quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Eficiência energética e áreas verdes são atrações de aeroporto na Coreia do Sul

 
 Coreia do Sul - Os aeroportos em boa parte do mundo não costumam ser muito atraentes para os olhos e também no que diz respeito à sustentabilidade. Mas como para toda regra costuma haver uma exceção, o Aeroporto Internacional de Incheon, na Coreia do Sul, pretende dar o que falar com as obras de expansão do seu novo terminal, o Incheon 2, que tem previsão de conclusão para 2018.

Desenvolvido pelos escritórios Gensler Arquitetos e HMGY, o projeto orçado em US$ 2,5 bilhões inclui amplos jardins, cachoeiras e uma zona comercial grande o suficiente para ser chamada de cidade.

Todo o design foi concebido com foco na eficiência energética. A otimização da ventilação natural e da iluminação, que contará, em larga escala, com células solares fotovoltaicas para gerar energia, são características centrais do projeto. Outros pontos incluem a criação de um lago de carpas, aviários e uma série de áreas verdes esculpidas que, juntas, equivalem a mais de dois campos de futebol com medidas oficiais.

Os arquitetos ainda projetaram o novo terminal na forma de uma Phoenix, o animal mítico associado na cultura sul-coreana com longevidade, força e equilíbrio. Eles esperam que o foco na sustentabilidade estimule os milhões de passageiros que usam o terminal a pensar na importância da gestão ambiental.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ajude a levá-los de volta para casa


A brasileira Ana Paula Maciel será mantida em prisão preventiva por 2 meses após protesto pacífico. (Foto: © Dmitri Sharomov / Greenpeace)

Um grupo de 28 ativistas do Greenpeace Internacional e dois jornalistas estão presos na Rússia suspeitos de vandalismo. Entre eles está a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, de 31 anos.

O grupo foi preso no dia 19 após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico, em uma plataforma da Gazprom, no mar Pechora. Todos eles podem ser condenados a até sete anos de prisão.

Precisamos de sua ajuda para levar Ana Paula, os ativistas e jornalistas de volta para casa. Envie uma carta à presidente Dilma e ao embaixador da Rússia no Brasil Sergey Pogóssovitch pedindo a intervenção deles junto às autoridades russas.

Você também pode ligar para a Embaixada ou para os Consulados do Rio de Janeiro e São Paulo para pedir a libertação da nossa ativista Ana Paula.

Embaixada da Rússia:  (61) 3223.3094/4094
Consulado Geral da Rússia em São Paulo: (11) 3814.4100
Consulado Geral da Rússia no Rio de Janeiro: (21) 2274.0097

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Por uma televisão brasileira socialmente responsável


Mesmo sendo uma concessão pública, a TV brasileira, nascida nos idos de 1950 para ser um veículo de massa, já chegou desvirtuada de seu objetivo principal e atendendo, à época, apenas aos mais abastados em função do alto custo dos televisores vindos dos EUA.  Continuou assim quando do surgimento da TV a cores e, mais recentemente, com o surgimento da TV digital.

Sua popularização veio mesmo através das novelas da Rede Globo.  Por isso fico a me perguntar que produto mágico é esse que há décadas não se repagina, não muda temas, não cai em desuso e que, apesar de antiquado é ao mesmo tempo moderno? Espécie de parque de diversão coletivo atraindo milhões de seguidores, novela após novela.   

Cresci vendo minha família hipnotizada à frente da TV Globo no horário das 20h e apenas para lembrar de algumas... Irmãos Coragem, Primeiro Amor, O Bem Amado, Selva de Pedra, Avenida Brasil e por aí vai.  Sem dúvida, uma cachaça a formar opiniões e mentes Brasil afora.  Um poder incrível no imaginário nacional. 

Porém, notável mesmo é como conseguem perpetuar a mesma receita vazia e sem cultura por tanto tempo: traição, vingança, brigas familiares, rico contra pobre e na grande maioria das vezes, belos finais felizes.  Pensariam ou sonhariam loucos como eu: mexer em time que está goleando e jogando sozinho (competentemente, diga-se de passagem), há mais de meio século, nem pensar, para quê?

Hoje, o brasileiro já assiste novelas às 14h, 18h, 19h, 21h, e ensaia, já pela segunda vez, “remakes” mais curtos de sucessos estrondosos do passado, às 23h.  Tudo introduzido lenta e homeopaticamente em nossas mentes. Mexer nessa estrutura vencedora só por uma boa, ótima, excepcional causa.  Sou capaz de afirmar que a Globo fidelizou de forma quase que vitalícia uma base fiel de telespectadores, sendo praticamente imbatível nesses horários.

Mas o Planeta Terra é ou não uma boa causa?

Pois é, essa semana, ainda por conta dos efeitos da Rio +20 e do relatório do IPCC, recentemente divulgado e de minha formação profissional - onde sempre fico imaginando soluções para um mundo melhor e mais justo -, sonhei acordado que  nossas emissoras, não vou ousar dizer “modificariam” sua receita de sucesso de décadas, mas “envidariam esforços em se adequar aos novos tempos e necessidades de nosso já combalido e sofrido Planeta Terra”.

