quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Rio lança programa de reciclagem de óleo em escolas públicas

por Redação da Agência Brasil

oleodecozinha Rio lança programa de reciclagem de óleo em escolas públicas
As escolas públicas do estado começaram a adotar, desde ontem (18), as medidas de reciclagem e de sustentabilidade ambiental previstas no Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais (Prove). A iniciativa estimular a reciclagem do óleo de cozinha para o uso como matéria-prima na produção de sabão e de fontes de energia alternativas, como o biodiesel. O lançamento ocorreu no Colégio Estadual Brigadeiro Schorcth, no bairro da Taquara, zona oeste da cidade.
Ao todo, dez escolas participarão da primeira fase do projeto. Cada uma delas receberá uma unidade ambiental para recolhimento do óleo, chamadas de ecoponto. Nesses locais, os cidadãos poderão entregar o óleo já foi utilizado, além de tirar dúvidas sobre reciclagem e produção de fontes alternativas de energia.
No Colégio Brigadeiro Schorcth, a reciclagem de óleo proporcionou a três professores uma viagem pela América do Sul. A jornada foi a bordo de um carro Mercedes-Benz 58, movido a óleo de cozinha reciclado por alunos da instituição de ensino.
Os profissionais de educação percorreram 22.720 quilômetros, deste total, 8 mil quilômetros foram abastecidos com o combustível alternativo criado pelos estudantes. Durante 37 dias, os docentes visitaram 29 cidades do Uruguai, da Argentina e do Chile. O objetivo principal foi coletar dados para serem trabalhados com os alunos, abordando os temas nas diversas disciplinas a partir do material produzido pela expedição.
Segundo a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), atualmente a maior parte do óleo vegetal é despejada em ralos, comprometendo as tubulações dos edifícios e das redes de tratamento de esgoto. Nas regiões onde não há rede coletora, o óleo vai diretamente para os rios e lagoas, aumentando significativamente a poluição e a degradação ambiental. Essa prática causa prejuízos à população, às concessionárias de saneamento e aos governos.
Criado em 2008 pela SEA, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o Prove têm como principal objetivo reduzir o impacto ao meio ambiente provocado pelo despejo de óleo. Atualmente, para entregar o óleo já usado, a pessoa deve procurar os ecopontos instalados em postos de combustível ou nas cooperativas de reciclagem de lixo.* Edição: Marcos Chagas.** Publicado originalmente no site Agência Brasi

Micro e pequenas empresas mais sustentáveis. É possível?


sustentabilidadeempresas Micro e pequenas empresas mais sustentáveis. É possível?A sustentabilidade começa a determinar um padrão de funcionamento, desenho estratégico e controle nas grandes empresas, nas multinacionais e até em algumas empresas de médio porte. Porém, as micros e pequenas também podem ser consideradas sustentáveis? Onde mudar, quando trocar ou investir neste tema, que envolve tantas ações e projetos?
Atualmente, a área das micro e pequenas empresas – MPEs possui cerca de 12 milhões de potenciais empresários com negócios e contrata 15,6 milhões de pessoas com carteiras assinadas, conforme o Boletim Estudos e Pesquisa do Sebrae, de julho de 2013. O documento ainda mostra que a taxa de sobrevivência de empresas com até dois anos passou de 73,6%; nas criadas em 2005, para 75,6%, nas criadas em 2007. A taxa de sobrevivência é maior na indústria (79,9%) e na região Sudeste (78,2%).
Mas será que sobreviver ao tempo é o único indicador de sustentabilidade, uma vez que a empresa está se custeando financeiramente? Em uma pesquisa com este público, o Sebrae mostra que o conhecimento sobre o tema sustentabilidade e meio ambiente é médio, ou seja, de um universo de 3.912 entrevistados na pesquisa do ano passado,  65% pensam em sustentabilidade nas MPEs.
Por outro lado, deste total somente 12% declaram entender muito sobre o assunto e 25% entendem pouco. Mas quando questionados sobre qual é o grau de importância que as empresas deveriam atribuir à questão do “meio ambiente”, 75,2% respondem que deve ser de alta importância.
Então se o tema tem importância, como trazer o assunto para o dia a dia e modificar alguns “vícios” da gestão antiga? O Instituto Ethos e o Sebrae, em conjunto, criaram os indicadores de responsabilidade social empresarial para micro e pequenas empresas, que servem como um diagnóstico de autoanálise do empreendimento. Respondendo as perguntas sugeridas no documento e buscando as informações quantitativas para as comparações anuais, as MPEs terão um panorama dos pontos a melhorar e a visão de projetos a serem desenvolvidos.
Mas sabemos que não é tão simples assim. Na vida real, este empreendedor tem real consciência de que precisa arranjar tempo dentro do seu dia atribulado para responder, pensar e modificar as suas ações mais sustentáveis.
No entanto, se este empreendedor realmente entender que o tema da sustentabilidade inserido no seu cotidiano não está somente atribuído às vertentes sociais e ambientais, mas que a questão financeira é essencial, valorizará ainda mais o tema. A pesquisa do Sebrae ainda mostra que quase a metade dos entrevistados (46%) acha que a questão da sustentabilidade representa oportunidade de ganhos para a sua empresa, o que corrobora a necessidade de um entendimento maior sobre o tema.
Um caso que ficou famoso é de uma pequena fornecedora de um grande banco que passou por uma capacitação sobre o tema e resolveu abraçar a causa. A empreendedora, dona de uma empresa de motoboys, resolveu melhorar o seu indicador social no que se refere a público interno e começou a conceder benefícios de saúde e qualidade de vida aos seus funcionários. Além de registrar oficialmente toda a sua frota de portadores. Isso fez com que o seu turnover diminuísse, reduzisse as dispensas médicas, o absenteísmo e a empresa começou a ter melhor rentabilidade financeira. Com isso, começou a pegar mais serviços com outros clientes que valorizavam a questão da sustentabilidade e que também ficaram satisfeitos com a diminuição de possíveis riscos sociais e trabalhistas.
Outra maneira desta MPE ser mais sustentável é ela já nascer com este fator nos seu DNA ou no seu produto e/ou serviço. O painel de práticas iniciativas sustentáveis do Centro Sebrae de Sustentabilidade mostra diversas histórias de empreendimentos que foram concebidos ou adaptados para os temas e indicadores que buscam o desenvolvimento sustentável. Como o caso da JS Metalurgia que reduziu 10% dos custos mensais da empresa e aumentou 5% do faturamento com práticas sustentáveis, que ainda geram novos produtos. Ou o caso do Restaurante de Vilhena, em Rondônia, que transforma resíduos alimentares em adubo orgânico para ser usado na plantação de hortaliças e legumes. E, além disso, educa o cliente sobre o consumo consciente, cobrando menos de quem não deixa sobras nos pratos.
Existem muitos exemplos, mas se inspirar e sair da inércia do nosso dia a dia para buscar uma real transformação é muito difícil para o ser humano em geral. Porém, estes empreendedores possuem muita energia e isso faz com que eles tenham destaque. Focando esta energia para uma atuação diferenciada, já é um bom começo e, assim aceitar e trabalhar com sustentabilidade como um novo desafio é o caminho para a real transformação.
Marcus Nakagawa é sócio-diretor da iSetor, professor da ESPM e idealizador e presidente do conselho deliberativo da Abraps e palestrante sobre sustentabilidade.