terça-feira, 15 de outubro de 2013

A base de todas as reinvindicações: educação


Muito se tem discutido a respeito do futuro das manifestações iniciadas em junho com a cobrança de melhores e mais baratos transportes públicos no Brasil.  Na época, muitos afirmaram que aquilo tudo não tinha consistência e acabaria em breve.

Quatro meses depois, Black Blocs nas ruas, quebradeiras, alguns desvios de conduta aqui e ali e muita transgressão por parte dos vários aparatos de segurança estatal, o que vemos é que os movimentos estão ganhando consistência e voltando a ganhar o apoio da população com a adesão a campanhas específicas e pautas mais objetivas.

E no dia de hoje, 15 de outubro, não poderíamos esquecer do dia do Mestre, uma das profissões mais aviltadas e desprestigiadas de nosso pobre país, dizendo presente à manifestação de logo mais na Cinelândia.

É bom lembrar que desde a época nada saudosa da ditadura militar, a educação vem sofrendo um desmonte sem precedentes, deixando de ser um bem imaterial de nossa Nação para ser um produto mercantilizado país afora e acessível apenas aos mais abastados. 

E os números não mentem. Ainda temos 13 milhões de analfabetos e grande chance de perdermos nosso bônus demográfico, que é o momento em que o país tem por um período longo (15/20 anos), mais jovens do que idosos. 

Mas a verdade é outra e os reflexos já começamos a sentir e estão presentes nas estatísticas desesperadoras de empresas que necessitam de profissionais qualificados e não os encontram.  A bem da verdade, é importante frisar que nenhum governo pós militares no poder, conseguiu impor outro modelo de educação no Brasil.

Todos, sem exceção, a meu ver, erraram no foco até agora, pois insistem em olhar para o último degrau da cadeia -o ensino superior-, que é importante, sem dúvida, esquecendo-se da base, o ensino fundamental, geralmente de péssima qualidade, quando deveria ser universal, do Oiapoque ao Chuí.  Isso sem falar na eterna falta de condições de trabalho dos profissionais da área, onde falta treinamento, qualificação e lógico, salário. 

Quando o assunto é educação ou saúde, lembro sempre de uma viagem que fiz a Cuba.  Ali ouvi uma frase de um professor que jamais me saiu da cabeça: uma das conquistas de nossa revolução, e disso não abrimos mão, foi educação e saúde de qualidade para “TODOS”.  Perguntei, então, quanto ganhava um professor lá e ele me respondeu sem titubear que as duas profissões mais importantes no país eram justamente professor e médico.  Mais, disse, ainda, que a diferença entre o profissional mais bem remunerado e o pior, era de apenas 5 vezes.

Saí do papo incrédulo e convencido de que se queremos ser verdadeiramente um “PAÌS”, nossos esforços devem se concentrar, de verdade, nesse quesito.


Abraços sustentáveis e parabéns professores.  Vocês são nossos heróis!