Sou cônscio da capacidade e poder de persuasão de nossas redes televisivas, aliás, reconheço que, mesmo pontualmente, algumas, como a Globo, vêm desenvolvendo temas voltados à responsabilidade social e contribuindo para a discussão de várias de nossas diferenças e preconceitos.  Foi assim com Carolina Dickman quando interpretou uma jovem com a cabeça raspada por conta de um câncer; em outra abordou a questão da cegueira e o sempre atual combate ao preconceito de gênero.

Seja como for, convido nossas emissoras  para uma viagem maior, ainda mais ousada (e muito necessária), e com os olhos bem abertos imaginar uma nova linha de abordagem das novelas em que as velhas tramas românticas, repletas de vilões, traição, vingança, ricos versus pobres etc etc, passariam a dividir espaço - não desaparecer das telas -, com temas importantes pelos quais passamos cotidianamente enquanto habitantes  dessa louca e desrespeitada “terra brasilis”.

Recente pesquisa divulgada nos meios de comunicação mostrou que o meio ambiente é apenas a sexta preocupação do brasileiro, portanto, nada melhor que um veículo de massa e um produto que alcance praticamente 50% dos lares brasileiros, diariamente, para massificar uma ideia.  Mais, virar fator multiplicador, em todos os sentidos, inclusive os comerciais.  Essa, uma outra boa discussão a travar !

Citando apenas algumas ações imediatas e simples, poderíamos ter:

- Novelas literalmente sustentáveis – Rock In Rio teve seu carbono emitido medido e compensado e a Olimpíada de 2016 também será assim -, já existem empresas que fazem esse trabalho, sendo possível até sua troca por merchandising?);
- Utilização de energias alternativas nas residências e empresas componentes das novelas (solar e eólica, por exemplo);
- Utilização de bicicletas elétricas e combustíveis menos poluentes nos carros do elenco (óleo de mamona, diesel de cana de açúcar, motores elétricos);
- Campanhas para incentivos governamentais à fabricação de carros elétricos (impostos verdes);
- Plano visando alcançar, em futuro próximo, relacionamento apenas com empresas socialmente responsáveis;
- Mensagens criativas para que nossas cidades adotem coleta seletiva (as eleições estão aí);
- Campanhas por reciclagem de lixo;
- Utilização de “empresas fictícias” nas histórias que abordem o tema da ética corporativa e;
- Diálogos que eduquem e ensinem nossa população a economizar energia elétrica, uso racional da água e que não desperdicem alimentos.

Sem dúvida, tudo isso mesclado com antigos temas ao longo dos próximos anos fará uma revolução silenciosa de hábitos em nosso país.  Ouso afirmar: talvez até hoje a maior contribuição da emissora à população brasileira, uma mudança de costumes a ser seguida e copiada mundo afora.  Lição de cidadania e responsabilidade social na veia!

Um projeto de uma nova televisão a ser apresentado e explicado a seu público.  Emissoras preocupadas com o futuro do Planeta, de seus habitantes, e na vanguarda de todas as outras.

O mundo que se avizinha é “Blade Runner”.  Tenho plena convicção que nesse projeto de Responsabilidade Social implantado nas várias grades, nós, os telespectadores, somos seus maiores “stakeholders” e estamos prontos e ávidos por essa mudança de postura, de comportamento, que é necessária, atual, moderna e vital para o Planeta, que desde já agradece. 

Abraços sustentáveis

Odilon de Barros


GPS para bicicleta pode auxiliar na segurança de ciclistas


Muitos ciclistas utilizam a bicicleta não apenas para o lazer, mas também como um meio de transporte para deslocamentos urbanos (ida para o trabalho, escola ou faculdade, por exemplo). Levando-se em conta esse dado, se o GPS de carros é cada vez mais comum, porque os amantes das bikes não podem contar com esse sistema também? Ao pensar nisso, os empreendedores Piet Morgan, Laurence Wattrus e Raveen Beemsingh desenvolveram o Hammerhead.
Com uma aposta no design e na segurança dos ciclistas, o GPS é um aparelho que guia o ciclista pelas estradas das maiores cidades do mundo de forma segura, utilizando luzes de LED que piscam conforme a rota escolhida, através de Bluetooth. Acoplado bem no centro do guidão, o gadget inclui três fileiras de LED – os da direita piscam quando é preciso virar à direita, os da esquerda fazem o mesmo e os do centro indicam a distância até à curva seguinte.Por redação EcoD

Celpe entrega geladeiras e doa lâmpadas para comunidade quilombola

A partir do município de Iati, no Agreste do Estado, serão contemplados com pré-inscrição de geladeiras e doação de lâmpadas fluorescentes compactas pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). A iniciativa do Programa de Eficiência Energética (PEE), regulado pela Aneel, também promoverá palestras sobre o uso eficiente e seguro da energia elétrica. Uma agência móvel da concessionária foi enviada à cidade e permanecerá à disposição dos clientes oferecendo atendimento e serviços comerciais. Além da comunidade quilombola, os demais moradores do município de Iati também serão contemplados pelo Projeto Nova Geladeira.



