ter efeitos particularmente danosos nas comunidades pobres e marginalizadas.
Embora em 2010 o direito universal à água (e ao saneamento) tenha sido consagrado em pactos internacionais, os acordos de comércio ainda não tomaram nota, um vazio que se torna cada vez mais perigoso, segundo alguns especialistas. “A financiarização e a privatização da água já são em grande parte um objetivo de longo prazo de importantes investidores e empresas multinacionais”, apontou à IPS William Waren, analista em políticas comerciais do escritório norte-americano da organização Amigos da Terra.
“Essas entidades apostam na comercialização e distribuição da água de um modo muito parecido ao do petróleo. Eles sabem que o aquecimento global tornará cada vez mais escassos os recursos hídricos, por isso querem se apoderar deles vendê-los ao preço que desejarem”, acrescentou Waren. Ele citou a Suez Environment, gigante francês da água, e T Boone Pichens, o magnata norte-americano do petróleo que passou para o setor das energias alternativas. E, independente de onde se situem esses investidores, seu objetivo é transnacional.
Coincidindo com a conferência da OMC, iniciada no dia 3 e que termina hoje, a Amigos da Terra Internacional apresentou uma série de estudos sobre as experiências de uma dezena de países na financiarização de recursos hídricos. O informe diz que uma confluência de instituições financeiras e corporações internacionais está “pavimentando o caminho” para esse processo. Esses grupos recebem apoio importante dos acordos comerciais internacionais, tanto pelas imprecisões dos existentes quanto por estratégias explícitas em outros em negociação, encabeçados particularmente pelos Estados Unidos.
Trata-se de “forças motrizes da desregulamentação e liberalização, que abriram os setores da água e do saneamento ao lucro corporativo, e que são componentes básicos da arquitetura da impunidade que o protege”, destaca o informe. “Entre elas se destacam as novas modalidades, cada vez menos transparentes e menos democráticas, de associações transoceânicas lideradas por Washington e a agenda da OMS sobre serviços ambientais”, acrescenta a Amigos da Terra.
Nesse debate é fundamental o pacto firmado há mais de meio século, predecessor da atual OMC criada em 1995, conhecido como Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT). Suas disposições continuam regendo as políticas de comércio de bens materiais, embora nem este nem a OMC definam claramente o que é um “bem” e nem se a água é um deles.
“O ponto de vista tradicional no direito internacional é que a água é um bem público, assim já em 1948 não havia nenhuma consideração sobre o que as grandes corporações contemplam hoje: o controle completo do sistema, desde o poço até a torneira”, afirma a Amigos da Terra. “Por isso precisamos assegurar que os novos acordos comerciais ofereçam garantias específicas de que a água é parte dos bens públicos, que não é uma mercadoria nem um produto”, ressaltou.
O debate da OMC sobre o comércio de serviços prossegue, enquanto os países oferecem seus próprios compromissos. Até agora nenhum país assumiu compromissos substanciais em relação ao abastecimento doméstico de água. Os debates desta semana em Bali aparecem como a última possibilidade de a OMC chegar a um acordo multilateral, pois a atual Rodada de Doha, iniciada na capital do Catar em 2001, acumula mais de uma década de frustrações.
Enquanto isso, as energias liberalizantes se transformaram em negociações multilaterais e bilaterais e em acordos de investimento. Dois dos maiores estão atualmente em negociação, ambos liderados por Washington: o Acordo de Associação Transpacífico, de 12 países, e uma área de livre comércio entre Estados Unidos e União Europeia. Caso se concretizem, incluirão a maior parte da economia mundial.
Entretanto, esses pactos comerciais também apresentam rígidos requisitos que favorecem as empresas, e mecanismos quase judiciais de implantação que colocam os investidores no mesmo nível dos Estados soberanos. Apesar de a Organização das Nações Unidas (ONU) ter estabelecido em 2010 o direito universal à água, os tribunais que atuam em disputas no contexto de acordos de investimentos não costumam reconhecer o direito humanitário internacional. Por isso é importante a OMC se pronunciar claramente no debate sobre a água como mercadoria comerciável.
É paradoxal que a luta para maior financiarização da água seja liderada pelos Estados Unidos, cuja experiência na privatização das empresas públicas de água é notoriamente negativa. A maior empresa privada de água desse país, a American Water, foi antes propriedade de uma firma alemã que se retirou, em grande parte, pela resistência social a que capitais privados e estrangeiros fossem donos dos recursos hídricos.
“Claramente houve resistência à propriedade privada”, disse à IPS a pesquisadora Mary Grant, da Food & Water Watch (FWW). “As comunidades deixaram explícito que querem propriedade local para controlar a qualidade do serviço e as tarifas”, pontuou. Estudos da FWW concluíram que companhias de serviços públicos de propriedade de investidores em dezenas de Estados norte-americanos cobram um terço a mais do que as estatais.
Os sistemas com fins lucrativos também apresentam problemas quando é preciso estender o serviço, pois as empresas são reticentes em ampliar a cobertura para áreas pobres ou comunidades muito pequenas. “A experiência dos Estados Unidos mostra que a privatização da água foi um fracasso. Não gerou serviços melhores, apesar da alta nos preços, e frequentemente foram piores. A provisão local e pública é a maneira mais responsável de garantir que todos tenham acesso a água limpa e barata”, enfatizou Grant.  Envolverde/IPS
(IPS)