quinta-feira, 17 de outubro de 2013

[Reaja] Um convite à ação



Para Cristovam Buarque, nosso mais proeminente semeador de utopias.
Profícua, mobilizadora e instigante a leitura do novo livro de Cristovam Buarque (“Reaja”, ed. Garamond, 54 páginas). Um pequeno livro –no formato– mas “grande” em conteúdo, com uma capacidade ímpar de nos chamar à mobilização em torno de um único movimento: reação.
O livro é um “convite” para reagirmos frente aos desmandos políticos e institucionais, frente às desigualdades socioeconômicas, às incoerências do setor público, à brutal agressão ambiental patrocinada pela sanha consumista alimentada por produções excessivas, à corrupção em diferentes níveis, a falta de moral que permeia algumas Instituições do “alto poder” nacional.
Com mais esse livro, Cristovam Buarque promove, na verdade, um panfleto-manifesto. Uma espécie de “grito de alerta”, um convite/chamado à ação para a reação, para que não nos acomodemos; para que não deixemos escapar a arte de sonhar, ainda que sejam sonhos impossíveis, meras quimeras ou tópicas utopias, mas que, nem por isso, deixam de ser possível realizá-las, dentre essas, a de transformar o mundo.
A cada página, uma reflexão nos chamando a tomar consciência. A cada tópico, um especial pedido para que lutemos bravamente na construção de um mundo melhor, de um meio ambiente que não sofra com o descaso da economia produtivo-expansiva e possa “respirar” aliviado, sem a pressão exercida por uma economia do crescimento que destrói para se fazer grande e pujante.
Um convite, um chamado, uma conclamação para que todos lutem, por exemplo, “contra uma civilização que produz quase setenta trilhões de dólares por ano, dez mil por pessoa”, mas que, em muitos casos fecha os olhos para as “crianças com fome, sem roupas, brinquedos, higiene” (p. 9).
O texto brada para que não deixemos de protestar frente aos desmandos de uma estrutura econômica que destrói a natureza em nome do progresso, em nome de fazer a economia crescer para assim fazer sorrir o mercado de consumo, de uma economia que pouco se importa se, para produzir mais mercadorias, rios são poluídos, o ar é contaminado, os recursos hídricos são escasseados, a biodiversidade é ultrajada.
Por isso o autor de “Reaja” pede para que não nos acostumemos “com o fato de que, para acender a luz de sua casa, foi preciso destruir florestas, expulsar índios de seus habitats, exterminar espécies biológicas e até biomas inteiros” (p. 10)
O texto de Buarque ecoa como um grito de ordem para que reajamos às imposições vindas do mercado, consubstanciadas numa economia brutalmente desigual que separa e não inclui, de uma macroeconomia da injustiça social, de uma estrutura política perversa e tacanha que, em pleno século XXI, ainda privilegia quem tem os bolsos e as contas bancárias mais cheias de cédulas ou influência e apadrinhamentos múltiplos, que apenas nos vê (só em épocas de campanha eleitoral) como “eleitores”, não como cidadãos.
“Reaja à propaganda que amplia suas necessidades e manipula seus gostos e gastos” (p.24). Eis aqui um grito contra esse “deus mercado” que nos quer “converter” à “religião do consumo fácil”, conspícuo (como gostam de dizer os economistas), regado de futilidades (como observam e nos alertam os filósofos)
“Reaja contra a economia que considera produtos as armas que matam e comemora o aumento da riqueza medido pelo uso delas” (p. 27). Eis aqui a estupidez de um indicador chamado PIB que contabiliza de bom grado as mortes, os terremotos, os desastres automobilísticos, a poluição dos rios, pois tudo isso faz a economia crescer, faz o PIB disparar e ajuda a eleger (dá votos) muita gente.
Ao nos chamar à reação contra todos esses desmandos, Buarque deixa expresso nas páginas de “Reaja” o sentimento de que a vida só tem sentido quando passamos por ela com o intuito de transformar algo, de não nos acomodarmos à letargia, mas, antes, de colocarmos mãos na massa para moldarmos um novo mundo, um mundo diferente, mais fraterno, pautado numa nova maneira de construir às relações que enlaçam o nosso dia a dia numa perspectiva de melhoria da qualidade de vida.
Esse “reaja” propagado por Buarque vem nos alertar para o “não se acostume”, evidenciando que uma eficaz saída para superarmos os mais diferentes desequilíbrios passa pela mobiliz(ação), pela re(ação) e pela agiliz(ação).
“Não se acostume com o conforto pessoal que vem da concentração de renda e com o custo de destruição ambiental. Lembre que hoje não nos acostumaríamos com os privilégios da nobreza ou com a exploração de escravos. E naquele tempo todos estavam acostumados. Não se acostume agora com o luxo dos ricos ao lado da miséria dos pobres. Escravocratas são todos os que vivem indiferentes à pobreza que os rodeia”. (p.36)
Esse “Reaja” se enquadra naquela linha de análise defendida por Leonardo Boff: “Ideias boas podemos até tê-las aos montes, mas o que de fato move o mundo são as nossas ações”.
Dito ainda de outra forma por L. Boff, esse “Reaja” de Cristovam Buarque pode ser assim resumido: “O que convence as pessoas não são as prédicas, mas as práticas. As ideias podem iluminar. Mas são os exemplos que atraem e nos põem em marcha”.
Para sorte de todos nós, a história está repleta de exemplos que corroboram com o texto apresentado por Cristovam Buarque. De nossa parte, que não deixemos “escapar” mais essa oportunidade.
Marcus Eduardo de Oliveira é economista, professor e especialista em Política Internacional pela Universidad de La Habana – Cuba.
** Publicado originalmente no site Adital.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Menos fome não é suficiente


por José Graziano da Silva, Kanayo F. Nwanze e Ertharin Cousin*
fomecapa Menos fome não é suficiente
Foto: http://www.shutterstock.com/

Roma, Itália, outubro/2013 – A cada ano fazemos uma foto do progresso mundial na luta contra a fome crônica. Em 2013 o panorama é melhor, mas ainda não é suficientemente bom.
Entre 2011 e 2013, cerca de 842 milhões de pessoas sofriam fome crônica segundo O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo, um informe conjunto publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).
Este número representa uma redução em relação aos 868 milhões de famintos em 2010-2012, e queda de 17% desde a medição no período 1990-1992. Apesar do significativo que pode ser esse progresso, não pode esconder a crua realidade: aproximadamente uma em cada oito pessoas sofre fome.
A grande maioria de pessoas subalimentadas (827 milhões) vive em países em desenvolvimento, enquanto 16 milhões vivem em países desenvolvidos. É inaceitável que em um mundo de abundância seja negado a centenas de milhões de pessoas seu direito mais fundamental de não sofrer fome. O único número aceitável é zero.
Uma das duras realidades que destaca o informe é que, apesar dos progressos globais realizados na redução da fome, persistem acentuadas diferenças entre regiões, com muitos países que ficam muito atrás. A África subsaariana fez modestos progressos nos últimos anos, mas continua sendo a região com maior prevalência de subalimentação (24,8%).
Na Ásia ocidental não se vê nenhuma melhora notável, enquanto a Ásia meridional e o Norte da África são testemunhas de um lento progresso. Ásia oriental, sudeste asiático e América Latina, por outro lado, experimentaram um maior alívio da fome extrema, com reduções significativas no número e na proporção de pessoas que sofrem fome.
A segurança alimentar depende de uma série de fatores. Embora a disponibilidade de alimentos seja importante, é o crescimento econômico equitativo e o acesso dos pobres ao emprego o que melhora o acesso a alimentos nutritivos.
O informe mostra que transporte, comunicação, água potável, saneamento, cuidados sanitários e práticas de alimentação adequadas também são cruciais para reduzir a fome crônica e a desnutrição.
Considerando que 75% das pessoas mais pobres do mundo vivem em zonas rurais e que dependem principalmente da agricultura como meio de vida, fomentar o crescimento inclusivo significa investir em agricultura.
Está demonstrado que esta inversão é capaz de gerar dividendos na redução da pobreza. Estima-se que o crescimento na agricultura é cinco vezes mais eficaz para reduzir a pobreza do que o crescimento em qualquer outro setor.
E que na África subsaariana é 11 vezes mais eficaz. Como os pequenos agricultores produzem até 80% dos alimentos disponíveis, nessa região e em algumas da Ásia, também existe um evidente impacto na segurança alimentar.
O crescimento econômico que chega a grandes parcelas da população pode reduzir a pobreza, o que leva à melhoria da segurança alimentar. Em Gana, o crescimento econômico equitativo contribuiu para tirar cerca de cinco milhões de pessoas da pobreza em apenas 15 anos, e menos de 5% da população sofria desnutrição entre 2011-2013.
Entretanto, esse crescimento nem sempre é suficiente para garantir que todos tenham o que necessitam para viver uma vida sadia e produtiva. Em muitos casos, apesar da redução da fome, se deteriora a situação nutricional, por exemplo, com aumento da prevalência do atraso no crescimento infantil.
A ingestão inadequada de vitaminas e outros micronutrientes, altas cotas de doenças, água insalubre, escasso saneamento e deficientes práticas de alimentação das crianças pobres nas etapas mais importantes de seu crescimento causam sérios problemas de saúde a quase dois bilhões de pessoas no mundo. São necessários maiores esforços com um enfoque global para combater a desnutrição.
Há 13 anos, os líderes mundiais estabeleceram uma série de objetivos de desenvolvimento que devem ser cumpridos até 2015, conhecidos como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Sob o ODM 1, que tem por objetivo erradicar a pobreza extrema e a fome, o mundo se comprometeu a reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção de pessoas subalimentadas.
Restam apenas dois anos e 62 países já alcançaram esse objetivo, enquanto 22 deles também conseguiram uma meta mais alta, estabelecida durante a Cúpula Mundial sobre Alimentação de 1996, realizada em Roma, de reduzir pela metade o número absoluto de pessoas que sofrem fome no mesmo prazo. Contudo, para esse êxito se estender a todo o mundo, será necessária uma ação sustentada e urgente.
Os países têm que enfrentar a fome e a má nutrição mediante a integração da segurança alimentar e da nutrição em suas políticas públicas e destinando os recursos necessários.
Exortamos governos, organizações e líderes da comunidade em todas as regiões para que o crescimento econômico seja mais inclusivo, por meio de políticas destinadas aos agricultores familiares que fomentem o emprego rural, fortaleçam a proteção social, incrementem as iniciativas para melhorar a diversidade da dieta e da saúde do entorno, sobretudo para as mulheres e os jovens, e promovam a gestão sustentável dos recursos naturais e dos sistemas alimentares.
Apenas com um esforço sustentado e compromisso de longo prazo seremos capazes de chegar muito além das metas dos ODM para interromper completamente o ciclo da fome extrema, da desnutrição e da pobreza que afoga o potencial das gerações futuras.
Melhorar é bom, mas, quando se trata de fome, melhorar não é suficiente. Há 842 milhões de razões para não perder isso de vista. Envolverde/IPS
José Graziano da Silva é diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Kanayo F. Nwanze é presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), e Ertharin Cousin é diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA).
(IPS) 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A base de todas as reinvindicações: educação


Muito se tem discutido a respeito do futuro das manifestações iniciadas em junho com a cobrança de melhores e mais baratos transportes públicos no Brasil.  Na época, muitos afirmaram que aquilo tudo não tinha consistência e acabaria em breve.

Quatro meses depois, Black Blocs nas ruas, quebradeiras, alguns desvios de conduta aqui e ali e muita transgressão por parte dos vários aparatos de segurança estatal, o que vemos é que os movimentos estão ganhando consistência e voltando a ganhar o apoio da população com a adesão a campanhas específicas e pautas mais objetivas.

E no dia de hoje, 15 de outubro, não poderíamos esquecer do dia do Mestre, uma das profissões mais aviltadas e desprestigiadas de nosso pobre país, dizendo presente à manifestação de logo mais na Cinelândia.

É bom lembrar que desde a época nada saudosa da ditadura militar, a educação vem sofrendo um desmonte sem precedentes, deixando de ser um bem imaterial de nossa Nação para ser um produto mercantilizado país afora e acessível apenas aos mais abastados. 

E os números não mentem. Ainda temos 13 milhões de analfabetos e grande chance de perdermos nosso bônus demográfico, que é o momento em que o país tem por um período longo (15/20 anos), mais jovens do que idosos. 

Mas a verdade é outra e os reflexos já começamos a sentir e estão presentes nas estatísticas desesperadoras de empresas que necessitam de profissionais qualificados e não os encontram.  A bem da verdade, é importante frisar que nenhum governo pós militares no poder, conseguiu impor outro modelo de educação no Brasil.

Todos, sem exceção, a meu ver, erraram no foco até agora, pois insistem em olhar para o último degrau da cadeia -o ensino superior-, que é importante, sem dúvida, esquecendo-se da base, o ensino fundamental, geralmente de péssima qualidade, quando deveria ser universal, do Oiapoque ao Chuí.  Isso sem falar na eterna falta de condições de trabalho dos profissionais da área, onde falta treinamento, qualificação e lógico, salário. 

Quando o assunto é educação ou saúde, lembro sempre de uma viagem que fiz a Cuba.  Ali ouvi uma frase de um professor que jamais me saiu da cabeça: uma das conquistas de nossa revolução, e disso não abrimos mão, foi educação e saúde de qualidade para “TODOS”.  Perguntei, então, quanto ganhava um professor lá e ele me respondeu sem titubear que as duas profissões mais importantes no país eram justamente professor e médico.  Mais, disse, ainda, que a diferença entre o profissional mais bem remunerado e o pior, era de apenas 5 vezes.

Saí do papo incrédulo e convencido de que se queremos ser verdadeiramente um “PAÌS”, nossos esforços devem se concentrar, de verdade, nesse quesito.


Abraços sustentáveis e parabéns professores.  Vocês são nossos heróis!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Bilhões no lixo


 Brasil joga no lixo, a cada ano, cerca de R$ 10 bilhões por falta de reciclagem e destinação adequada de resíduos sólidos e de uma política de logística reversa que gerencie o retorno de embalagens e outros materiais descartados de volta à indústria. É essa realidade que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) pretende transformar com a implantação, em todo o país, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tema de oficina realizada no último dia do II Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A meta do governo federal é eliminar os lixões de todos os municípios brasileiros até o final de 2014, segundo explicou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) do MMA, Pedro Wilson Guimarães. Os governos estaduais e municipais deverão providenciar a substituição dos lixões por aterros sanitários, pois, a partir de 2014, a liberação de recursos da União estará condicionada à existência de planos estaduais e municipais de gestão de resíduos sólidos e de saneamento básico. por redação Envolverde

Pnuma: 3,5 bilhões de pessoas não têm acesso ao manejo do lixo


Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente afirma que situação representa riscos de saúde e ambientais; agência afirma ainda que problema causa danos à economia.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, alertou que 3,5 bilhões de pessoas, metade da população mundial, não têm acesso ao manejo do lixo.
Segundo o Pnuma, essa situação representa riscos à saúde e ao meio ambiente, além de prejudicar a economia.
Lixões
Segundo o Pnuma, os lixões, como são chamadas as áreas abertas onde os dejetos são despejados, podem causar sérios problemas de saúde para as pessoas que vivem perto desses locais.
Além disso, o Guia afirma que um manejo ruim do lixo pode causar a contaminação do solo e da água. A queima do material pode poluir o ar e o fato de não se utilizar materiais reciclados pode acelerar o esgotamento dos bens naturais.
Coleta
O Pnuma calcula que todos os anos são coletados 1,3 bilhão de toneladas de lixo sólido no mundo. Essa quantidade deve aumentar para 2,2 bilhões até 2025, principalmente, por causa dos países em desenvolvimento.
O mercado global do lixo, desde a coleta até a reciclagem, movimenta um mercado de US$ 410 bilhões por ano, mais de R$ 820 bilhões. As atividades de reciclagem na União Europeia geraram mais de 500 mil empregos em 2008.
Desperdício
O Guia do Pnuma diz ainda que o desperdício de alimentos chega a 1,3 bilhão de toneladas por ano. Praticamente um terço da comida destinada ao consumo humano é perdida ou jogada no lixo anualmente.
Para combater o problema, o documento diz que o manejo não é o único desafio. Os benefícios aparecem quando o lixo é tratado como um recurso que pode ser recuperado e colocado para uso produtivo e rentável.
O Pnuma reforça a importância da implementação de estratégias nacionais, como também, da necessidade de ajuste dos sistemas tendo como base mudanças das circunstâncias ou do contexto local. (Rádio ONU) 


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

‘IPCC alerta que o mundo precisa agir’

A grande mensagem do quinto relatório do IPCC é que a situação é cada vez mais crítica, e que, se nada ou muito pouco for feito, entraremos em uma trajetória muito perigosa. A janela de oportunidade para evitarmos o colapso do sistema climático é estreita. As emissões globais têm que atingir seu pico nos próximos anos e começar a serem reduzidas de forma acelerada para evitarmos que o aquecimento ultrapasse os 2°C de aumento médio da temperatura média do planeta, limite que os cientistas consideram como administrável. Mesmo no melhor cenário de redução de emissões, teremos que ter estratégias para lidar com as consequências do aquecimento que já ocorre hoje e que irá aumentar nas próximas décadas, afetando a vida de milhões de pessoas.
O novo relatório aponta um aumento no grau de certeza da influência humana no aquecimento global, agora de 95%. As cidades e o processo de urbanização vêm ganhando cada vez mais espaço nas discussões, visto que até 2030 dois terços da população global viverá em centros urbanos — marca que já foi ultrapassada em nosso País–, que 75% de toda energia é consumida nas cidades e que nessas áreas os efeitos das mudanças serão mais sentidos, principalmente pela grande concentração de pessoas e todos os problemas ambientais característicos das regiões metropolitanas.
Não há opção outra que não a ação incisiva, pois o custo para a sociedade global da inação é impagável. Centenas de milhares de pessoas morrem e são drasticamente afetadas por eventos climáticos extremos a cada ano, e isso tende a piorar, com eventos extremos mais fortes e mais frequentes.
O Brasil conseguiu um feito inédito, que foi o de diminuir concretamente suas emissões com a queda no desmatamento. Porém, o País está pondo em risco esse único e importante trunfo, ao afrouxar as regras de controle do desmatamento, por meio da revogação do Código Florestal, do projeto substitutivo que visa alterar a Lei nº 9.985/2000 (do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação), da tentativa de paralisar a criação de unidades de conservação (PEC 215), e da tentativa de abrir terras indígenas à exploração industrial (PLP 227). Além de tudo isso, o País não avançou em outras áreas de mitigação das emissões em adaptação às mudanças climáticas já em curso.
A realidade climática no Brasil é de seca extrema no Nordeste, a pior em décadas, mais uma enchente no vale do Itajaí, um tornado no sul de São Paulo, entre outros eventos extremos. O Brasil precisa reagir para tornar mudanças climáticas tema prioritário para os grandes planos de desenvolvimento do País, em todos os níveis de governo. Hoje temos trilhões de recursos a serem investidos em infraestrutura, planos de expansão da geração de energia principalmente de fontes fósseis (cerca de 70% dos investimentos do País), planos safra anuais e incentivos à indústria, sem nenhuma conexão com a lógica do desenvolvimento de baixo carbono. Temos um conjunto de políticas de clima desconexas, sem coordenação e que sequer tem seus potenciais impactos positivos monitorados; e o Fundo Clima está completamente ameaçado e com recursos contingenciados – fundo esse criado pelo governo brasileiro em dezembro de 2009, que tem por finalidade financiar projetos, estudos e empreendimentos que visem à mitigação (ou seja, à redução dos impactos) da mudança do clima e à adaptação a seus efeitos. André Ferretti é coordenador Geral do Observatório do Clima


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O homem é responsável pelos eventos extremos


Três dias antes da divulgação da primeira parte do 5º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) no qual fica cientificamente comprovado que o aquecimento climático é de responsabilidade humana, a Presidenta Dilma Rousseff disse na 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas que a Agenda de Desenvolvimento pós-2015 deveria ter como eixo os resultados da RIO+20. No seu discurso ela afirmou que “o grande passo que demos no Rio foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável. A pobreza não é um problema exclusivo dos países em desenvolvimento e a proteção ambiental não é uma meta apenas para quando a pobreza estiver superada. O sentido da Agenda pós-2015 é a construção de um mundo no qual seja possível crescer, incluir, conservar e proteger”. O Relatório do IPCC diz que “é clara a influência humana sobre o sistema climático. Esta fica evidente nas concentrações crescentes de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera (já ultrapassamos as 400 partes por milhão), no aquecimento observado e na maior compreensão do sistema climático”. Na mesma Assembleia da ONU, José Mujica, Presidente do Uruguai, disse num discurso que virou viral na Internet, ao menos no Brasil, que: “Carrego uma gigantesca dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, os mares, os nossos grandes rios da América. Como se financia a luta global pela água e contra os desertos? Como se recicla e se pressiona contra o aquecimento global? Volto a repetir que o que alguns chamam de crise ecológica do Planeta é consequência do triunfo avassalante da ambição humana; o nosso triunfo é também a nossa derrota, porque temos a impotência política de nos enquadrar numa nova época”. As concentrações de GEE na atmosfera já aumentaram a níveis sem precedentes dentro de um intervalo de pelo menos 800 mil anos. A queima de combustíveis fósseis é a principal razão do aumento de 40% na concentração de CO2 observado desde a Revolução Industrial. Segundo Silvia Dias, especialista em mudanças climáticas da ONG Vitae Civilis “não há espaço para a dúvida política, a hora dos governos cumprirem seu papel é agora”. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon disse: “O Informe do IPCC revela claramente que o impacto humano no clima agora é evidente na maioria das regiões do Planeta e é altamente provável que a influencia do homem tivesse sido a causa dominante do aquecimento global registrado desde meados do Século 20”. O cientista Mario Molina, Prêmio Nobel de Química 1995, principal especialista na Camada de Ozônio e nos CFCs e membro do IPCC, explicou que: “o Informe emitido pelo Grupo de Trabalho I do IPCC fala sobre a ciência física da mudança climática e será complementado posteriormente por três informes cuidadosamente elaborados que serão difundidos durante os próximos 18 meses. O AR-5 é um compêndio conservador e detalhado de estudos revisados entre centenas de cientistas de todo o mundo, e deve ser reconhecido porque provêm de um prestigioso grupo cujas descobertas durante os últimos 20 anos contribuíram nas políticas públicas e em nortear os tomadores de decisões sobre a mudança climática nos mais altos níveis internacionais”. O recente incêndio da floresta do Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia, é uma amostra das radicais mudanças do clima, assim como o são o ciclone que atingiu Santa Catarina neste mês e as anormais chuvas na região Sudeste do Brasil.  por Lúcia Chayb e René Capriles, da Eco21

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Desperdício de alimentos custa 750 bilhões de dólares ao ano


Cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados anualmente não só causam grandes perdas econômicas, como também tem impacto significativo nos recursos naturais dos quais a humanidade depende para se alimentar. Essa é a conclusão de um novo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

O documento informa que, a cada ano, os alimentos produzidos, mas não consumidos, utilizam um volume de água equivalente ao fluxo anual do rio Volga, na Rússia, e são responsáveis ​​pela emissão de 3,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera do planeta. Além destes impactos ambientais, as consequências econômicas diretas do desperdício de alimentos (sem incluir peixes e frutos do mar) atingem o montante de 750 bilhões dólares por ano, de acordo com as estimativas do estudo da FAO.
“Todos nós, agricultores e pescadores, processadores de alimentos e supermercados, governos locais e nacionais e consumidores individuais, temos de fazer mudanças ao longo de toda a cadeia alimentar humana para impedir que ocorra, desde já, o desperdício e, não sendo isto possível, promover a reutilização ou a reciclagem”, afirmou o Diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
“Não podemos simplesmente permitir que um terço de todos os alimentos produzidos seja perdido ou desperdiçado devido a práticas inadequadas, quando 870 milhões de pessoas passam fome todos os dias”, disse ele.  Site ONU Brasil
C&A ganha certificado Leed

A C&A da Rua dos Andradas, em Porto Alegre, virou loja Eco, e recebeu o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).

O sistema de certificação para construções, que assegura critérios de ecoeficiência reconhecidos internacionalmente, garantirá know how para a varejista aplicar o conceito em prédios de novas lojas e também naqueles que passarem por reformas.

Em torno de 30 obras estão em andamento atualmente, incluindo filiais em reforma ou novas lojas. A loja Eco da Capital gaúcha conta com um terraço verde de 6 mil metros quadrados e será aberto em breve à visitação do público.


O local é utilizado pelos cerca de 180 colaboradores da loja como ambiente de descanso. A loja de 6 mil metros quadrados tem registrado economia de 35% em energia elétrica e 46% de uso de água. Além disso, 80,3% dos resíduos gerados pela obra (entulhos, bandejas galvanizadas, lâmpadas e pisos) foram totalmente reciclados. Segundo o consultor que acompanhou o processo de certificação da unidade do Centro, Guido Petinelli, esta é a primeira loja varejista do País e o primeiro prédio do Sul do Brasil com certificado LEED.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Imprensa ainda ajuda a disseminar confusão sobre mudanças climáticas

Levantamento em seis países mostra que oito em cada dez reportagens sobre o aquecimento global têm como pauta o ceticismo climático, apesar de a comunidade científica, em sua maioria, apoiar a teoria.
O jornalismo tem um papel muito importante na conscientização da sociedade sobre as consequências das mudanças climáticas ao “traduzir” estudos científicos para que os cidadãos saibam o que já está acontecendo ao seu redor e quais serão os impactos em suas vidas caso nada seja feito para lidar com o aquecimento global.
Porém, um levantamento do Instituto Reuters para Estudo do Jornalismo da Universidade de Oxford mostrou que a imprensa ainda prefere se ater às pautas relacionadas ao conflito entre céticos versus comunidade científica e às que apenas detalham desastres, sem mencionar a necessidade de políticas climáticas.
De acordo com o trabalho, de 350 reportagens analisadas entre 2007 e 2012, 82% adotaram uma narrativa de desastre, descrevendo tragédias como o furacão Sandy, mas não abordaram que os riscos vão aumentar se não agirmos para lidar com as mudanças climáticas. As matérias em que entrevistados contestam a influência do homem no aumento das temperaturas também aparecem acima dos 80%.
Em contraste, apenas 25% das reportagens apontaram as opções políticas disponíveis para frear as emissões de gases do efeito estufa ou as oportunidades econômicas que países e empresas podem aproveitar se adotarem ações de baixo carbono.
“Existem evidências mostrando que em muitos países o público tem dificuldade para entender as incertezas científicas e as confundem com ignorância”, explicou James Painter, autor do trabalho.

Comunicar as consequências observadas das mudanças climáticas é uma tarefa desafiadora, e que é muitas vezes feita de forma insatisfatória pela imprensa”, destacou Will Steffen, comissário climático da Austrália.

Os países abordados pelo levantamento foram Austrália, Estados Unidos, França, Índia, Noruega e Reino Unido. Em cada uma dessas nações foram analisados três jornais, entre eles Le Monde, NY Times, Wall Street Journal e The Guardian.
Austrália e Estados Unidos aparecem como os locais onde mais reportagens sobre as dúvidas da realidade das mudanças climáticas foram feitas.
A pesquisa mostrou ainda que os jornalistas citaram em 60% das suas matérias pesquisadores e estudos publicados em periódicos científicos. No entanto, mesmo nessa situação, quase metade dessas reportagens acabaram também abrindo espaço para vozes contrárias ao aquecimento global, reforçando a impressão nos leitores de que existe um “racha” na comunidade científica.
Pesquisas mostram que dos milhares de cientistas que publicam trabalhos na área climática, 98,7% não têm dúvida da origem antrópica das mudanças climáticas”, afirmou.
 “Eles [os céticos] estão fazendo o mesmo que alguns pesquisadores da área médica fizeram nos anos 1970 sobre a questão do tabaco. Eles estão aí para confundir. Com o lobby do tabaco deu certo. A não regulamentação do cigarro durou mais dez anos.  É o mesmo agora, e a estratégia está funcionando”, explicou.   por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil

Ampla lança programa Mobilidade Elétrica em Búzios
http://www.procelinfo.com.br/client/images/pix.gif
Rio de Janeiro - O município de Búzios, na região dos Lagos do Rio de Janeiro, deu ontem mais um passo em direção à sustentabilidade. A Ampla lançou no balneário o programa Mobilidade Elétrica, que integra o amplo projeto Cidade Inteligente, que a concessionária de energia elétrica está implantando no município.

A iniciativa é parte do Programa Rio Capital da Energia. A primeira frota de veículos elétricos na cidade inclui 40 bicicletas – 30 para aluguel em pousadas e dez para uso da Guarda Municipal; dois carros – utilizados por pesquisadores do Cidade Inteligente, e o primeiro aquataxi elétrico da América Latina, que servirá de modelo para estudos de substituição da frota de todos os taxis aquáticos convencionais de Búzios, muito utilizados pela população e turistas, por elétricos. O modelo foi totalmente desenvolvido com tecnologia nacional em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. 


Cidade Inteligente

O projeto Cidade Inteligente Búzios consiste, especialmente, na pesquisa e desenvolvimento de redes inteligentes de distribuição de energia elétrica. O objetivo da Ampla é transformar o município em referência em sustentabilidade e consumo eficiente de energia elétrica no Brasil e na América Latina. 

A cidade já conta com medidores inteligentes de consumo de energia, um posto de recarga para veículos elétricos, chuveiros eficientes e geração de energia renovável – solar e eólica -, além de luminárias de LED com pontos de luz telecomandados. Dispõe, ainda, de rede de wifi gratuita na Rua das Pedras e um posto de coleta de lixo reciclável do projeto Consciência EcoAmpla. 

Para conscientizar os moradores de Búzios da importância ambiental, econômica e social do projeto, a Ampla montou uma rede de relacionamento que envolve hotéis, pousadas, comércio, escolas e associações de moradores. A distribuidora também realiza oficinas em escolas públicas e cursos de capacitação e gerenciamento do consumo elétrico. 
Fonte: Rio Capital da Energia

Cadê Amarildo?
Finalmente, após quase três meses, foi decretada a prisão dos possíveis 10 mandantes e autores do assassinato do ajudante de pedreiro Amarildo.  Ainda há um longo caminho a percorrer e a vigília pela punição exemplar deve continuar até o encarceramento definitivo de seus autores.  Que assim seja. 


http://www.procelinfo.com.br/client/images/pix.gif